7.18.2009

Fitoterápicos no SUS

06 de julho de 2009
O Ministério da Saúde (MS) divulgou, em fevereiro deste ano, a Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS, uma lista de 71 espécies vegetais que poderão ser usadas na produção de novos medicamentos fitoterápicos disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde para a rede pública. De acordo com informações do Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério, plantas indicadas no tratamento das doenças mais comuns entre os brasileiros, como úlceras, hipertensão e problemas respiratórios, foram priorizadas na elaboração da lista.
Atualmente, o SUS oferece apenas remédios derivados da espinheira-santa, contra gastrite e úlcera gástrica, e do guaco, usado no combate à gripe. Com a medida, pesquisadores farão estudos para criação de novos produtos à base de espécies como Cynara scolymus (alcachofra) e Uncaria tomentosa (unha-de-gato), bastante conhecidas da população. Comprovada sua eficácia, os fitoterápicos passarão pela análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, após a aprovação, poderão ser distribuídos nos hospitais de todo o país. Além da ampliação da oferta de fitoterápicos na assistência farmacêutica básica, o Ministério pretende aumentar o número de estados brasileiros a disponibilizarem esses medicamentos. Até o momento, apenas 12 aderiram à fitoterapia.
Apesar de remoto, o uso de plantas com finalidades medicinais em diferentes formas farmacêuticas esteve associado, durante muito tempo, a crendices cultivadas por pessoas de baixa renda ou oriundas de localidades distantes das grandes cidades. Somente em 1978 a Organização Mundial de Saúde (OMS) admitiu a eficácia de fitoterápicos na profilaxia, tratamento e cura de várias doenças, recomendando sua utilização em nível mundial. Quase trinta anos depois, a mesma instituição publicou o documento “Política Nacional de Medicina Tradicional e Regulamentação de Medicamentos Fitoterápicos” (2005), que discutia políticas de medicina tradicional e medicamentos fitoterápicos em âmbito global e reforçava o compromisso com o estímulo a sua inserção no sistema oficial de saúde de seus 191 estados membros.
No Brasil, país que, de acordo com dados do MS, registra a maior diversidade genética vegetal do mundo, com cerca de 55 mil espécies já catalogadas (de um montante que pode chegar a 550 mil espécies), a fitoterapia construiu uma longa trajetória ligada à sabedoria popular. Chás e outros produtos elaborados exclusivamente à base de plantas já fazem parte da nossa tradição, especialmente no interior do país, aonde medicamentos sintéticos sempre chegaram com maior dificuldade. Considerando a riqueza da nossa flora e visando a cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos, que se relaciona a diversas áreas do conhecimento, nos últimos anos o MS vem trabalhando para a ampliação da presença desses medicamentos no Sistema Único de Saúde.
Em 2006, publicou a Portaria nº 971, sancionando a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS, e o Decreto nº 5.813, que autorizou a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Em 9 dezembro de 2008, o Ministério aprovou, por meio da Portaria Interministerial nº 2.960, o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. A mesma portaria criou o Comitê Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, composto por membros da Casa Civil e dos vários ministérios e entidades vinculadas que integram o Programa, além de representantes da sociedade civil indicados pelos ministérios de acordo com sua área de atuação.
A Fundação Oswaldo Cruz também possui representação junto ao Comitê, que tem, como primeira competência, a definição de critérios, parâmetros, indicadores e metodologia para avaliação da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos.
Fiocruz aposta em arranjos produtivos sustentáveis
De acordo com o coordenador do Núcleo de Gestão em Biodiversidade e Saúde (NGBS) do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) da Fiocruz, Glauco Villas Boas, a inserção no SUS da fitoterapia concorre para melhorar o acesso da população que reside em áreas mais afastadas dos grandes centros a medicamentos de qualidade e poderá representar, para o país, uma economia de 20% em relação ao montante gasto na aquisição de medicamentos sintéticos para o atendimento básico à saúde.
Recentemente, o NGBS foi nomeado membro do Grupo Executivo do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, responsável pela elaboração da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS e por formular as ações que o MS pretende implementar, junto à Anvisa, no estabelecimento de normas específicas para produção desses medicamentos.
“Para essas ações”, explica o coordenador do Núcleo, “serão considerados níveis diferentes de complexidade da fitoterapia, estabelecendo normas específicas para oficinas de plantas, farmácias e indústrias. Para cada grau de complexidade, um tipo de norma. E a Anvisa já começou a trabalhar nesse sentido”.
O Programa também prevê ações de estímulo ao desenvolvimento tecnológico de novos fitoterápicos. Para Villas Boas, o papel da Fiocruz no que diz respeito à difusão de tecnologias, validação de metodologias no campo da pesquisa e do desenvolvimento, ensino e capacitação já começou por meio do trabalho do NGBS.
O Núcleo participou da concepção da Política e do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e é responsável pela estruturação do Sistema Nacional de Redes de Conhecimentos por Bioma, que deverá reunir os principais atores de cada um desses contextos produtivos: indústrias, agricultores, instituições de ciência e tecnologia, universidades, secretarias de saúde e outros.
A ideia é promover verdadeiros arranjos produtivos sustentáveis por meio de uma metodologia que possibilite a preservação de ecossistemas e mesmo a recuperação de solos através de modelos agrícolas multiuso: o mesmo solo produzindo plantas medicinais, energia, alimentos e espécies vegetais destinadas a outros usos, como corantes e inseticidas. “A construção da Rede de Conhecimentos por Bioma vai representar, nessa área, uma rede de inovação que acredito que seja a maior do mundo, certamente a maior da América Latina”, ressalta Villas Boas. “Este modelo é muito interessante, especialmente em época de crise econômica e ambiental. Trata-se de uma contribuição dentro de uma nova visão de desenvolvimento”, conclui.
Segundo ele, a criação de um centro de inovação e biodiversidade em saúde, a ser instalado no Campus Mata Atlântica de Farmanguinhos, está na lista de prioridades do governo brasileiro. O encontro entre os presidentes da Fiocruz, Paulo Gadelha, e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, ocorrido em abril, é um sinal de que as negociações caminham nesse sentido. Gadelha e Coutinho se comprometeram a assinar, ainda no primeiro semestre de 2009, um termo de compromisso para consolidar a parceria entre as duas instituições. O documento contemplaria áreas estratégicas para a Fundação, entre elas a produção de fármacos, vacinas e de medicamentos fitoterápicos elaborados com base na biodiversidade brasileira, inclusive da Mata Atlântica, priorizando o desenvolvimento sustentável.
Fonte : Farmanguinhos /Fiocruz

As duas guerras contra o vírus H1N1

Duas guerras estão sendo travadas entre os humanos e o vírus H1N1. Na primeira, o vírus enfrenta acidentes geográficos, fronteiras e governos, buscando conquistar território. A derrota dos países pode ser acompanhada dia a dia em um mapa. Basta pintar cada país de vermelho quando for detectado o primeiro caso da doença e de negro quando ocorre a primeira morte. A derrota é eminente quando o governo avisa a população que o número de casos e de mortes vai aumentar inexoravelmente e que o país não é capaz de sequer monitorar todos os casos da doença. EUA, Japão, Austrália e Reino Unido jogaram a toalha quando os casos chegaram a algumas centenas. No Brasil, a gripe suína tem sido tratada como "marolinha". Com mais de mil casos e quatro mortes, a situação está "totalmente sob controle". Os epidemiologistas sabem que já perdemos essa guerra.Na segunda guerra, cientistas tentam desenvolver uma vacina e o vírus tenta infectar toda a população de cada país. Ambos lutam contra o tempo. Enquanto a primeira guerra já foi disputada e perdida pela humanidade inúmeras vezes, a segunda é uma grande novidade. Praticamente todas as vacinas que dispomos em nosso arsenal foram desenvolvidas décadas ou séculos depois da identificação de uma nova doença ou de um novo vírus. Faz alguns anos que a humanidade vem montando um exército capaz de lutar contra o tempo. A cada ano esse exercito isola os novos mutantes do vírus de gripe e prepara uma nova versão da vacina. Em 2009 e 2010, esse exército composto por exemplares da espécie com o cérebro mais sofisticado do planeta, usando toda sua tecnologia e diversos meios de transporte, vai tentar chegar com uma seringa ao braço de cada pessoa antes que um dos seres vivos mais simples e rápidos do planeta, o H1N1, chegue à boca ou às narinas dessas mesmas pessoas.Nesta semana, a pressão para vencermos a segunda guerra aumentou. A revista Nature disponibilizou a versão quase final do primeiro estudo detalhado dos efeitos do vírus da gripe suína (H1N1) e sua comparação com outros vírus de gripe (controles). O estudo é conceitualmente simples. Quantidades idênticas do H1N1 e de vírus controle foram usados para infectar camundongos, macacos e furões. A cada dia após a infecção, os animais eram investigados, uma parte deles era sacrificada e os órgãos, examinados. Assim foi possível acompanhar o efeito dos diferentes vírus por duas semanas. O trabalho descreve centenas de experimentos. Esses são os principais resultados: 1) A dose de vírus H1N1 necessária para matar 50% dos camundongos é 10% da dose de vírus controle. 2) Apesar de, três dias após a infecção, a quantidade de vírus secretada pelos animais infectados com o H1N1 ser semelhante à quantidade secretada por animais infectados com o vírus controle, o H1N1produz uma bronquite e uma alteração nos alvéolos dos pulmões muito mais acentuada, com a presença do vírus em regiões mais profundas do pulmão e a destruição de células do pulmão que não são afetadas pelos vírus usuais. Essa diferença se acentua seis dias após a infecção. 3) Os animais infectados com o H1N1 apresentavam uma produção muito maior de citocinas, o que acelera o colapso do pulmão. Esse tipo de reação do corpo ao vírus H1N1 provavelmente explica a evolução muito rápida de alguns casos da doença, o fato de muitos pacientes necessitarem de respiradores e a morte de pessoas saudáveis em curto espaço de tempo. Essa liberação exagerada de citocinas é muito semelhante à observada nesses animais quando eles são infectados com o vírus que causou a pandemia de 1918.A conclusão é simples. Os resultados indicam que o vírus da gripe suína é mais perigoso que os vírus já conhecidos. Nas palavras dos 52 cientistas japoneses e americanos de 14 instituições de pesquisa: ".... A pandemia causada por esse vírus tem o potencial de provocar um impacto significativo na saúde humana e na economia global."
Fonte: O Estado de S.Paulo
Autor: Fernando Reinach

Antipsicótico (clozapina) é mais seguro em pacientes com esquizofrenia.

» Antipsicótico é mais seguro ( O Estado de S.Paulo )
Estudo mostra que clozapina diminui risco de morteMilhares de pessoas com esquizofrenia poderiam ter sido salvas se os médicos tivessem prescrito clozapina, uma droga antipsicótica lançada nos anos 70, mas proibida por cerca de uma década em razão de um raro efeito colateral. A afirmação está em um estudo, publicado na revista The Lancet, das taxas de óbitos de cerca de 67 mil pacientes esquizofrênicos na Finlândia em relação às da população em geral, entre 1996 e 2006.Jari Tiihonen, da Universidade de Kuopio, na Finlândia, e seus colegas descobriram que pacientes tratados com clozapina corriam risco menor de morrer. Concluíram que drogas mais novas, como a quetiapina, o haloperidol e a resperidona, aumentaram o risco de morte em 41%, 37% e 34%, respectivamente, quando comparadas a drogas mais antigas. Os pacientes tratados com clozapina tinham 26% menos chances de morrer. Segundo especialistas, a descoberta será aproveitada em outros países. James MacCabe, psiquiatra e consultor da Unidade Nacional de Psicoses no South London and Maudsley Hospital, em Londres, definiu a pesquisa como "espetacular e chocante". "Será preciso rever as diretrizes para que a clozapina se torne disponível a uma parcela muito maior de pacientes." Ele diz que a clozapina é particularmente eficiente na redução das tendências suicidas em esquizofrênicos, nos quais os suicídios representam cerca de 40% das mortes inesperadas. "Devemos encontrar maneiras de fazer com que esse medicamento seja ministrado a um número maior de pessoas", disse Lydia Chwastiak, do departamento de Psiquiatria da Universidade Yale. "Se essa droga pode ajudar as pessoas a viverem melhor, precisamos avaliar seriamente as barreiras que impedem seu uso", afirmou.Na maioria dos países desenvolvidos, a clozapina é usada como último recurso, no caso de os pacientes terem tentado duas outras drogas, sem melhoras. Isso porque a droga causa um raro efeito colateral potencialmente letal: até 2% dos pacientes perderam seus leucócitos durante o tratamento. Tiihonen disse que a indústria farmacêutica deve ser culpada em parte pelo fato de a clozapina ter sido negligenciada. "A patente expirou há muito, portanto não será possível fazer grandes ganhos com sua comercialização."
Fonte: O Estado de S.Paulo

FDA pede mudança no rótulo de droga imunossupressora

Medicamentos podem causar efeitos adversos em pessoas transplantadas e com imunidade baixaA FDA (agência norte-americana que regulamenta fármacos e alimentos) publicou um alerta anteontem recomendando a alteração dos rótulos de remédios imunossupressores (usados para evitar rejeição de órgãos após transplante ou para tratar doenças autoimunes).Segundo a FDA, as empresas farmacêuticas deverão informar, nos rótulos dos medicamentos, que os pacientes imunodeprimidos têm risco aumentado de desenvolver infecções oportunistas e de ativar vírus que podem estar latentes no organismo, incluindo o BK -associado ao aparecimento de nefropatia, doença que pode causar falência renal.Todos os medicamentos citados no alerta são comercializados no Brasil. Segundo a FDA, a atual descrição desses remédios na bula não alerta adequadamente para os riscos dos possíveis efeitos adversos.Risco de linfomaO hematologista Nelson Hamerschlack, do hospital Albert Einstein, diz que o alerta da FDA é importante, pois o uso de medicamentos imunossupressores é cada vez mais comum no mundo inteiro.Segundo ele, o uso desses medicamentos também pode ativar o citomegalovírus e o vírus EBV (Epstein-Barr) - diretamente relacionado ao surgimento de linfoma (tipo de câncer que afeta os gânglios linfáticos) após o transplante.Um levantamento inédito realizado pelo hospital entre 1987 e 2008 constatou que 0,54% dos 1.491 pacientes que fizeram transplante desenvolveram linfoma meses ou anos após a cirurgia.Segundo Hamerschlack, os pacientes tiveram que suspender o uso da medicação imunossupressora e foram tratados com quimioterapia ou radioterapia. Metade deles morreu."Tanto o vírus EBV quanto o BK estão presentes na maioria das pessoas. Eles são inofensivos enquanto o sistema de defesa está saudável. O problema surge quando cai a resistência do paciente, e isso acontece por causa dos medicamentos antirrejeição", explica o médico.Hamerschlack diz que, com o levantamento, foi possível estabelecer condutas de tratamento que não eram padronizadas pela literatura médica. Há dois anos, o hospital faz acompanhamento periódico da evolução desses vírus nos pacientes transplantados. "Quando percebemos que o vírus está ativo, começamos a tratar o paciente preventivamente, antes que o linfoma se desenvolva."De acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), como as informações sobre os efeitos adversos dos medicamentos já estão nas bulas, não será necessário fazer mudanças por enquanto.Medicamentos podem causar efeitos adversos em pessoas transplantadas e com imunidade baixaA FDA (agência norte-americana que regulamenta fármacos e alimentos) publicou um alerta anteontem recomendando a alteração dos rótulos de remédios imunossupressores (usados para evitar rejeição de órgãos após transplante ou para tratar doenças autoimunes).Segundo a FDA, as empresas farmacêuticas deverão informar, nos rótulos dos medicamentos, que os pacientes imunodeprimidos têm risco aumentado de desenvolver infecções oportunistas e de ativar vírus que podem estar latentes no organismo, incluindo o BK -associado ao aparecimento de nefropatia, doença que pode causar falência renal.Todos os medicamentos citados no alerta são comercializados no Brasil. Segundo a FDA, a atual descrição desses remédios na bula não alerta adequadamente para os riscos dos possíveis efeitos adversos.Risco de linfomaO hematologista Nelson Hamerschlack, do hospital Albert Einstein, diz que o alerta da FDA é importante, pois o uso de medicamentos imunossupressores é cada vez mais comum no mundo inteiro.Segundo ele, o uso desses medicamentos também pode ativar o citomegalovírus e o vírus EBV (Epstein-Barr) - diretamente relacionado ao surgimento de linfoma (tipo de câncer que afeta os gânglios linfáticos) após o transplante.Um levantamento inédito realizado pelo hospital entre 1987 e 2008 constatou que 0,54% dos 1.491 pacientes que fizeram transplante desenvolveram linfoma meses ou anos após a cirurgia.Segundo Hamerschlack, os pacientes tiveram que suspender o uso da medicação imunossupressora e foram tratados com quimioterapia ou radioterapia. Metade deles morreu."Tanto o vírus EBV quanto o BK estão presentes na maioria das pessoas. Eles são inofensivos enquanto o sistema de defesa está saudável. O problema surge quando cai a resistência do paciente, e isso acontece por causa dos medicamentos antirrejeição", explica o médico.Hamerschlack diz que, com o levantamento, foi possível estabelecer condutas de tratamento que não eram padronizadas pela literatura médica. Há dois anos, o hospital faz acompanhamento periódico da evolução desses vírus nos pacientes transplantados. "Quando percebemos que o vírus está ativo, começamos a tratar o paciente preventivamente, antes que o linfoma se desenvolva."De acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), como as informações sobre os efeitos adversos dos medicamentos já estão nas bulas, não será necessário fazer mudanças por enquanto.
Fonte: Alanac

7.17.2009

O GERENCIAMENTO DA QUALIDADE E AS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO (BPF)



Segundo a Resolução RDC 210 (2003), os medicamentos comercializados no Brasil só podem ser
produzidos por fabricantes detentores de autorização para fabricação e que tenham suas atividades regularmente inspecionadas pelas autoridades sanitárias competentes, sendo que, as BPF devem ser utilizadas como referência nas inspeções das empresas produtoras e como material de treinamento, tanto dos inspetores quanto dos profissionais que atuam na fabricação de medicamentos.
O gerenciamento da qualidade é a função que determina e implementa a “política da qualidade”, ou seja, as intenções e direções relativas à qualidade, determinadas pela administração superior da empresa, devendo possuir estrutura organizacional, procedimentos, processos e recursos apropriados, além de promover ações sistemáticas e precisas, para garantir que o produto fabricado satisfaça as exigências quanto à sua qualidade (RDC 210, 2003). Para a fabricação de medicamentos, um sistema de garantia da qualidade
deve assegurar que:
• Os medicamentos sejam desenvolvidos em cumprimento às BPF’s;
• A produção e controle da qualidade tenham operações especificadas e escritas, cumprindo as BPF’s;
• As responsabilidades gerenciais estejam claramente definidas, com descrição de cargos e funções;
• Exista controle quanto à fabricação, suprimento e correta utilização das matérias primas e materiais de embalagem;
• Sejam realizados todos os controles necessários nas matérias-primas, produtos intermediários,
produtos a granel e produto terminado, além dos controles de processos, calibrações e validações;
• Os medicamentos sejam processados e conferidos, de acordo com procedimentos definidos e não sejam expedidos antes que o pessoal autorizado confirme que foram produzidos com os requisitos prédeterminados;
• Os medicamentos sejam armazenados, distribuídos e manuseados de modo que a qualidade seja mantida durante todo o prazo de sua validade.
Ocorram regularmente auto-inspeções (auditorias internas) que avaliem a aplicação e a efetividade do sistema de garantia da qualidade.
Complementando, segundo a OMS (2003), o gerenciamento da qualidade, é uma prática de gestão para a organização e, em situações contratuais, também serve para gerar confiança nos fornecedores, sendo que os conceitos de garantia da qualidade, BPF e de controle da qualidade são aspectos inter-relacionados e de fundamental importância para a produção e controle de produtos farmacêuticos.

BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO (BPF)
A RDC 210 (2003) define as BPF’s como a parte da garantia da qualidade, que assegura que os
produtos são produzidos de modo consistente e controlado, com a qualidade necessária para seu uso e requerida pelo seu registro. O seu cumprimento está dirigido para minimização dos riscos inerentes da produção de medicamentos, riscos que não podem ser detectados com a análise do produto terminado e são basicamente: contaminação-cruzada, contaminação por partículas e troca ou mistura de produto.

As BPF’s (RDC 210, 2003) determinam que:
• Os processos de fabricação devem estar definidos e serem revisados regularmente; devem ser capazes de produzir medicamentos com o padrão de qualidade exigido e atender às especificações estabelecidas;
• As fases críticas e as modificações dos processos devem ser devidamente validadas;
• As áreas de produção devem possuir infra-estrutura, que inclua: pessoal qualificado e treinado,
instalações, equipamentos, materiais, serviços, armazenamento e transporte adequados,
procedimentos aprovados e escritos de maneira clara e objetiva, além de estrutura para controle de processos;
• Devem ser feitos registros, para demonstrar que todas as etapas do processo de fabricação foram devidamente cumpridas e que a quantidade e a qualidade do medicamento estão de acordo com o estabelecido. Qualquer desvio significativo deve ser registrado e investigado. Esses registros, incluindo a distribuição dos lotes, devem ser arquivados, de modo a possibilitar o rastreamento de qualquer tipo de informação;
• O armazenamento e a distribuição devem ser de tal modo que não interfiram na qualidade do
produto;
• Deve existir um procedimento preparado e capaz de recolher qualquer lote de medicamento, após sua expedição;
• Todas as reclamações, sobre desvio da qualidade dos produtos comercializados, devem ser registradas, analisadas e investigadas. Medidas corretivas devem ser tomadas para se evitar novos erros.

Segundo Jönck (2002), os dez princípios básicos das Boas Práticas de Fabricação, são:

Escrever e elaborar documentos, de forma detalhada (passo a passo), servindo como guias para um desempenho consistente e controlado;
Seguir cuidadosamente os procedimentos escritos;

Ter sempre todos os documentos de trabalho disponíveis e cuidadosamente preenchidos, visando estar de acordo com as normas e proporcionando rastreabilidade, quando necessária;

Demonstrar que os sistemas fazem o que foi designado para fazer, através de um trabalho de validação;

Um estudo de caso de implementação das boas práticas de fabricação em uma empresa de médio porte do setor farmacêutico – dificuldades e recomendações
Integrar a produtividade, a qualidade do produto e a segurança do operador, ao se planejar áreas produtivas ou utilização de equipamentos;

Manter de forma adequada, a manutenção de instalações e equipamentos produtivos;

Possuir definições claras de desenvolvimento pessoal e descrição de cargos na empresa;

Promover a proteção dos produtos contra contaminações, fazendo da limpeza e higiene um hábito diário;

Qualidade traduzida em produtos – utilização de controles sistemáticos de seus itens e processos de fabricação, embalagem, rotulagem, testes analíticos, distribuição;

Conduzir auditorias e inspeções periódicas para aderência e desempenho, segundo normas estabelecidas.

Miguel (1998) cita que os objetivos da norma BPF’s são garantir que os produtos sejam:

• eficazes: exerçam a ação indicada e contenham a quantidade de princípio ativo declarado;
• seguros: possuam efeitos secundários, reduzidos ao mínimo aceitável, quando na dosagem e utilização
corretas;
• estáveis: quando atividades e características são mantidas até o vencimento do prazo de validade.
Os diversos requisitos das BPF compreendem os seguintes elementos: sanitização e higiene, validação, reclamações, recolhimento de produtos, contrato de fabricação e/ou análise, auto-inspeção e auditoria da qualidade, do pessoal, instalações, equipamentos, materiais, e documentação. Todos estes requisitos são detalhados na RDC 210 (2003).


COMPARAÇÃO ENTRE A NORMA DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO E
A ISO 9001 (2000)
Para concluir esses referencial teórico, é interessante que se faça uma comparação das BPF’s com outra norma mais difundida. Para isso, foi escolhida a ISO 9001 (2000), que é uma norma reconhecida internacionalmente e mais conhecida no Brasil.
Como comparação, pode-se dizer que as duas normas apresentam o mesmo objetivo. Segundo a NBR ISO 9000 (2000), “as normas da família ISO 9000 foram desenvolvidas para apoiar as organizações, de todos os tipos e tamanhos, na implementação e operação de sistemas de gestão da qualidade eficazes”.
No caso da norma de BPF, de acordo com a RDC 210 (2003), “ela deve ser utilizada como a base de um sistema de garantia da qualidade para empresas que pretendem fabricar medicamentos no Brasil”.
Assim, ambas são normas utilizadas como base para sistemas de gestão da qualidade, sendo que a primeira, é utilizada por qualquer tipo de empresa, enquanto a segunda, é específica para empresas fabricantes de medicamentos.
A primeira diferença entre essas normas é em função da imposição de seu cumprimento. A adoção da norma ISO 9001 (2000) para um sistema de gestão da qualidade, é uma decisão da organização e ela não impõe uniformidade na estrutura ou na documentação das empresas (NBR ISO 9001, 2000). A norma de BPF deve ser cumprida por todos os estabelecimentos fabricantes de medicamentos, determinando a estrutura e as documentações mínimas exigidas para as empresas (RDC 210, 2003).

Um estudo de caso de implementação das boas práticas de fabricação em uma empresa de médio porte do setor farmacêutico – dificuldades e recomendações
Comparação entre as normas ISO 9001 (2000) e BPF.
A BPF apresenta um detalhamento maior de seus requisitos. O sistema ISO 9001 não contempla todos os aspectos relacionados à qualidade do produto exigidos pela BPF (Macedo, 2003). Desse modo, por ser a base normativa mais utilizada no mundo, algumas empresas farmacêuticas têm utilizado a ISO 9000 em conjunto com as BPF.

Macedo (2003) acrescenta que a compatibilização das duas normas traz grandes benefícios para as empresas.
Alguns desses benefícios são:
• Aprimora o comprometimento da alta administração para com o Sistema da Qualidade;

• Aprimora a sistemática da qualidade assegurada em fornecedores;

• A ISO 9001 possibilita a redução das perdas e, conseqüentemente, o aumento da produtividade;

• Intensifica a conscientização e a prática dos processos preventivos de não-conformidades;
• Cria uma sistemática de ‘foco no cliente’, para melhor atender aos distribuidores e consumidores;

• Fornece apoio para a mudança de cultura dentro da empresa;

• Fornece maior garantia na execução dos procedimentos do Sistema da Qualidade;

• Aprimora os trabalhos voltados para o controle de equipamentos de medição, inspeção e ensaios;

• Aprimora o planejamento da qualidade;

• Insere os indicadores de desempenho da qualidade e outras ferramentas para a busca da melhoria contínua.

Com o intuito de compatibilizar os requisitos da NBR ISO 9001 (2000) com as Boas Práticas de
Fabricação para a indústria farmacêutica, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) elaborou a NBR 14919 (2002), que apresenta requisitos específicos para a aplicação das normas em conjunto, nos sistemas de gestão da qualidade das indústrias farmacêuticas.

Um estudo de caso de implementação das boas práticas de fabricação em uma empresa de médio porte do setor farmacêutico – dificuldades e recomendações

Documentação
Devem existir documentos como a política, os objetivos e o manual da qualidade .
Especifica a necessidade de alguns documentos, como fórmula mestra, especificações, instruções de embalagem, além de determinar que toda a documentação deve ser aprovada pelo responsável do sistema de gestão da qualidade ;


Registros
Determina que devem existir registros legíveis e recuperáveis,
para prover evidências da conformidade com os requisitos
e das operações.
Determina que os registros devem ser efetuados
no momento da ação e serem assinados pelo executor, além de verificados e aprovados por
pessoal qualificado antes da liberação do produto dentro dos padrões de qualidade exigidos .

Responsabilidades
Define as responsabilidades da alta direção
Define a responsabilidade da direção, do responsável técnico, do responsável da produção
e do responsável pelo controle da qualidade.


Rastreabilidade
A empresa deve identificar o produto quando for apropriado
e promover sua rastreabilidade, quando for um requisito
Todos os produtos devem ser identificados e os registros devem permitir a rastreabilidade de
qualquer etapa da fabricação ou do produto, após sua expedição
utilizando-se as BPF conforme a resolução RDC 134 (2001), que não é a edição atual da norma e, sim, aquela determinada pela resolução RDC 210 (2003).
Após esse referencial teórico, com uma introdução sobre algumas bases normativas e a apresentação da norma de BPF, além de dados que demonstram as particularidades do setor industrial farmacêutico, apresenta-se, a seguir, proposta metodológica para a condução do trabalho.
Fonte: Anvisa

COMO TIRAR TATUAGEM




COMO TIRAR TATUAGEM
Um dos maiores erros que você pode cometer com relação ao seu corpo é decidir colocar uma tatuagem. Isto porque devemos tomar muito cuidado na hora de tomar uma decisão no presente que poderemos nos arrepender no futuro.
Seu sinceramente não conheço ninguém que tenha se arrependido no futuro de não ter feito uma tatuagem. Já a situação contrária é mais comum do que se imagina. Lembre-se de que as pessoas mudam. Quem tem 15 a 20 anos hoje será uma pessoa totalmente diferente quando estiver com 35 a 40 anos. Hoje você é um adolescente de cabeça desocupada e que tem como maior e mais importante preocupação na vida fazer uma tatuagem. Amanhã você poderá ser um executivo importante de uma empresa ou um advogado renomado que se arrepende amargamente daquela tatuagem boboca feita a 10 ou 15 anos atras.
Tirar uma tatuagem é muitas vezes mais complicado e doloroso que fazer. Se qualquer um com alguns trocados pode fazer uma tatuagem não é todo mundo que tem o dinheiro necessário para fazer um tratamento de remoção de tatuagem.
O tratamento é caro. É lento. É doloroso e é demorado. Mesmo assim ele pode não ser capaz de eliminar a tatuagem totalmente e a pele nunca voltará a ser o que era antes.
A técnica mais utilizada no mundo todo atualmente é o uso de Laser. É utilizado um tipo de laser diferente para cada cor da tatuagem. Quanto mais colorida é a tatuagem pior principalmente se forem utilizadas cores claras. Após a aplicação a pele fica totalmente inflada e uma crosta é formada. Esta crosta dura de 7 a 10 dias e precisa se tratada com antiinflamatórios. Depois de 40 dias o processo pode ser refeito. É necessário repetir o processo por 6 ou 10 sessões. Dependendo do tamanho da tatuagem e das cores o tratamento pode demorar de 1 ano e meio (para tatuagens simples) a até 2 anos de tratamento.
Tirar tatuagem a laser dói? Sim. Dói mais do que fazer a tatuagem. Muitas vezes a dor é tão elevada que o profissional precisa aplicar uma anestesia local. E como sabemos o uso de qualquer tipo de anestesia pode ser perigoso.
Durante o tratamento você não poderá tomar sol no local da tatuagem pois isto pode prejudicar o tratamento.
Tudo isso também se aplica a maquiagem definitiva que também é um tipo de tatuagem.
Você pode acompanhar este vídeo que mostra uma sessão para remoção de tatuagem a laser. Observe que sobre a tatuagem podemos ver um tipo de queimadura se formando sobre a pele.
Neste vídeo temos o mesmo processo só que o especialista utiliza um tipo de aspirador para capturar a fumaça provocada pela queimadura da pele. O cheiro é igual ao de carne queimada.


REMOVER E APAGAR TATUAGEM COM TAT B GONE
Uma empresa americana vem comercializando um produto feito para tirar tatuagens da pele que não faz uso do dolorido processo de remoção de tatuagens com laser. O produto pode ser aplicado em casa sem a necessidade de se deslocar até uma clinica ou empresa. Para isto é necessário que você consulte um dermatologista e informa sobre a existência do produto TAT B GONE para que o mesmo autorize ou não a utilização do mesmo de acordo com sua pele e sua tatuagem. Nunca utilize nenhum produto na sua pele sem antes consultar um dermatologista.
A vantagem prometida pela empresa que comercializa o TAT B GONE é que o mesmo remove a tatuagem gradativamente sem dor e sem a necessidade de se deslocar da sua casa. Normalmente o tratamento dura 6 meses até a tatuagem desaparecer quase que por completo podendo ser necessário até 9 meses. A demora vai depender do tipo da tinta, a qualidade da tinta utilizada, a profundidade em que a tinta foi aplicada e a cor usada.
Nos EUA o kit necessário para 1 mês de tratamento chega a custar US$ 75.00. Isto significa que uma tatuagem que demore 9 meses para sair terá um custo de US$ 675,00. Segundo a pesquisas realizadas recentemente quase a metade de todas as pessoas que fazem tatuagem um dia se arrependem e pensam na possibilidade de remover. Os principais problema alegados são: Preocupação com o trabalho, mudança de gosto ou de estilo de vida, envelhecimento da pele que deixa a tatuagem cada vez mais feia, mudança de cor na tinta, desenho da tatuagem que saiu da moda ficando ultrapassada e feia, e existe aquelas pessoas que querem apagar a tatuagem atual para fazer uma nova tatuagem sobre o local.

Como tratar de queimaduras

queimadura, seja lá a extensão que for, a primeira providência é colocar a parte afectada debaixo de água fria corrente até que o calor diminua e pare de queimar muitas camadas de pele e, depois, passar clara de ovo, levemente batida, só para que seja mais fácil de aplicar.


Uma pessoa queimou grande parte das mãos ao deixar cair água a ferver da cafeteira.Colocou então a mão debaixo da torneira bastante tempo, para tirar o calor e a violenta dor inicial.Então, abriu 2 ovos e separou as claras, bateu um pouco, e ficou com a mão na clara.


A mão estava tão queimada que, assim que ela colocava a clara em cima, secava e ficava uma película chamada colagénio natural.Ficou algum tempo a colocar camadas de claras na mão.À tarde, não sentiu mais dor e, nodia seguinte, apenas havia a marca vermelha arroxeada onde se tinha queimado.


Depois de 10 dias não havia nenhuma marca da queimadura.Nem a cor da pele mudou.
Aquela parte queimada foi totalmente recuperada pelo colagénio existente na clara de ovos que, na verdade é uma placenta e é cheia de vitaminas.

Alimentação, Hidratação, Atividade Física, BARRIGA: Conheça 8 erros que você nem imagina, mas fazem o abdômem crescer







ALIMENTAÇÃO:


Estudos científicos provaram que o risco dessas doenças diminui com o consumo diário de pelo menos 05 porções de frutas, verduras ou legumes. Esses alimentos podem ser distribuidos nas refeições diárias como neste exemplo:
café da manhã: uma banana;
lanche da manhã: uma maçã;
almoço: um pires cheio de alface;
lanche da tarde: uma laranja;
jantar: um tomate.



HIDRATAÇÃO:

Lembre-se sempre de beber água, no mínimo 08 copos por dia;
Cuide da qualidade da água que consome. Ela deve ser tratada, filtrada ou mineral;
Não esqueça de manter sua caixa d'água sempre limpa;
Aumente a quantidade se o clima estiver mais quente ou de acordo com a atividade física;
Beba água nos intervalos das refeições;
A maior parte do nosso corpo é feita da água. Ela é essencial para o bom funcionamento do nosso organismo;
Ofereça água para crianças e idosos ao longo do dia, eles precisam ser estimulados ativamente a ingerir água.




A atividade física pode contribuir para o bom funcionamento dos órgãos, como coração e o intestino. Se não houver problemas de saúde que impeçam a prática de atividade física, ela deve fazer parte do cotidiano de todas as pessoas. Estudos científicos comprovam que 30 minutos de atividade física por dia trazem muitos benefícios:
diminui a ansiedade, o estresse e a depressão;
melhora o humor e a auto-estima;
diminui 40% a chance de morrer por doenças cardiovasculares;
previne diabetes, hipertensão, osteoporose e problemas respiratórios;
ajuda a controlar o peso, pois queima calorias;
reduz o risco de câncer de cólon e mama;
auxilia no fortalecimento dos idosos, que se tornam mais ca pazes de se movimentar sem quedas.
Os 30 minutos não precisam ser feitos de uma vez só. Você pode somar 15 minutos de caminhada, 05 minutos regando o jardim, mais 10 brincando com uma criança. E podem ser atividades leves, pois o que importa é preticá-las com frequencia.Escolha a forma que melhor se adapta ao seu dia a dia. Você pode, por exemplo:
ir a pé da sua casa ao trabalho;
levar o seu cachorro para passear;
descer do ônibus um pponto antes de sua casa;
subir escadas ao invés de usar elevadores;
pegar crianças na escola a pé;
limpar a sua casa;
arrumar seu jardim;
utilizar a ATI - Academia da Terceira Idade.


Barriga:

1) COMER FRUTAS EM EXESSO: elas são saudáveis, mas também ricas em frutose (carboidrato natural da fruta) e, portanto, devem ser evitadas em grandes porções.PALAVRA DA NUTRICIONISTA: "Um erro bem comum é comer uma pratada de frutas à noite, achando que é algo light. O ideal é limitar a quatro porções por dia"


.2) EXAGERAR NO SUCO DE LARANJA: muita gente pensa que a laranja é a única fonte de vitamina C e bebe litros de suco para aumentar a imunidade.PALAVRA DA NUTRICIONISTA: "É uma bombinha calórica com índice glicêmico alto, ou seja, estimula uma grande liberação de insulina e gera maior acúmulo de gordura local".


3) TIRAR A CASQUINHA DO BIFE À MILANESA: acredite: isso não reduz em quase nada as calorias do alimento.PALAVRA DA NUTRICIONISTA: "A cacrne absorve a maior parte da gordura. a solução é optar por um bife grelhado ou assado, lembrando que a gordura é um vilão para quem tem colesterol alto, diabetes e está bem acima do peso".


4) SECAR A BATATA FRITA COM PAPEL TOALHA: a maior parte da gordura que é ruim para o coração é absorvida pela batata e vai continuar lá por mais sequinha que ela pareça!


PALAVRA DA NUTRICIONISTA: "Prefira a batata cozida ou assada. Uma boa dica é cortá-la em palitos, cozinhar por 15 minutos, sem deixar que ela fique muito mole, e assar em forno quente".


5) ECONOMIZAR CALORIAS DE DIA E ABUSAR À NOITE: o resultado é pior do que se você tivesse se alimentando bem ao longo do dia todo.PALAVRA DA NUTRICIONISTA: "Ficar muito tempo sem comer diminui a nossa capacidade de gastar energia. O correto é fazer pequenas refeições a cada três horas e nunca ficar em jejum por horas".


6) COMER CHOCOLATE À NOITE: depois de um dia estressante, ainda mais na TPM, é difícil resistir à tentação. O problema é, que nesse horário, o organismo precisa de menos energia e ela se acumula no lugar errado.PALAVRA DA NUTRICIONISTA: "O melhor é comer 15g de chocolate meio amargo pela manhã ou após o almoço, pois como alguns estudos mostram, isso reduz a vontade de comer à noite reduz e alivia o estresse".


7) EXAGERAR NOS APERITIVOS E NÃO COMER COMIDA: é pura ilusão pensar que dá para compensar o excesso de guloseimas deixando de lado o prato principal.PALAVRA DA NUTRICIONISTA: "Para você não se encher de calorias vazias, que não fornec em nutrientes importantes ao organismo, o melhor é sempre sair de casa com o estômago cheio. Coma um bom prato0 de salada para evitar o ataque aos aperitivos".


8) FAZER GINÁSTIC A EM JEJUM: essa prática não gasta mais calorias. Antes do exercício, é indica do comer


carboidratos como barrinha de cereal, fruta ou pão integral. Depois da atividade, consuma proteínas como leite, queijo, salada e carne de frango ou peixe.PALAVRA DA NUTRICIONISTA: "Já é cientificamente provado que quando o corpo precisa de energia e está em jejum, a queima de gordura é reduzida, enquanto a queima de tecido magro é priorizada, ou seja, você acaba queimando músculo e mantendo sua gordurinha intacta, além de arriscar sua saúde!".

Sua "cabeça" é de gordo?





04 de julho de 2009

A expressão "cabeça de gordo" pode soar estranha, mas a emoção é um dos inúmeros fatores responsáveis pela obesidade. De acordo com especialistas, a cabeça mais do que o estômago pode destruir suas tentativas de emagrecimento e pesar na balança.
Isso ocorre quando o estado emocional passa a ser dependente da comida. A alimentação deixa de ser uma forma de sobrevivência para se tornar uma fonte de prazer. De acordo com a psicóloga Silvana Martani, especialista em obesidade da clínica de endocrinologia do Hospital Beneficência Portuguesa, não há nada errado em sentir-se bem depois de devorar uma guloseima. O problema começa quando a alimentação passa a ser a única fonte de prazer.
Nesse caso, um prato de comida é colocado como prioridade máxima e a pessoa passa a se desencantar por outros prazeres, em outras áreas da sua vida. "Até mesmo o sexo pode ser deixado de lado", garante a especialista Silvana Martani.

A obesidade e as emoções
Ninguém ficará mais gordo simplesmente por alguma carência emocional. Porém, é impossível negar como o excesso de peso pode mexer com as emoções. "Os obesos têm mais tendência a comportamentos depressivos, pois há a discriminação", afirma José Carlos Pareja, gastroenterologista e Diretor do CCOC (Centro de Cirurgia da Obesidade de Campinas).
Segundo Pareja, a equipe médica para combater os quilos a mais, e suas conseqüências para a saúde, deve ser multidisciplinar. Isso inclui o trabalho de nutricionistas, educadores físicos, endocrinologistas, cirurgiões gástricos (em alguns casos) e, é claro, psicólogo ou psiquiatra. Para o médico, como a frustração, a ansiedade e a baixa auto-estima podem ser descontadas na comida, se não houver um acompanhamento psicológico, serão maiores as chances do retorno do peso perdido.

A sutil separação entre corpo e mente
Uma das maiores provas da ligação entre os sentimentos e a obesidade é quando o obeso passa por uma redução drástica do peso. Em muitos casos, a mente não acompanha as mudanças do corpo. "Quem sempre foi gordo tem dificuldade de esquecer as formas antigas. Por isso, é comum, mesmo depois de uma cirurgia de redução de estômago, uma pessoa ter a impressão de que não vai passar por uma determinada porta ou que não há espaço suficiente em um assento", explica Pareja.
Trata-se do paciente que o gastroenterologista classifica como "gordo emagrecido". "A cabeça continua gorda, porque a pessoa mantém os mesmos hábitos - inclusive os alimentares - anteriores à perda de peso", define.

Será que você tem a "cabeça de gordo"?
O que a psicóloga Silvana Martani chama de "comprometimento emocional com a comida" pode ser detectado por algumas atitudes. Veja se você vive as situações abaixo e descubra se os seus pensamentos estão deixando a balança mais pesada:
- Só sente prazer extremo, um êxtase, quando come. E não consegue nomear outras atividades que provoquem satisfação elevada; - Não prioriza a qualidade dos alimentos;- Não come verduras, legumes e frutas;- Come escondido, fora dos horários das refeições;- O hábito alimentar inadequado muitas vezes foi herdado da família ou foi desencadeado por problemas pessoais e profissionais, que resultam em perda da auto-estima e, em casos avançados, pode levar à depressão;- Acha que sem os quilos extras a sua vida mudaria totalmente. O correto era pensar que se mudasse de vida, aí conseguiria perder esses quilos; - Quer ser "emagrecido", sem esforço, e ainda responsabiliza somente os alimentos e os médicos pelo fracasso na dieta. Nunca assumi a culpa.


Fonte: Portal Terra

7.16.2009

Perigo na cintura

Medida acima dos padrões duplica as chances de hipertensão, infarto e diabetes, e indica necessidade de melhorar a alimentação

Rio - Ao mapear o perfil nutricional de alunos e funcionários da UFRJ, pesquisadores do Instituto de Nutrição descobriram que um mal, muitas vezes esquecido, tem grande incidência, sobretudo entre mulheres. Fator de risco para problemas cardíacos, o acúmulo de gordura na cintura foi visto em 16% das mulheres pesquisadas e em 8,6% dos homens. Foram analisadas 167 pessoas no Restaurante Universitário, no Fundão.

A pesquisa verificou também peso, estatura, Índice de Massa Corporal (IMC), percentual de gordura, além de hábitos alimentares. De acordo com o cardiologista do Hospital Balbino Rogério Moura, a medida máxima para a cintura é 94 cm para homens e 80 cm para mulheres. Quando o índice ultrapassa 102 e 88 cm, respectivamente, é sinal de alerta. “Isso duplica as chances de hipertensão, infarto e diabetes. É preciso melhorar a alimentação, parar de fumar e praticar exercícios”, explica.

Segundo a coordenadora do projeto, Glória Valéria da Veiga, o excesso de peso foi identificado em 29% dos homens e em 18% das mulheres. Por outro lado, nenhum homem estava abaixo do peso, enquanto 12% das mulheres estavam.

Resultado semelhante foi encontrado no índice de gordura corporal. Segundo Glória, metade das mulheres apresentou percentual de gordura abaixo da normalidade e 19% dos homens estavam acima. “Quem está abaixo do peso deve aumentar as calorias de forma saudável, priorizando carboidratos (pães e massas). Quem está acima precisa evitar doces, consumir frutas e praticar exercícios”, diz, acrescentando que 50% dos voluntários não fazem exercícios.

Cerca de 20% dos entrevistados nunca tomam leite e 51% não comem frutas. Mas 82,6% consomem legumes e verduras. E só 7,2% ingerem sempre fast food. Os dados foram colhidos nos dias 16 e 23, e o trabalho é parte da disciplina Avaliação Nutricional, do 5º período.

MALES DETECTADOS NO ESTUDO

IMC ALTO
É fator de risco para doenças cardiovasculares, menor qualidade de vida e sobrecarga nas articulações.

IMC BAIXO
Provoca desnutrição, além de massas muscular e óssea reduzidas e funções mental e cognitiva prejudicadas pela falta de nutrientes.

POUCO LEITE
Consumo insuficiente da bebida causa falta de cálcio no organismo, o que favorece doenças como osteoporose.

EXERCÍCIO FÍSICO
Índice muito elevado de pesquisados não faz exercício. A falta de atividade física favorece o ganho de gordura e também as doenças cardiovasculares.

TRATAMENTO QUE PODE CURAR LEUCEMIA

[voltar]CHILENOS DESCOBREM TRATAMENTO QUE PODE CURAR LEUCEMIA
13/07/2009
Uma pesquisa realizada por cientistas chilenos descobriu um nova forma de tratamento para a leucemia que lança projeções otimistas para uma cura eficaz, já que os tratamentos contra a doença ainda são insuficientes. O hemato-oncologista chileno Bruno Servi e uma equipe de pesquisadores descobriram que as células precursoras da enfermidade - que se escondem na medula óssea dos indivíduos - devem ser extraídas da região e atacadas quando estas chegarem à corrente sanguínea. "O câncer se origina porque algumas células normais da medula óssea ficam 'loucas'. Utilizando ratos como cobaias, descobrimos que quando a leucemia está em seu nicho, o lugar onde vive na maedula óssea, ganha proteção dada pelo ambiente onde se encontra. Se somos capazes de desprender a leucemia da medula óssea, já podemos deixá-la mais vulnerável à quimioterapia", disse Nervi.
Segundo o cientista, a pesquisa comprovou por meio de uma droga que as células da doença, transitoriamente por algumas horas, se desprendem da medula óssea. "Quando elas se soltam e entram na circulação, ao injetar a quimioterapia - medicamentos que entram pelo sangue -, as células precursoras da leucemia morrem. Nos próximos anos, estaremos aprendendo mais com estes mecanismos para entender se podemos usá-los em humanos, chegando à cura de mais pacientes", afirmou.
O avanço foi observado pela companhia Genzyme, empresa líder em biotecnologia no mundo, que se interessou pela investigação do doutor Nervi e seus colaboradores da Pontifícia Universidade Católica (PUC).
Há alguns dias, foi firmado um convênio e a empresa investirá US$ 160 mil em dois anos para que os cientistas continuem a pesquisa. Anteriormente, Nervi havia iniciado os estudos em laboratórios da Universidade de Washington, em Sant Louis (Estados Unidos), onde permaneceu três anos com outro grupo e retornou ao Chile em 2006. Nervi e o restante da equipe estão tentando encontrar um tratamento que seja mais efetivo e que cause menos danos. "Estamos buscando novas maneiras além da quimioterapia, para injetar as substâncias de outras maneiras, como de forma oral", projetou. O médico estima que o estudo alcance ainda um modelo possível de se aplicar em outros tipos de tumor, como os intestinais, hepáticos e de mama. Com informações do UPI. Fonte:
Terra Chile - Notícias Terra

Patentes vencendo

Alternativa estende patentes já vencidas


Em menos de dois anos 23 patentes no País ligadas ao setor farmacêutico devem expirar e cair em domínio público. Com isso, empresas do segmento tentam encontrar alternativas para prorrogar esse prazo, adotando a patente de segundo uso. Para entender melhor, ela é caracterizada quando, por exemplo, pesquisadores descobrem que um remédio para dor de cabeça tem efeitos no combate ao cálculo renal.
No entanto, a "saída" nem sempre dá certo. É o que explicam especialistas em propriedade intelectual ouvidos pelo DCI. "O Brasil ainda discute a viabilidade ou não da patente de segundo uso.
É uma tentativa de burlar o sistema para estender aquela vencida. Mas nem sempre isso é possível, já que é necessário provar melhoria na posologia e isso muitas vezes não acontece", explica o advogado Pedro Szajnferber De Franco Carneiro, do Pompeu, Longo, Kignel & Cipullo Advogados. Segundo ele, algumas empresas tentam garantir, por meio do depósito de novas patentes, aquela antiga, para configurar um avanço da que já existe alegando, por exemplo, uma nova aplicação terapêutica.

"Essa patente de segundo uso não vai impedir a concorrência de fazer uso do remédio. Passou 20 anos, a matéria cai em domínio público", explica o diretor do departamento de patentes da Clarke Modet, Orlando de Souza, que continua: "Isso é uma coisa fantasiosa", afirma. Uma vez vencida a patente, toda e qualquer empresa do ramo pode lançar similares a partir do princípio ativo, objeto da patente. Hoje, os genéricos representam 18% dos remédios consumidos no País. Com as novas patentes vencidas, deverão se aproximar dos 30%.

Como o depósito das patentes não significa segredo da sua formulação, apenas direito exclusivo ao uso, alguns fabricantes de genéricos se anteciparam à expiração das patentes e estão avançados no desenvolvimento de seus produtos com o objetivo de, com patentes por vencer, já exista um correspondente genérico pronto. "Oficialmente todos ficam com acesso à receita do bolo", compara Pedro Carneiro, que busca explicar a postura das empresas: "Mas, na iminência de perder a reserva de mercado, elas buscam alternativas", acredita.

Negativas

A possibilidade de prorrogação de patente já foi rechaçada pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) em outros casos, como quando conseguiu, na Justiça, manter em domínio público o remédio Plavix, usado no tratamento da trombose arterial.
A decisão da Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (RJ), negou, por unanimidade, a prorrogação da patente ligada ao medicamento, como queria seu fabricante. Os desembargadores entenderam a necessidade da produção do genérico, que sai até por um terço do preço original. "O genérico tem um custo extremamente reduzido e a empresa que depositou a patente geralmente teve um gasto imenso", finaliza Carneiro.

Em dois anos, 23 patentes no País ligadas ao setor farmacêutico devem expirar e cair em domínio público. A alternativa encontrada por empresas para prorrogar esse prazo é a adoção da patente de segundo uso.
Abifina

7.15.2009

ALIMENTAÇÃO INFLUENCIA NO RISCO DE TUMOR

10/07/2009
Os vegetarianos são menos suscetíveis a desenvolver câncer linfático, da bexiga e do estômago do que as pessoas que comem carne, concluiu um estudo que acompanhou 60 mil britânicos por 12 anos e foi publicado no "British Journal of Cancer".
No entanto, o provável efeito protetor da dieta vegetariana não foi observado em relação ao câncer cervical.
A pesquisa concluiu ainda que, enquanto na população em geral 33% das pessoas desenvolvem câncer, entre os que não comem carne a chance cai para 29%. Os riscos foram ajustados para idade, tabagismo, álcool, índice de massa corporal, nível de atividade física e uso de pílula anticoncepcional.
Para Paulo Hoff, diretor-executivo do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, o estudo é mais uma evidência de que fatores ambientais, incluindo a alimentação, têm impacto no desenvolvimento do câncer. "A dúvida é que tipo de alimentação é a ideal. Não temos dados para orientar uma dieta vegetariana", afirma. Segundo o médico, embora seja extenso, o estudo pode estar sujeito a vieses importantes porque se baseou em respostas dos entrevistados. "O estilo de vida de um vegetariano pode ser diferente do de um carnívoro, com diferenças no grau de atividades e de estresse, por exemplo.
Então não se sabe se o resultado se deve exclusivamente à dieta ou a uma conjunção de fatores", diz. O risco significativo de câncer cervical entre os vegetarianos, para o oncologista, é exemplar. "Ele tem a ver com exposição ao HPV. Não acho que a causa seja a dieta, mas o estilo de vida." Embora menor do que o dos carnívoros, o risco de os vegetarianos terem câncer de intestino foi considerado elevado -levando em conta que outros estudos demonstraram que uma dieta pobre em frutas e verduras está associada à doença. O problema é que esse tipo de câncer demora décadas para se instalar, e é possível que mudar a alimentação ao longo da vida não diminua os riscos. - Rachel Botelho, da Reportagem Local -
Fonte: Folha de São Paulo - Portal Médico

MODELO ATUAL DE ASSISTÊNCIA MÉDICA (FUNAI) É INSUFICIENTE

MODELO ATUAL DE ASSISTÊNCIA MÉDICA É INSUFICIENTE,
13/07/2009
A proposta defendida por lideranças indígenas de criação de uma Secretaria Especial de Saúde Indígena, no âmbito do Ministério da Saúde, para promover serviços que hoje estão sob responsabilidade da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), é vista com bons olhos pelo presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira. Para o presidente da Funai, o modelo atual de assistência, que inclui contratações terceirizadas feitas pela Funasa para o atendimento aos índios, mostrou-se aquém da necessidade das comunidades, além de ter sido alvo de denúncias de desvio de recursos. - Pode ser uma oportunidade interessante (a criação da Secretaria Especial de Saúde Indígena), que o Ministério da Saúde deve considerar, na medida em que isso seja acompanhado de uma capacitação e qualificação com quadros contratados por meio de concurso, para que seja um passo adiante. Pode ser feita uma melhoria geral na gestão desse subsistema - avalia Meira. As especificidades da saúde indígena, segundo o presidente da Funai, exigem dos profissionais que encaram a missão uma gama de conhecimentos e capacidade de interação que muitos deles nem sempre têm. - A saúde é um ponto crítico, extremamente complexo. Tratar um doente não indígena é uma coisa. Outra coisa é tratar um doente indígena. São povos diferentes, com situações de contato diferenciadas. Tem que ter uma tradução, o médico tem que dialogar com o pajé da aldeia. Meira ressalta também que o Estado brasileiro deve aos índios melhor qualidade assistencial. - A Funasa , a Funai, os ministérios em geral, os estados e municípios, todos estão aquém ainda do que deveria ser oferecido em termos de qualidade de serviços públicos para os povos indígenas. Avançamos muito nos últimos anos , mas dá para melhorar em todas áreas - ressalta. No ano passado, o orçamento da Funai, que Meira considera insuficiente para todas as demandas que o órgão recebe, foi de R$ 132 milhões. Este ano, a execução pode subir para R$ 145 milhões. A maior parte dos recursos vai para a regularização fundiária e a menor, para políticas de promoção, mas o presidente da Funai crê em uma inversão progressiva nos próximos anos. - A tendência é que os recursos necessários para a área de promoção, da cultura, de atividades econômicas e e de direitos sociais, como a ampliação do acesso a aposentadoria pelos indígenas, tenham que crescer mais e se sobrepor aos da regularização fundiária, que ficariam mais para fiscalização e vigilância. (ABr)
Fonte: Jornal do Brasil - Portal Médico

ANVISA ALERTA SOBRE USO DE ANALGÉSICOS E ANTITÉRMICOS PARA GRIPES

13/07/2009
Esses medicamentos podem aumentar o risco da Síndrome de Reye. Segundo o IG, a Anvisa reforçou aos pais e profissionais de saúde o alerta sobre a utilização de medicamentos contendo ácido acetilsalicílico em crianças e adolescentes, em especial, para casos de gripe. Segundo a agência, estes medicamentos podem aumentar o risco da Síndrome de Reye, doença que afeta principalmente em crianças, mas pode ocorrer em qualquer idade. Os princípios ativos ácido acetilsalicílico (AAS), acetilsalicilato de lisina e salicilamida estão disponíveis como analgésicos e antitérmicos. A Síndrome afeta todos os órgãos, podendo ser mais prejudicial ao cérebro e ao fígado e pode ocorrer durante a recuperação de uma infecção viral ou pode desenvolver-se 3 a 5 dias após o início da virose. Seus sintomas incluem vômito persistente, letargia, mudanças de personalidade como irritabilidade ou agressividade, desorientação ou confusão, delírio, convulsões e perda da consciência, exigindo assistência médica imediata.
Fonte: Guia da Farmácia

Síndrome de Reye

A síndrome de Reye é uma doença grave, rapidamente progressiva e muitas vezes fatal, que acomete o cérebro e o fígado, ocorre em crianças e está relacionada ao uso de salicilatos em conjunto com uma infecção viral.

Epidemiologia
A doença afeta principalmente crianças, embora possa ocorrer em qualquer idade, variando entre 6 meses e 15 anos. Felizmente, é rara, com uma incidência anual que varia de 0,16 a 0,88 para 100.000 crianças, com variações regionais e redução progressiva desde a década de 80, geralmente explicada pela contra-indicação do uso de aspirina para febre em crianças.


Fisiopatogenia
A fisiopatogenia da Síndrome de Reye não é conhecida. Estudos epidemiológicos demonstraram correlação entre a doença e o uso de salicilatos (especialmente a aspirina) após quadro viral (geralmente influenza ou varicela). A doença não é contagiosa e estudos recentes identificaram lesões na ultraestrutura mitocondrial que provavelmente estão relacionadas à etiologia.

Características clínicas

Molécula de AspirinaA Síndrome de Reye é caracterizada por um quadro viral, como gripe ou catapora, uso de salicilatos para controle dos sintomas e depois encefalopatia metabólica progressiva, com edema cerebral e hipertensão intracraniana (com cefaléia, vômitos e irritabilidade evoluindo para alteração do nível de consciência e coma) e esteatose hepática microvesicular com insuficiência hepática. Pode evoluir com falência neurológica e hepática seguida de falência de múltiplos órgãos e óbito. Não há tratamento específico, apenas suporte intensivo.


Diagnóstico diferencial
Como não há exame diagnóstico específico, pode ser confundida com encefalite, meningite, diabete, overdose de droga, envenenamento, síndrome de morte infantil súbita, doença mental ou insuficiência hepática colestática com encefalopatia.


Críticas ao diagnóstico
Estudos mais recentes sugerem que a Síndrome de Reye não é uma entidade única, mas um grupo heterogêneo de doenças relacionadas não só ao vírus da influenza e varicela e ao uso de salicilatos, mas também ao uso de antieméticos e outras infecções virais. Sugerem ainda que a redução na incidência da síndrome nas últimas décadas deve-se não apenas à restrição do uso de aspirina, mas também ao avanço tecnológico e diagnóstico, que permitiram diferenciar entre uma causa idiopática (a Síndrome de Reye) de outras afecções (vide diagnóstico diferencial).


Referências
Bircher, J, Benhamou, JP et al. Oxford Textbook of Clinical Hepatology, Oxford Medical Publications,1999
M Casteels-Van Daele, C Van Geet, C Wouters. Reye syndrome revisited: a descriptive term covering a group of heterogeneous disorders. Eur J Pediatr. 2000; 159(9):641-8
Calvani M Reye's syndrome: the death of a syndrome? (Or death by a syndrome?) Recenti Prog Med. 2000; 91(12):675-80
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_de_Reye"

Fonte:Wikipedia

PROIBIÇÃO PARA O HELLEVA

LABORATÓRIO ESCLARECE PROIBIÇÃO PARA O HELLEVA
07/07/2009
Fabricante do medicamento indicado para disfunções eréteis afirma que a Anvisa proibiu somente a publicidade destinada ao público leigo. O laboratório Cristália Produtos Químicos e Farmacêuticos enviou uma nota de esclarecimento acerca da proibição da publicidade do medicamento Helleva, determinada no último dia 29 de junho pela Anvisa. De acordo com o fabricante, a Agência proibiu somente as ações publicitárias e campanhas de divulgação do medicamento direcionadas ao público leigo, não fazendo nenhuma restrição às ações direcionadas à mídia segmentada. Segundo informações obtidas junto ao laboratório, a suspensão da publicidade do medicamento - indicado para tratamento de disfunções eréteis - foi motivada pelo fato de Anvisa ter considerado que as campanhas do produto não possuíam uma linguagem e um tom adequado. A conta publicitária do laboratório Cristália está na carteira G11 desde o início de 2008. Em março deste ano, a Motivare - agência de trade marketing do empresário Alain Levi - conquistou a conta promocional do medicamento Helleva. As informações são do Meio&Mensagem. -
Fonte: Guia da Farmácia

O EFEITO DESTRUIDOR DO ÁLCOOL

09/07/2009
Pesquisa desvenda área onde o álcool atua no cérebro. A descoberta vai ajudar no tratamento do alcoolismo.
Fala arrastada, falta de coordenação motora, perda da autocrítica. Os efeitos do álcool no comportamento são conhecidos por todos. Mas faltava à ciência descobrir como, exatamente, a bebida age no cérebro, provocando não só esses sintomas, mas doenças que vão da perda da memória à demência.
Pesquisadores da Universidade da Califórnia e do Instituto Salk de Ciências Biológicas, nos Estados Unidos, anunciaram ter resolvido a questão. Em um artigo publicado na revista especializada Nature Neuroscience, a equipe, conduzida pelo professor Paul Slesinger, afirmou ter localizado a área onde as moléculas do etanol atuam.
Nosso cérebro funciona como um intrincado maquinário, com cerca de 100 bilhões de células que se comunicam entre elas a partir de transmissões elétricas e químicas. Quando pensamos algo, é disparada a conexão entre um neurônio e outro. Segundo os pesquisadores, quando uma pessoa ingere álcool, o etanol conecta-se diretamente a uma proteína chamada Girk. Ativada, ela libera potássio, substância que diminui a atividade do cérebro. "Esse é um dado inédito e pode guiar pesquisas que auxiliem no arsenal terapêutico contra o alcoolismo e doenças relacionadas ao álcool", diz a psiquiatra Camila Magalhães Silveira, coordenadora do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa). Hoje, existem basicamente três tipos de substâncias farmacológicas utilizadas para o tratamento do alcoolismo. Elas inibem o metabolismo do etanol pelo organismo, diminuem o prazer relacionado ao consumo da bebida ou reduzem as crises de abstinência. Porém, nenhum remédio é capaz de cortar, diretamente, o efeito do álcool nos neurotransmissores. "Quanto mais soubermos como se dá a ação do álcool no cérebro, melhores poderão ser os medicamentos no tratamento do alcoolismo para reduzir a vontade de beber e diminuir a síndrome de abstinência", afirma a psiquiatra Analice Gigliotti, presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead), a respeito da pesquisa norte-americana.

AÇÃO DEVASTADORA - De uma coisa, porém, todos os pesquisadores e médicos sabem: os efeitos do álcool são devastadores no cérebro. "Não existe consumo benéfico, nem seguro", garante a psiquiatra Camila Magalhães Silveira. Principalmente para menores de 18 anos, cujas estruturas, ainda em formação, podem ser destruídas, de acordo com a especialista. "O consumo intenso e crônico do álcool alarga o ventrículo cerebral e diminui o córtex, causando demência", diz. Não é preciso ser dependente químico para sentir as ações maléficas do etanol. A ingestão do álcool, ainda que em pequenas doses, já mexe com vários neurotransmissores. A curto prazo, a bebida age como depressora do sistema nervoso central. "Com o uso prolongado, ocorre a toxicidade cerebral", alerta Analice Gigliotti. Ela explica que, em alguns casos, é possível minimizar o prejuízo. Isso ocorre, por exemplo, quando o excesso de bebida provoca edema no cérebro. "Mas na maioria das vezes, o dano é irreversível", lembra. O neurologista Ricardo Teixeira, diretor do Instituto do Cérebro de Brasília, diz que, além do alcoolismo e da intoxicação, o álcool é responsável por problemas sociais, como violência e acidentes no trânsito. Também provoca males ao organismo, principalmente ao sistema cardiovascular. De acordo com uma compilação de artigos científicos publicados recentemente no periódico britânico The Lancet, são mais de 200 as doenças associadas ao uso da bebida, incluindo mal de Alzheimer e diversos tipos de câncer. Embora cardiologistas, eventualmente, recomendem uma dose diária de vinho, Ricardo Teixeira lembra que não se pode falar em dose segura, pois, ao mesmo tempo em que pode trazer algum benefício ao coração, o álcool também é responsável pelo aparecimento de tumores malignos. "Uma pesquisa recente feita com 1 milhão de mulheres mostrou que uma dose por dia pode aumentar o risco do aparecimento de câncer de mama, reto e fígado", diz o neurologista. "Ninguém deveria começar a beber. Mas se já bebe, deve diminuir", ensina. Isso vale principalmente para os brasileiros que têm o hábito de abusar da bebida nos fins de semana, achando que, por ser algo esporádico, o organismo não vai reclamar. "É um comportamento que traz grandes prejuízos, incluindo o aumento nas chances de infartar", diz a coordenadora do Cisa, Camila Magalhães Silveira. Assista ao filme Como falar sobre uso de álcool com seus filhos, do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) E EU COM ISSO - Uma pesquisa da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) constatou que 52% dos brasileiros ingerem bebidas alcoólicas. Mais de 20% dos homens e 12% das mulheres confessaram que bebem mais de cinco doses por vez, padrão considerado perigoso pelos médicos. Um estudo russo mostrou que, mesmo quando boa parte da população é abstêmia, a bebida tem efeitos devastadores: uma em cada duas mortes prematuras em adultos ocorrem por causa do álcool, seja por doenças ou acidentes de trânsito. - Paloma Oliveto -
Fonte: Correio Braziliense - Portal Médico

Farmacia já pode vender refrigerantes, brinquedos, sorvetes, doces, picolé etc

LEI PERMITE QUE FARMÁCIAS VENDAM PRODUTOS DE CONVENIÊNCIA
07/07/2009
No Distrito Federal, entre os produtos permitidos, estão bebidas não alcoólicas, brinquedos educativos e pães.
A Lei nº 4.353, publicada no Diário Oficial do Distrito Federal, autoriza qualquer farmácia e drogaria do Distrito Federal a vender itens de conveniência.
Entre os produtos permitidos, estão bebidas não alcoólicas, brinquedos educativos, pães e câmeras digitais. Os consumidores podem ainda tirar xerox, sacar dinheiro e pagar contas dentro dos estabelecimentos farmacêuticos. A Lei distrital entrou em vigor na última quinta-feira (2), mas pode não ser colocada em prática. Os consumidores gostam, mas a medida está causando polêmica. A Anvisa critica. O Conselho Regional de Farmácias (CFR) pretende questionar na Justiça sua legalidade. A lei pode ser julgada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), onde tramita, há um ano, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) sobre o tema. Os defensores dizem que a aplicação da lei distrital garante mais conforto aos consumidores e engorda o caixa das farmácias. Autor do projeto de lei, o deputado distrital Leonardo Prudente (DEM) alega que a qualidade dos medicamentos não será afetada, uma vez que Vigilância Sanitária local e a Anvisa vão fiscalizar de forma separada os produtos. A lei prevê que as farmácias disponham de forma adequada "os artigos de conveniência - em prateleiras, estantes ou balcões separados dos utilizados para o comércio e armazenagem de medicamentos". A LEI DISTRITAL NA ÍNTEGRA - LEI Nº 4.353, DE 1º DE JULHO DE 2009.

(Autoria do Projeto: Deputados Leonardo Prudente e Paulo Tadeu). Dispõe sobre o comércio de artigos de conveniência e prestação de serviços de utilidade pública em farmácias e drogarias no âmbito do Distrito Federal.

O VICE-GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, NO EXERCÍCIO DO CARGO DE GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, FAÇO SABER QUE A CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL DECRETA E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI:

Art. 1º Fica permitido às farmácias e drogarias instaladas no território do Distrito Federal comercializar artigos de conveniência.

§ 1º Consideram-se artigos de conveniência, para fins desta Lei os seguintes produtos:

I - leite em pó e farináceos;

II - cartões telefônicos e recarga para celular;

III - meias elásticas;

IV - pilhas, carregadores, filmes fotográficos, cartão de memória para máquina digital, câmeras digitais, filmadora, colas rápidas;

V- mel e derivados, desde que industrializados e devidamente registrados;

VI - bebidas não alcoólicas como: refrigerantes, sucos industrializados, água mineral, iogurtes, energéticos, chás, lácteos e refrigerantes orais, em suas embalagens originais;

VII - sorvetes, doces e picolés, nas suas embalagens originais;

VIII - produtos dietéticos e ligtht;

IX - repelentes elétricos;

X - cereais tais como: barras, farinha láctea, flocos, e fibras em qualquer apresentação;

XI - biscoitos, bolachas e pães, todos em embalagem originais;

XII - produtos e acessórios ortopédicos;

XIII - artigos para higienização de ambientes;

XIV - suplementos alimentares destinados a desportistas e atletas;

XV - eletrônicos condicionados a cosméticos, tais como: secadores, prancha, escovas elétricas e assemelhados;

XVI - brinquedos educativos;

XVII - serviço de fotocopiadora.

§ 2º Fica permitida a instalação de caixa de auto-atendimento bancário nas dependências das farmácias e drogarias;

§ 3º Fica permitida a prestação de serviços de utilidade pública, como recebimento de contas de água, luz, telefone, boletos bancários, bem como venda de recarga de telefonia, bilhetes de transportes públicos.

Art. 2º As farmácias e drogarias ficam obrigadas a dispor, adequadamente, os artigos de conveniência em prateleiras, estantes ou balcões separados dos utilizados para o comércio e armazenagem de medicamentos.

Art. 3º O estabelecimento que optar por comercializar qualquer dos produtos descritos no artigo

1º desta Lei, deverá requerer junto ao poder público a alteração de seu alvará de funcionamento.

Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 5º Revogam-se as disposições em contrário.



Brasília, 1º de julho de 2009.

121º da República e 50º de Brasília

PAULO OCTÁVIO ALVES PEREIRA

As informações são da Febrafar -

ESPERMA A PARTIR DE CÉLULAS-TRONCO

ESPERMA A PARTIR DE CÉLULAS-TRONCO
11/07/2009
Um cientista iraniano afirma ter criado espermatozoides a partir de células-tronco. O que isso significa. O cientista iraniano Karim Nayernia anunciou na semana passada que sua equipe na Universidade Newcastle, no Reino Unido, conseguiu criar espermatozoides a partir de células-tronco extraídas de embriões humanos. O trabalho, ainda em fase inicial e publicado no periódico científico Stem Cells and Development, abre novas perspectivas para a compreensão e o tratamento da infertilidade. A equipe extraiu células-tronco de embriões congelados, submeteu esse material a um coquetel de hormônios e nutrientes e diz ter conseguido induzir as células a se transformar em gametas masculinos. Segundo os cientistas, eles são parecidos com os naturais: têm 23 cromossomos, cabeça e cauda, proteínas essenciais para fertilizar o óvulo e capacidade de se movimentar. Mas não são idênticos aos originais. O trabalho foi recebido com ceticismo. "É um bom caminho de pesquisa, mas ainda vai demorar até essa técnica virar um tratamento", diz Edson Borges Jr., da Clínica Fertility, em São Paulo. "Identificar visualmente uma célula como espermatozoide (o que foi feito neste estudo) é muito diferente de provar que essa célula está apta à fecundação normal de um óvulo." Nayernia pretende trabalhar agora com células da pele de homens inférteis. A ideia é induzi-las a voltar no tempo e se comportar como células embrionárias (o que já foi feito por vários grupos). E, depois, criar espermatozoides a partir delas seguindo a receita do estudo divulgado agora. Se isso funcionar, homens inférteis poderão obter espermatozoides capazes de transmitir seu DNA às futuras gerações. Mais uma vez, o trabalho despertou a polêmica sobre a possibilidade de lésbicas virem a ter filhos legítimos sem nenhuma participação masculina. Bastaria extrair uma célula da pele de uma delas, criar espermatozoides a partir dessa célula e fecundar o óvulo da parceira. Nayernia explica que as coisas não são tão simples. "Para criar os espermatozoides precisamos de células embrionárias que contenham os cromossomos masculinos (XY)", diz. "Quando usamos células-tronco com cromossomos femininos (XX), conseguimos induzi-las a virar uma forma primitiva de espermatozoide, mas não chegamos a espermatozoides maduros." Genes localizados no cromossomo Y parecem ser essenciais para comandar o amadurecimento dos espermatozoides. As pesquisas com células-tronco estão evoluindo mais rápido que os costumes. "Num futuro não muito distante será possível gerar vida de outras formas. Isso trará vantagens para os casais inférteis e questões éticas importantes", diz o neurocientista Stevens Rehen, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A sociedade terá de decidir o que é aceitável. COMO CRIAR GAMETAS - A nova técnica pode melhorar o conhecimento sobre a infertilidade. COMO FUNCIONA - Reprodução 1. Células-tronco, aquelas que podem se transformar em qualquer tecido, foram extraídas de embriões do sexo masculino; Reprodução 2. Foram cultivadas num coquetel de hormônios e nutrientes que as induziram a se transformar em espermatozóides; eprodução 3. Os espermatozoides obtidos são parecidos com os naturais. Ainda não se sabe se eles serão capazes de fecundar óvulos. O próximo passo será extrair células da pele de homens inférteis e, a partir delas, criar espermatozoides que contenham o DNA deles.
Fonte: ÉPOCA - Portal Médico

TROCA DE PELE

TROCA DE PELE
11/07/2009
Cientistas testam terapias com células-tronco para rejuvenescer o rosto e reconstruir os seios. A aplicação de terapia com célulastronco adultas - encontradas em várias partes do corpo - promete transformar a dermatologia e a cirurgia plástica. Médicos e biólogos no Brasil e no exterior têm conseguido em experiências bons resultados na correção de rugas, queimaduras, cicatrizes, calvície e até na reconstrução de órgãos, como mamas e ossos. Porém, eles afirmam que é cedo para garantir que esses novos tratamentos serão eficazes e seguros, e alertam para os perigos de falsas promessas, como "cremes rejuvenescedores à base de células-tronco" à venda no Brasil. Isso não existe, advertem os especialistas. Já se sabe que células-tronco do cordão umbilical, sob determinadas condições in vitro, podem originar células da pele humana. No I Simpósio Nacional de Terapia Celular e Engenharia Tecidual da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), realizado semana passada em São Paulo, médico se cientistas discutiram esse tema e os principais avanç os na área. Por exemplo, já existem pesquisas com célulastronc o mes enquimais - de distribuição em volta dos vasos e com capacidade ampla de diferenciação - para atenuar o envelhecimento cutâneo. Essas células são preparadas em laboratório e injetadas nas rugas. - Há melhora do aspecto da pele, mas a técnica é experimental. As célulastronco adultas podem ser obtidas de tecido adiposo (gordura), geralmente lipoaspirado e descartado - diz a médica Neide Kalil Gaspar, professora titular da Universidade Federal Fluminense (UFF). Hoje já se houve falar de cosméticos "à base de células-tronco" para tratar envelhecimento de pele, porém Neide afirma que isso não tem qualquer fundamento. Paula Dadalti Granja, doutora em dermatologia pela UFRJ e com experiência em reparação de tecidos também chama a atenção para o assunto. Recentemente uma empresa suíça lançou o PhytoCellTec, produto cuja propaganda diz ser "um ativo antienvelhecimento revolucionário baseado em células-tronco de maçã suíça, que protege e estimula as células da pele": - A nomenclatura célula-tronco para o produto não é a ideal. Mas haveria uma célula precursora nos vegetais com atividade semelhante e que do ponto de vista da biologia não seria grande absurdo. A questão é que são propostos efeitos em humanos sem respaldo científico - diz Paula. Há outras fórmulas no mercado, com propaganda semelhante, como o cosmético Amatokin, de laboratório americano, que diz usar "tecnologia de célulastronco". O peptídeo que dá nome à formula - descoberto por cientistas russos - promete atenuar a aparência de cansaço da pele e as rugas. - Os fabricantes dizem que ele contém peptídeos que estimulariam as célulastronco. Na verdade, manter células humanas num creme demandaria o conhecimento de uma tecnologia que ainda não dominamos. E mesmo que isso fosse possível, como estas células penetrariam na pele íntegra? - questiona Paula. POSSIBILIDADE DE RECONSTRUIR OSSOS - Por enquanto, não existe nada no mercado com células-tronco humanas, mas as pesquisas parecem promissoras. A cientista Lydia Masako Ferreira, da Unifesp, discutiu no simpósio estudos que testam em animais o uso célulastronco mesenquimais para reconstrução do crânio. E esta é apenas uma das aplicações: - Pesquisas indicam que células-tronco de ligamento periodontal talvez sejam fonte de produção de colágeno, algo interessante para a cirurgia plástica e a dermatologia. Enxerto de tecido adiposo com células-tronco da própria paciente podem ser úteis na reconstrução de mamas, em mulheres operadas de câncer. Para o cientista Radovan Borojevic, professor titular da UFRJ, a terapia celular em dermatologia vai melhorar o tratamento da pele, especialmente de lesões graves, como queimaduras. Mas a área estética também será beneficiada. - O tecido adiposo oferece uma boa reserva de células-tronco e é fácil de se obter. As pesquisas de terapias para recuperar articulações vão bem - diz. O cirurgião plástico Ithamar Stocchero está otimista. - Podemos, no futuro, preparar um lote de pele de um paciente que será operado para usá-lo em caso de necessidade, reduzir cicatrizes e até criar órgãos e car tilagem, sem risco de rejeição. No caso dos seios, é provável que um dia as próteses sejam desnecessárias - aposta o médico de São Paulo. CABELOS - Cientistas acreditam que é possível tratar a perda de fios a partir de células-tronco do folículo piloso. Ele é um órgão em miniatura, que ofereceria múltiplas linhagens para cobrir áreas calvas. MAMAS - Cientistas testam enxerto rico em células-tronco retiradas de tecido gorduroso no tratamento de mulheres com câncer submetidas à operação de retirada de mama. Houve discreto aumento dos seios. REJUVENESCIMENTO - Médicos estão tratando rugas com injeção de células-tronco adultas retiradas de tecido adiposo (gordura) do próprio paciente. Os primeiros estudos mostram bons resultados, inclusive maior produção de colágeno. A técnica precisa ser reproduzida e validada para ser feita em larga escala. Outra boa fonte de colágeno são células-tronco da região das gengivas. ÓRGÃOS NOVOS - Células-tronco poderão ser isoladas e expandidas para tratar queimaduras e cicatrizes. Ela já são usadas para reconstruir órgãos. A colombiana Claudia Castillo, de 30 anos, recebeu uma traqueia nova, criada a partir de suas próprias células-tronco e da traqueia de um doador morto, usada como molde. Já foram criadas partes de bexigas a partir de células-tronco de pacientes. BOLHAS - Há estudo com células-tronco do próprio paciente para tratar a epidermolise bolhosa, doença hereditária rara que causa fragilidade na ligação da derme com a epiderme. As bolhas se formam com pequenos traumatismos ou fricção. As células são modificadas in vitro e reintroduzidas, formando uma proteína que corrige o defeito na pele. MÚSCULO, CARTILAGEM E OSSO - Estudo em animais revelou que células-tronco adultas revigoram tecido muscular danificado. Elas seriam úteis em fraturas e lesões de cartilagens. Uma ideia é colocar na área doente uma espécie de tela rígida e usar uma droga para fixar as células-tronco. Isso estimularia a formação de osso e cartilagem. - Antônio Marinho e Roberta Jansen -
Fonte: O Globo - Portal Médico

NOVA ESPERANÇA PARA A CURA DOS LINFOMAS

NOVA ESPERANÇA PARA A CURA DOS LINFOMAS
12/07/2009
Uma pesquisa desenvolvida em Ribeirão Preto (SP) pode tornar mais próxima a cura do câncer linfático. Depois de cerca de seis anos de trabalho, os cientistas conseguiram dar fim a um dos tipos desse câncer em camundongos, comprovando a hipótese de que uma proteína estaria diretamente relacionada à formação do tumor. Os próximos testes serão feitos com amostras de tumores humanos. A descoberta pode originar uma droga inibidora do câncer linfático. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o linfoma (câncer que se origina nos gânglios) é o quinto câncer mais frequente em todo o mundo, e o número de casos duplicou nos últimos 25 anos. O tipo de câncer investigado nesse estudo é conhecido como linfoma não-Hodgkin. Ele é causado por uma alteração genética que faz com que existam, no material genético, várias cópias de um mesmo gene, o myc. Esse excesso leva à replicação anormal da célula e o comando para que ela se replique é dado por meio de proteínas. - Se conseguíssemos barrar a ação dessas proteínas, impediríamos o desenvolvimento do linfoma -, explica o médico Eduardo Rego, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP). CRUZAMENTOS - Para confirmar a influência das proteínas no desenvolvimento do linfoma não-Hodgkin, os pesquisadores cruzaram dois grupos de camundongos alterados geneticamente. O primeiro grupo era composto por animais que apresentavam a doença e nos quais o myc estava superexpresso, ou seja, aparecia com muitas cópias. O segundo grupo, por sua vez, apresentava níveis muito baixos da proteína codificada por esse gene, batizada de L24, e os linfócitos estavam em condições normais. Os filhotes nascidos desses cruzamentos não desenvolveram o câncer linfático, comprovando a hipótese inicial de que a proteína L24 teria relação direta com a replicação anormal das células, característica desse tipo de câncer. A próxima etapa do estudo é testar amostras de linfomas humanos. - Em seguida, poderemos criar uma droga que se ligue à proteína L24 e impeça sua ação, inibindo o desenvolvimento do tumor maligno - prevê Rego. - Marcella Huche, Ciência Hoje / Rj -
Fonte: Jornal do Brasil - Portal Méd

OBCECADOS PELA MAGREZA


09/07/2009
A anorexia e a bulimia já atingem, respectivamente, 1% e 5% das mulheres no mundo, mas é cada vez mais comum entre homens. Reféns da busca desenfreada por padrões de beleza estabelecidos no cinema, no mundo da moda ou na publicidade, jovens e adolescentes se empenham em alcançar formas e contornos nem sempre tangíveis. A obsessão pela magreza pode desencadear a bulimia nervosa e a anorexia nervosa, doenças classificadas no grupo de transtornos alimentares pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Quando abatem artistas ou modelos famosas, os distúrbios viram notícia. No entanto, anônimos insatisfeitos com a própria imagem e determinados a se enquadrar na ditadura de corpos perfeitos são cada dia mais atingidos pelos problemas. Embora não se saiba com precisão o número de anoréxicos e bulímicos no Brasil e no mundo, é certo que as duas doenças são realidade em praticamente todos os países. Segundo Adriano Segal, diretor de Psiquiatria de Transtorno Alimentar da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), a anorexia atinge 1% da população feminina mundial, enquanto que a bulimia chega a 5%. "São doenças psiquiátricas crônicas causadas por uma complexa interação entre aspectos genéticos, psicológicos e sociais, sempre desencadeadas por dietas alimentares", observa o médico. "Profissionais valorizados pela forma física, como modelos, bailarinas e jóqueis, têm maior chance de desenvolverem os transtornos, mas com o 'tsunami' de regras estéticas absurdas, as doenças atingiram pessoas de outras áreas", relata Segal. A prevalência entre os homens é de cinco a 10 vezes menor que a incidência entre as mulheres, mas o impacto na vida do doente e dos familiares é desastroso em todos os casos. Os sinais e sintomas mais evidentes são o medo de engordar e as mudanças no comportamento alimentar, caracterizado pela recusa de alimentos, no caso da anorexia, ou pelo comportamento compulsivo ao se alimentar seguido da tentativa de eliminar o que foi ingerido (provocando o vômito ou usando de laxantes, por exemplo), no caso da bulimia. DEPRESSÃO - O psiquiatra do Programa de Orientação e Assistência aos Pacientes com Transtornos Alimentares da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Marcel Higa Kaio, alerta que pelo menos 30% dos pacientes também sofrem de depressão. "As duas doenças trazem consequências que comprometem ainda mais a autoestima. Nos homens anoréxicos, é observada a perda do interesse sexual. Nas mulheres, há interrupção da menstruação e possível comprometimento da fertilidade. Mas uma série de transtornos nos rins, coração e outros órgãos são comuns tanto para eles quanto para elas", enfatiza Kaio. Embora crônicos, os dois problemas são passíveis de tratamento quando o diagnóstico não é tardio. O problema é que a vítima, principalmente a de anorexia, não aceita a doença e se nega a tratá-la. Raphael Boechat, psiquiatra e professor da Universidade de Brasília (UnB), lembra que a negação leva a família e os próprios pacientes a procurarem ajuda somente quando o mal está em fase avançada. De acordo com ele, sem tratamento, os transtornos se agravam, gerando outras enfermidades. "Alguns anoréxicos chegam aos hospitais correndo risco de morte, restando poucas opções aos médicos", lamenta. Boechat adverte que de 5% a 18% dos pacientes anoréxicos morrem em decorrência da doença e que a bulimia pode evoluir para o câncer do esôfago em razão dos vômitos que alteram a mucosa do órgão. "A família e os amigos exercem papel importante na aceitação e no incentivo pela busca de ajuda especializada. Sozinho, o doente dificilmente busca o tratamento", aponta o médico. Infelizmente, ainda há muito desconhecimento sobre os problemas. Pesquisa do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revela que grande parte dos pais subestima a gravidade dos trasntornos. "Isso se relaciona a uma crença de que as alterações de comportamento dos filhos são uma postura típica da adolescência", dizem os autores do estudo, Cybele Espíndola e Sérgio Blay. "EU ME VIA ENORME" - Além dos danos físicos, os males fazem com que a vida emocional e profissional dos doentes estacione. A mestre em relações internacionais A.B.G.*, 33 anos, reconhece que parou no tempo e que sem a ajuda dos pais jamais teria sobrevivido aos dois transtornos. "Tinha 19 anos quando desenvolvi a bulimia. Meu peso era normal, mas me via enorme diante do espelho. Tinha um histórico de dietas e depressão e via na comida uma forma de descarregar minhas insatisfações e frustrações. Como desejava um corpo perfeito, passei a tomar laxantes para compensar o que comia", conta. O próximo passo de A. foi começar a provocar o vômito. "Não sou baixa, tenho 1,71m, mas a distorção em relação a minha imagem era tanta que, além dos vômitos e dos laxantes, passei a comer o mínimo possível. Cheguei a pesar 46kg. Mesmo assim, decidi casar e ir morar nos Estados Unidos, onde precisei ser levada às pressas para o hospital. Uma parada cardíaca era iminente", relata. Os médicos a enviaram para um centro de tratamento específico para pacientes com transtornos alimentares. "Entendi que poderia ter uma alimentação normal sem engordar, mas quando voltei ao Brasil tive uma recaída. Essas doenças são um vício. A caminhada de volta é dolorosa. Retornei para os Estados Unidos para me tratar e, desde 2006, tenho superado o problema. É uma luta diária. Sou uma sobrevivente", conclui. * Nome não revelado a pedido da entrevistada. - Márcia Neri -
Fonte: Correio Braziliense - Portal Médico

7.14.2009

Tratamento para o câncer de fígado é aprovado no Brasil

Tratamento para o câncer de fígado é aprovado no Brasil

O câncer de fígado é o quinto tipo de câncer mais freqüente no mundo e é a complicação mais grave da cirrose hepática. Até hoje, não havia opção de tratamento para os casos mais graves. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) acaba de aprovar o uso do Nexavar@ (tosilato de sorafenibe - da Bayer Schering Pharma) para o tratamento do câncer de fígado. A aprovação foi baseada nos resultados de um estudo clínico mundial com mais de 600 pacientes com câncer de fígado avançado e que revelou um aumento de 44% da sobrevida.

O medicamento de uso oral é uma terapia-alvo (age diretamente nas células doentes, preservando as sadias) aprovada em mais de 60 países para o tratamento de tumores renais. Após mais de 30 anos e centenas de estudos clínicos com outras drogas, o tosilato de sorafenibe é o primeiro tratamento a demonstrar resultados efetivos contra o câncer de fígado, o quinto tipo mais freqüente no mundo e a terceira causa de morte por câncer, levando a mais de 500 mil mortes por ano.

No Brasil, estima-se que sejam feitos entre 2 e 3 mil diagnósticos da doença por ano. Segundo especialistas, até hoje existiam poucas e ineficazes opções de tratamento sistêmico para este tipo de câncer, pois nenhuma droga apresentava benefícios comprovados para o seu controle. “Isso acontece porque cerca de 95% dos pacientes com câncer de fígado tem cirrose hepática concomitantemente e a quimioterapia convencional se tornava muito agressiva”, afirma a gastroenterologista Luciana Kikuchi, Médica Assistente e Coordenadora do Ambulatório de Oncologia Hepática do Serviço de Gastroenterologia Clínica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

A especialista explica que quando o paciente descobre a doença por causa de sintomas relacionados ao tumor, como dor e emagrecimento, geralmente o câncer de fígado já está em um estagio avançado. “Por isso recomendamos a todos os pacientes com cirrose hepática que realizem ultrassonografia de abdome pelo menos uma vez ao ano, pois desta forma o diagnóstico pode ser feito em uma fase precoce, quando há opções de tratamento curativo”, completa.

Estudos com o tosilato de sorafenibe trazem nova esperança para pacientes e médicos. “É a primeira terapia que efetivamente demonstrou prolongar a sobrevida dos pacientes com carcinoma hepatocelular”, afirma o hepatologista Fábio Marinho, médico do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco e do Hospital da Beneficência Portuguesa de Pernambuco. Os estudos também demonstram maior tolerabilidade e poucos efeitos adversos, o que contribui para a melhor qualidade de vida do paciente e facilidade de adesão ao tratamento. “A substância foi capaz de impedir a formação de novos vasos que alimentariam o tumor, além de inibir a sua proliferação”, informa.

O que dizem os estudos
A aprovação da ANVISA foi baseada no SHARP (Sorafenib HCC Assessment Randomized Protocol), estudo clínico de fase III que envolveu 602 pacientes com carcinoma hepatocelular avançado (sem indicação para tratamento cirúrgico ou quimioembolização) de diversos centros de pesquisas mundiais, inclusive no Brasil. Os resultados, publicados na revista científica New England Journal of Medicine (NEJM), demonstraram que os pacientes tratados com o medicamento tiveram aumento da taxa de sobrevida global em 44%, quase três meses a mais do que naqueles que não receberam a substância (média de 10,7 meses versus 7,9 meses do grupo placebo). Além do Brasil, diversas agências regulatórias internacionais como o FDA (Food and Drug Administration), nos Estados Unidos, e o EMEA (European Medicines Agency), na Europa, também aprovaram o uso de Nexavar® para o tratamento do carcinoma hepatocelular.

Outro estudo clínico de fase III (Randomized Phase III Trial of Sorafenib versus Placebo in Asian Patients With Advanced Hepatocellular Carcinoma), também comprovou a eficácia da terapia-alvo em 226 pacientes da região Ásia-Pacífico. Os resultados demonstraram que o medicamento reduziu em 43% o risco de progressão do carcinoma hepatocelular e em 32% o risco de morte. A sobrevida global dos pacientes tratados com o tosilato de sorafenibe foi de 6,5 meses versus 4,2 meses para os que não receberam a substância. Este tipo de câncer é comum na região asiática devido à alta incidência de infecções por hepatite B crônica, doença que atinge 275 milhões de pessoas naquela área.

Raio-X da doença
Incidência
O carcinoma hepatocelular é a complicação mais grave e freqüente dos portadores de cirrose, com uma prevalência de 5% nos pacientes assintomáticos e de 15 a 20% naqueles com descompensação da cirrose. Este é o quinto tipo de câncer mais prevalente no mundo, com 5,6% da incidência global. O câncer de fígado é três vezes mais freqüente no homem do que na mulher e a idade média dos pacientes é de 50 anos.

Mortalidade
A doença é a 3ª causa de morte por câncer no mundo, cerca de 500 mil por ano.

Causas e fatores associados
Doenças hepáticas crônicas, como cirrose e hepatites B e C, alcoolismo, aflotoxinas (encontradas nos amendoins contaminados) e outros agentes tóxicos. Estatísticas mostram que até 30% dos pacientes com cirrose desenvolvem o tumor.

Principais sintomas
Mal-estar, dor abdominal, distensão abdominal, perda de apetite, anorexia, emagrecimento, icterícia (pele e olhos amarelados) e ascite (acúmulo anormal de líquido no abdome ou “barriga d'água”).

Diagnóstico
Exames laboratoriais, ultrassonografias, tomografias, ressonância magnética, angiografias e outros.

Tratamento
Estima-se que apenas 20% a 30% dos pacientes com diagnóstico de câncer de fígado são candidatos à cirurgia ou transplante do órgão, considerados os procedimentos mais eficazes para a cura da doença. A ANVISA acaba de aprovar o uso do medicamento Nexavar® (tosilato de sorafenibe) para o tratamento do carcinoma hepatocelular não ressecável..

Sobre a terapia-alvo
Nexavar® (tosilato de sorafenibe) é uma terapia-alvo que combate tanto a angiogênese (crescimento de novos vasos sanguíneos que alimentam o tumor) quanto as células tumorais. Ao contrário do que acontece nos tratamentos convencionais, o medicamento oferece maior tolerabilidade e menos efeitos adversos, o que garante mais estabilidade e bem-estar ao paciente. Nexavar® é administrado por comprimido oral, duas vezes ao dia. O medicamento é aprovado em mais de 60 países, inclusive no Brasil, para o tratamento do câncer renal em estágio avançado. Outros estudos clínicos para avaliar os benefícios e a eficácia do tosilato de sorafenibe em pacientes com câncer de rim, fígado e outros tipos de tumores estão em andamento em fases II e III de pesquisa.

Saúde & Lazer
06-Jul-2009