5.06.2010

OSTEOPOROSE (Dúvidas)

O QUE É OSTEOPOROSE?
A osteoporose é uma doença na qual a densidade e a qualidade do osso são reduzidas, levando a uma fraqueza do esqueleto e ao aumento do risco de fraturas, principalmente da coluna, do colo de fêmur e do punho. Trata-se da doença metabólica óssea mais comum no mundo.
2. É UMA DOENÇA FEMININA?Não. Apesar de afetar mais as mulheres (para cada cinco pacientes do sexo feminino, três do sexo masculino têm a doença), os homens também podem tê-la. Neles, o problema costuma aparecer mais tarde."Tanto o homem quanto a mulher ganham osso suficiente nas primeiras décadas de vida. A grande diferença é que, devido à falta de estrógeno na menopausa, a mulher passa a perdê-lo mais cedo e por mais tempo do que o homem", diz Paulo Junqueira, ginecologista do setor de climatério do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo e secretário da Sobemom (Sociedade Brasileira de Estudos Minerais Ósseos e Metabologia). Após os 50 anos, eles apresentam risco aproximado de fraturas similar ao de ter câncer de próstata --em torno de 30%. De 30% a 50% dos homens têm sobrevida menor do que um ano após a fratura, comparado a 20% das mulheres. É comum também que a osteoporose que atinge os homens ocorra devido a causas secundárias, principalmente quando acontece antes dos 65 anos de idade. Uso de medicamentos como os corticóides, alcoolismo e doenças gastrointestinais que prejudicam a absorção de cálcio e de vitamina D são alguns exemplos.
3. SÓ AS PESSOAS MAIS VELHAS TÊM OSTEOPOROSE?Não. A doença pode afetar inclusive adolescentes. Quando ocorre em pessoas muito jovens, geralmente trata-se de uma osteoporose secundária, ou seja, causada por outra doença, como alterações na tireóide.
4. O QUE É OSTEOPENIA?É o estágio anterior à osteoporose, que pode ou não evoluir para a doença.
5. QUAIS SÃO AS CAUSAS DA OSTEOPOROSE?Há vários fatores. Quem tem parentes que apresentaram o problema tem mais chances de tê-lo. Na mulher, a redução na produção de estrógeno a partir da menopausa contribui para a maior perda de massa óssea. Há também fatores que dizem respeito ao estilo de vida: sedentarismo, dieta insuficiente de cálcio, falta de exposição ao sol e uso abusivo de álcool e tabaco. Alguns medicamentos --como aqueles à base de cortisona-- e problemas de saúde --como doenças hepáticas, da tireóide e insuficiência renal-- podem provocar osteoporose.
6. QUAL É A RELAÇÃO COM A MENOPAUSA?A menopausa provoca alterações no ciclo de remodelação óssea (troca de osso velho por osso novo). Com a falta de estrógeno, a perda de osso passa a ser maior do que a formação. "Dos 30 até os 45 anos, a mulher perde em torno de 1% a 3% de osso ao ano. Por volta dos 45, 50 anos, essa perda aumenta para em torno de 5% a 7%", compara Elaine Azevedo.Nos primeiros anos após a menopausa, essa perda é mais acentuada. A reposição hormonal é uma opção para evitar o problema.
7. QUAL É O PESO DA HEREDITARIEDADE?A história familiar é um dos fatores de risco mais importantes, mas não se sabe ainda o quanto esse risco aumenta. Segundo Elaine Azevedo, vários estudos tentam correlacionar a osteoporose com algum gene, mas nenhum foi totalmente conclusivo.
8. FUMO, ÁLCOOL E OBESIDADE SÃO FATORES DE RISCO?Enquanto o tabaco e o consumo excessivo de álcool tabaco deixam a pessoa mais susceptível a ter o problema, a obesidade acaba protegendo-a. "O típico paciente osteoporótico é magrinho, miúdo. Quanto mais peso, mais massa óssea", diz Marise Castro.
9. QUAIS SÃO OS SINTOMAS?Em geral, o paciente não sente nada até ter a fratura --daí o fato de muitos não se preocuparem e abandonarem o tratamento antes da hora. "Muitas mulheres dizem que estão com dor nos ossos e acham que têm osteoporose. Na verdade, a dor é nos tendões, nas articulações, na musculatura. Quando o osso dói é porque está quebrado", diz Paulo Junqueira.Entre as fraturas, há aquelas que provocam dor e levam a pessoa ao pronto-socorro, mas também aquelas silenciosas, comuns na mulher após a menopausa. "Vão ocorrendo pequenas fraturas nas vértebras, que começam a diminuir de tamanho, mas não se desfazem. A pessoa não sente absolutamente nada, apenas começa a ficar corcunda", diz Elaine Azevedo. Segundo a IOF, somente 1/3 das fraturas vertebrais apresentam sintomas.10. É POSSÍVEL PREVENIR A DOENÇA?Sim. A prevenção deve começar na infância e adolescência, fase em que os ossos estão em formação. Para acumular bastante massa óssea, a criança deve ter uma dieta rica em cálcio, praticar atividades físicas e tomar sol.Por volta dos 30 anos, atinge-se o pico de massa óssea, que fica estocada até o envelhecimento. Depois disso, exercícios físicos, alimentação adequada e sol continuam sendo importantes para manter o que foi formado. Evitar fumar e beber e tratar problemas hormonais e diabetes para evitar a perda de cálcio são outras dicas.
11. QUANTO DE CÁLCIO É PRECISO INGERIR POR DIA?O cálcio é considerado o substrato mais importante para a formação do osso. Para ter um osso de boa qualidade, é fundamental ter um balanço positivo de cálcio. A quantidade necessária do mineral é de 800 mg a 1.000 mg por dia. Esse valor aumenta em determinadas fases, como na adolescência, na amamentação e após a menopausa SAI FINAL. Nesses períodos, a quantidade exigida varia de 1.200 mg a 1.500 mg diários. A fonte ideal de cálcio é o leite e seus derivados. Um copo de 300 ml de leite tem, em média, 250 mg do mineral.
12. SUPLEMENTOS DE CÁLCIO SÃO NECESSÁRIOS?A suplementação é necessária apenas quando a dieta não atinge as necessidades diárias do mineral. Quem tem intolerância a leite ou não consegue suprir a recomendação diária só com a alimentação pode recorrer aos suplementos --sempre com orientação médica.
13. QUAL SUPLEMENTO É MELHOR, CARBONATO DE CÁLCIO OU CITRATO DE CÁLCIO?Em geral, o cálcio dos suplementos está na forma de sais --carbonato de cálcio e citrato de cálcio são os mais comuns. De acordo com a endocrinologista Marise Castro, o carbonato de cálcio atende bem às necessidades da maioria das pessoas. Já o citrato é mais recomendado para grupos específicos, como para quem tem problemas digestivos ou pedra nos rins.14. É PRECISO TOMAR SUPLEMENTOS DE VITAMINA D?De nada adianta consumir a quantidade necessária de cálcio se o corpo não tiver vitamina D suficiente, já que ela é responsável pela absorção intestinal desse mineral. Sua produção é estimulada pela exposição solar --até por volta dos 60 anos, tomar de 15 a 20 minutos por dia de sol em superfícies como os braços e as pernas já é suficiente. A suplementação só deve ocorrer quando não se consegue a quantidade necessária da vitamina naturalmente.Como no Brasil há abundância de sol, imagina-se que a reposição não seja é necessária. Mas, segundo Marise Castro, pesquisas brasileiras mostram que muitos idosos têm deficiência da vitamina porque, por estarem debilitados, se expõem menos ao sol. Eles também têm mais dificuldade para metabolizar a substância. "Damos pouca importância à vitamina D, mas, nos países nórdicos, onde há menos luz solar, há menos deficiência do que aqui. Como eles se preocupam com o problema, fazem muitos alimentos enriquecidos. Há uma discussão mundial sobre a importância da vitamina D e ela vem cada vez mais fazendo parte do tratamento".
15. QUAL É O MÉDICO QUE TRATA DO PROBLEMA?Reumatologistas, endocrinologistas, ginecologistas, fisiatras e geriatras são alguns especialistas que estudam e tratam a doença. Os ortopedistas também acompanham esses pacientes, ocupando-se principalmente das fraturas. 16. QUANDO É PRECISO TOMAR REMÉDIOS?Os medicamentos são receitados para quem já tem osteoporose. Se o que a paciente tem é apenas osteopenia, há uma discussão sobre quando medicar. Se em alguns casos acompanhar a ingestão de cálcio e de vitamina D e fazer exercícios resolvem, há quem defenda que, se houver fatores de risco, já se deve começar a tomar remédios. "A decisão depende de vários fatores. Se a pessoa tem histórico familiar, ela deve se tratar mais cedo. Da mesma forma, uma paciente jovem com osteopenia tem mais risco de perder massa óssea e pode ser tratada. Já uma paciente de 70 anos pode apenas ser acompanhada mais de perto", afirma Marise Castro.
17. O QUE FAZER PARA PREVENIR FRATURAS?A prática de exercícios físicos melhora a força muscular, a agilidade e o equilíbrio.
18. QUEM TEM OSTEOPOROSE PODE FAZER EXERCÍCIOS?Pode e deve, desde que tome alguns cuidados. As atividades mais indicadas para quem tem a doença são as de resistência muscular. Muitas mulheres com osteoporose na pós-menopausa procuram exercícios menos indicados, como os que são feitos na água. Natação e hidroginástica não melhoram a massa óssea", diz a fisioterapeuta Sylvia Cunha Henriques, pesquisadora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
19. A PARTIR DE QUE IDADE DEVE-SE FAZER A DENSITOMETRIA ÓSSEA?Segundo o reumatologista Jaime Sanson Danowski, presidente da comissão de doenças osteometabólicas e osteoporose da Sociedade Brasileira de Reumatologia, A regra geral é a recomendação por volta dos 45, 50 anos de idade para as mulheres e após os 60 anos para os homens".
20. A QUANTIDADE DE COLÁGENO NOS OSSOS É IMPORTANTE?O colágeno é fundamental para a qualidade do osso porque lhe confere elasticidade. Sem ele, mesmo um osso com boa densidade quebraria. O ginecologista Odilon Iannetta, professor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, defende que esse é o parâmetro que mais deveria ser levado em conta para avaliar o risco de fratura. Segundo ele, é possível medir o colágeno dos ossos por meio de um aparelho que faz osteossonografia. Elaine Azevedo discorda. "Não temos como medir o colágeno dos ossos nem como repô-lo

Folha de São Paulo

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