6.19.2010

Hemograma Completo - Avaliação


Hemograma, embora sendo um dos exames iniciais e "básicos" em quase todos os pacientes, continua sendo um exame que exige um nível de conhecimento e experiência por parte de quem está avaliando.

O exame de sangue completo envolve o estudo das células vermelhas (hemograma), células brancas (leucograma) e das plaquetas. Eu prefiro sempre começar a avaliar o exame de sangue pelas células brancas, porque dependendo das alterações notadas no leucograma você já pode antecipar como o hemograma poderá estar. Não vamos falar sobre o leucograma nesse texto.

Um dos primeiros grandes fatores que já fazem com que a maioria dos clínicos não aproveitem tudo o que o hemograma tem parae oferecer é não realizar um esfregaço sanguíneo junto com o hemograma. O exame de sangue completo deveria envolver a análise de dados quantitativos e qualitativos (esfregaço sanguíneo). Para exemplificar a importância do esfregaço sanguíneo, em uma situação de emergência, basta checar o hematócrito, proteínas totais e realizar o esfregaço que você terá informações suficientes para tomar atitudes rápidas enquanto espera pelo resto do hemograma.

Você deve sempre tentar avaliar todos os parâmetros testados no hemograma. Eu particularmente dou muito mais atenção ao hematócrito, hemáceas, proteínas totais e hemoglobina, esses são todos indicadores de massa celular. Os índices (MCV, MCHC, MCH e RDW) também são importantes e podem ajudar a diferenciar as anemias em regenerativa ou não-regenerativa, mas eu não confio muito neles e prefiro me basear no valor dos reticulócitos.

A primeira coisa que eu faço ao ver um hemograma é tentar checar se existe anemia, policitemia ou se está normal. Você só precisa olhar os valores do hematócrito, hemoglobina (Hb) e a contagem de hemáceas. Se você tem valores baixos nesses testes então você está diante de uma anemia. Valores normais podem acabar mudando em poucas horas ou dias então é importante sempre checar o hemograma várias vezes, e valores aumentados indicam um estado de policitemia.

Frente a uma anemia é importante classificá-la em regenerativa ou não- regenerativa. Muita gente usa apenas os índices para chegar a essa conclusão, mas como eu disse, eu prefiro me basear na contagem de reticulócitos e no esfregaço sanguíneo na procura por policromasia. Outro detalhe na contagem de reticulócitos é sempre avaliar seu valor exato. Alguns laboratórios informam apenas a % de reticulócitos. Se isso acontecer basta pegar essa % e multiplicar pelo valor das hemáceas, isso lhe dará um valor absoluto de reticulócitos. Caso você tenha chegado a conclusão de que essa anemia é mesmo regenerativa, existem dois mecanismos principais que causam esse tipo de anemia:
1 - hemorragia e
2 - hemólise, e muitas vezes o exame físico pode ajudar a eliminar uma ou outra causa.
Outro macete é olhar o valor dos reticulócitos, valores muito altos tendem a acontecer em anemias hemolíticas e o motivo disso é porque quando as células vermelhas se rompem, elas acabam liberando ferro na circulação, e esse ferro é utilizado pela medula óssea para eritropoese.
Novamente a avaliação do esfregaço sanguíneo é fundamental nos casos de anemias hemolíticas na busca de heinz bodies, esferócitos, micoplasma, protozoários e e fragmentação de hemáceas.

Mas e se a anemia é não-regenerativa? Nesse caso você deve perguntar a sí mesmo se existe como determinar a origem sem ter que olhar na medula óssea. A maioria dos casos de anemia não-regenerativas são causadas por inflamações crônicas e esse é um dos motivos do porque eu gosto de ver o leucograma antes.

E por fim, para não termos um texto muito comprido, se não há anemia mas sim policitemia você precisa determinar se essa policitemia é absoluta ou relativa, 90 a 95% dos casos de policitemia são relativas, ou seja, causadas pela hemoconcentração.

Hemograma
Hemograma é um exame realizado que avalia as células sanguíneas de um paciente. O exame é requerido pelo médico para diagnosticar ou controlar a evolução de uma doença. Vale salientar que a expressão "Hemograma Completo" é de certa maneira redundante, já que todo e qualquer Hemograma (isto é, série vermelha, branca e plaquetária), exceto por erro do laboratório, é completo.

As células circulantes no sangue são divididas em três tipos: células vermelhas (hemácias ou eritrócitos), células brancas (ou leucócitos) e plaquetas (ou trombócitos).

Coleta de sangue


Amostras de sangue colhidas com anticoagulante EDTA

O sangue do indíviduo é colhido com anticoagulante (EDTA), para se evitar a coagulação do mesmo. Após a coleta com seringa descartável, o sangue é transferido para um tubo de ensaio de vidro, que deverá ser rotulado, contendo o nome do paciente e lacrado com tampa. Após a coleta, o tubo deverá ser enviado a um laboratório capaz de fazer o hemograma.

Processo Manual
Contagens manuais do número de hemácias, plaquetas e leucócitos podem ser feitas em câmara de Neubauer, após uma diluição prévia do sangue. O método dificilmente é usado, sendo usado em poucos casos de dúvidas da metodologia automática .

O esfregaço de sangue é usado para fazer uma diferenciação entre os leucócitos, isto é, fazer uma contagem do número de neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinócitos e basófilos. Chegando-se a uma porcentagem de cada célula encontrada. Usado também para avaliar a série vermelha e as plaquetas. É feito com uma pequena gota de sangue sendo colocada sobre uma lâmina de vidro, onde o técnico fará um esfregaço, arrastando a gota de sangue com uma outra lâmina, com isso forma-se uma película. O sangue tem que ser homogeneizado antes de se fazer o esfregaço para que as células estejam bem distribuídas. O esfregaço é corado com Leishman ou Giemsa. E observado em microscópio com objetiva de aumento de 100X.

A vantagem de se fazer um esfregaço é que algumas células podem ser contadas erradamente pelos processos automáticos. Alguns aparelhos não contam células imaturas e podem levar a um erro quanto a um diagnóstico de leucemia. O esfregaço, porém, deve ser avaliado por pessoal experiente.

Processo automático
Hoje em dia o hemograma é feito em aparelhos. Os aparelhos usam uma pequena quantidade de sangue. Há dois sensores principais: um detector de luz e um de impedância elétrica.

As células brancas, ou leucócitos, podem ser contadas baseando-se em seu tamanho ou através de suas características. Quando a contagem é baseada no tamanho das células, o aparelho as diferencia por 3 tipos: células pequenas (linfócitos), células médias (neutrófilos, eosinófilos e basófilos) e células grandes (monócitos). Esse primeiro tipo de aparelho requer uma contagem manual de células, pois não diferencia as células de tamanho médio, podendo omitir uma eosinofilia, por exemplo. Os que utilizam o método de características da célula são mais precisos.

Em relação a série vermelha, o aparelho mede a quantidade de hemoglobina, o número de hemácias e o tamanho das hemácias. Realizando cálculos para chegar ao valor do hematócrito, e os outros índices hematimétricos. Ao microscópio, as hemácias tem coloração acidófila (afinidade pelos corantes ácidos que dão coloração rósea) e são desprovidos de núcleo. As hemácias apresentam coloração central mais pálida e coloração um pouco mais escura na periferia. Elas são bicôncovas. Em indivíduos normais, possuem tamanho mais ou menos uniforme. Quando uma hemácia tem tamanho normal ela é chamada de normocítica. Quando ela apresenta coloração normal é chamada de normocrômica.

O estudo da série vermelha revela algumas alterações relacionadas como por exemplo a anemia e eritrocitose (aumento do número de hemácias).

Os resultados a serem avaliados são:

Número de glóbulos vermelhos: Os valores normais variam de acordo com o sexo e com a idade. Valores normais:

Homem de 5.000.000 - 5.500.000
Mulher de 4.500.000 - 5.000.000.

Seu resultado é dado em número por litro.

Hematócrito: É um índice, calculado em porcentagem, definido pelo volume de todas as hemácias de uma amostra sobre o volume total desta amostra (que contém, além das hemácias, os leucócitos, as plaquetas e, é claro, o plasma, que geralmente representa mais de 50% do volume total da amostra). Os valores variam com o sexo e com a idade. Valores:

Homem de 40 - 50%
Mulher de 36 - 45%.
Recém-nascidos tem valores altos que vão abaixando com a idade até o valor normal de um adulto.

Hemoglobina: segundo a Organização Mundial de Saúde é considerado anemia quando um adulto apresentar Hb < 12,5g/dl, uma criança de 6 meses a 6 anos Hb < 11g/dl e crianças de 6 anos a 14 anos, uma Hb < 12g/dl.

VCM (Volume Corpuscular Médio): é o índice que ajuda na observação do tamanho das hemácias e no diagnóstico da anemia: se pequenas são consideradas microcíticas (< 80fl, para adultos), se grandes consideradas macrocíticas (> 96fl, para adultos) e se são normais, normocíticas (80 - 96fl). Anisocitose: é denominação que se dá quando há alteração no tamanho das hemácias. As anemais microcíticas mais comuns são a ferropriva e as síndromes talassêmicas. As anemias macrocíticas mais comuns são as anemias megaloblástica e perniciosa. O resultado do VCM é dado em femtolitro.

HCM (Hemoglobina Corpuscular Média): é o peso da hemoglobina na hémácia. Seu resultado é dado em picogramas. O intervalo normal é 26-34pg

CHCM (Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média)): é a concentração da hemoglobina dentro de uma hemácia. O intervalo normal é de 32 - 36g/dl. Como a coloração da hemácia depende da quantidade de hemoglobina elas são chamadas de hipocrômicas (< 32), hipercrômicas (> 36) e hemácias normocrômicas (no intervalo de normalidade). É importante observar que na esferocitose o CHCM geralmente é elevado.

RDW (Red Cell Distribution Width)): é um índice que indica a anisocitose (variação de tamanho), sendo o normal de 11 a 14%, representando a percentagem de variação dos volumes obtidos. Nem todos os laboratórios fornecem o seu resultado no hemograma.
Normalmente realiza-se uma análise estatística em testes realizados em um grande grupo de indivíduos normais para se chegar aos límites estabalecidos para hemoglobina, hematócrito e número de hemácias, isto quer dizer que cada região possui um límite de normalidade.


A Morfologia das hemácias (ou estudo da forma das hemácias) é feita em microscópio, analisando o esfregaço de sangue. As formas encontradas são:

Drepanócitos (forma de foice): aparece somente nas síndromes falciformes (não aparecendo no traço falcifrome).
Esferócitos (forma esférica, pequena e hipercrômica): em grande quantidade é comum na anemia esferocítica (esferocitose), em menores quantidades podem estar presentes em outros tipos de anemias hemolíticas.
Eliptócitos (forma de charuto): em grandes quantidades comum na eliptocitose. Em menores quantidades podem aparecer em qualquer tipo de anemia.
Hemácias em alvo (células cujas membranas são grandes havendo uma palidez e um alvo central mais corado): aparece em hemoglobinopatias C, E ou S, nas síndromes telassêmicas e em pacientes com doença hepática.
Dacriócitos (forma de lágrima ou forma de coxinha): em grande quantidade na mielofibrose. Em pequena quantidade podem aparecer em qualquer tipo de anemia.
Hemácias policromáticas (forma normal mas com coloração azul devido a presença de RNA residual): aparece quando grandes quantidades de hemácias novas estão sendo produzidas. Comuns em anemias hemolíticas.
Esquisócitos (hemácias fragmentadas): aparecem quando nas hemácias há uma lesão mecânica, em casos de hemólise, ou em casos de pacientes que sofreram queimaduras.
Hemácias mordidas: quando ocorre a formação um precipitado de hemoglobina nas hemácias (chamados de Corpúsculos de Heinz) ocorre remoção destes precipitados pelo baço formando um aspecto de hemácia mordida.
Acantócitos (hemácias com pontas de diversos tamanhos): nas hepatopatias, hipofunção esplênica, esplenectomizados.
Crenadas (hemácias com várias pontas pequenas): na uremia, quando o paciente faz tratamento com heparina, deficiência de piruvatokinase.
OBS: O termo pecilocitose ou poiquilocitose se refere a diferença da forma das hemácias.

Outros achados não relacionados a forma:

Hemácias aglutinadas (agrupamentos de hemácias): quando a hemólise é causada por um anticorpo contra hemácias, elas acabam se agrupando (crioaglutininas).
Hemácias em Roleux (hemácias em rolos, formam pilhas de rolos de hemácias): aparece em alta concentração de globulinas anormais, mieloma multiplo e macroglobulinemia.
Inclusões nas hemácias:

Corpuscúlos de Howell-Jolly (aparecem como se fossem um botão azul escuro junto à membrana da hemácia, por fragmento nuclear ou DNA
condensado): após esplenectomia, anemias hemolíticas severas.
Hemácias com pontilhados basófilos: (vários pontos roxos dentro da hemácia, pela precipitação dos ribossomos ricos em RNA): aparecem na talassemia beta, intoxicação por chumbo, anemia hemolítica por deficiência de pirimidina-5-nucleotidase.
Anel de Cabot (forma de uma anel ou em oito dentro da hemácia, por restos nucleares): em anemias hemolíticas severas.
Série Branca

Monócito

Leucograma é o estudo da série branca (ou leucócitos), faz-se uma contagem total dos leucócitos e uma contagem diferencial contando-se 100 células. O adulto normalmente apresenta de 5.000-10.000 leucócitos por 1 mm³ de sangue.

Contagem diferencial de Leucócitos: Em um paciente normal as células encontradas são:

Monócitos: uma das maiores células da série branca, têm citoplasma azulado, núcleo irregular (indentado, lobulado, em C ou oval) podem ter vacúolos (pela recente fagocitose). Quando estão aumentados usa-se o termo monocitose e ocorre em infecções virais, leucemia mielomonocítica crônica e após quimioterapia.
Linfócitos: se pequenos têm citoplasma escasso, núcleo redondo; se grandes têm citoplasma um pouco mais abundante. Podem ter grânulos. É a célula predominante nas crianças. Seu aumento é chamado de linfocitose. Em adultos, seu aumento pode ser indício de infecção viral ou leucemia linfocitica crônica.
Eosinófilos: citoplasma basofílico que não é visualizado por causa da presença de grânulos específicos (de coloração laranja-avermelhada), com núcleo com 2-3 lóbulos. Quando seu número aumenta é chamado de eosinofilia, e ocorre em casos de processos alérgicos ou parasitoses.
Basófilos: citoplasma cheio de grânulos preto-purpúreos que cobrem o citoplasma. Em um indivíduo normal, só é encontrado até uma célula (em termos percentuais), seu aumento causa processos alérgicos.
Neutrófilos Segmentados: citoplasma acidófilo (róseo), núcleo com vários lóbulos (2-5 lóbulos) conectados com filamento estreito. É a célula mais encontrada em adultos. Seu aumento pode indicar infecção bacteriana, mas pode estar aumentada em infecção viral.
Outras Células que podem ser encontradas:

Blasto:
Linfoblasto:
L1: célula pequena, citoplasma basofílico e escasso. Encontrada nas leucemia linfóide aguda tipo L1.
L2: célula de tamanho médio, citoplasma de tamanho e basofilia variada. Encontrada na leucemia linfóide aguda tipo L2.
L3: célula grande ou média, citoplasma com intensa basofilia e com vacúolos. Aparece no linfoma de Burkitt.
Mieloblasto: possui citoplasma escasso, azulado (basofílico), núcleo redondo ou oval, com um ou mais nucléolos evidentes. Pode apresentar grânulos no seu citoplasma e bastão de Auer (forma de agulha). Os mieloblastos aparecem em casos de leucemia mielóide e podem aparecer na síndrome mielodisplásica ou na reação leucemóide (infecção grave).
Monoblasto: similar a outros blastos mas com núcleo mais contorcido ou irregular que o mieloblasto. Aparece na leucemia mielomonocítica aguda ou na leucemia monocítica aguda.
Promielócitos Neutrofílico: O mieloblasto evolui para promielócito, célula maior que o mieloblasto, citoplasma basófilo, grânulos de coloração vermelho-púrpura (grânulos primários), núcleo oval com uma pequena identação.
Mielócitos Neutrofílico: O promielócito evolui para mielócito, célula com citoplasma acidófilo (rosa), mais abundante que o promielócito e com poucos grânulos e já não são mais visualizados os nucleólos.
Metamielócitos Neutrofílico: citoplasma acidófilo, núcleo identado com forma de feijão, poucos grânulos.
Bastonetes Neutrofílico: citoplasma acidófilo, núcleo em forma de S ou C. Não é comum seu achado em sangue de pacientes normais, mas aparecem em número aumentado em casos de infecção.
Linfócitos Atípicos: citoplasma mais basofílico que o linfócito normal, núcleo irregular. Aparece em infecções virais. Em grande número na mononucleose infecciosa, na infecção por citomegalovírus, na toxoplasmose.
Células Plasmáticas: citoplasma basofílico, tamanho moderado e núcleo excentrico. Pode aparecer no mieloma múltiplo.
Células Linfomatosas: citoplasma em quantidade variada, núcleo dobrado, convoluto, clivado ou dobrado. Com um ou mais nucleólos. Aparece em linfomas.
Hairy Cells: citoplasma azul páildo, com projeções citoplasmáticas. Aparece somente na leucemia das células cabeludas.
Célula Cerebriforme: núcleo escuro contendo fendas e dobras (aparência de cérebro). Aparece na síndrome de Sézary.
Inclusões citoplasmáticas que podem ser encontradas em neutrófilos:

Granulações Tóxicas: quando há um aumento na produção dos granulócitos, há uma diminuição no tempo da maturação das células precursoras dos neutrófilos. Por isso os neutrófilos aparecem no sangue com os grânulos primários. Estão presentes em casos de infecções.
Vacuólos: resultandes da fagocitose. Podem aparecer nos neutrófilos e monócitos. Seu relato só é importante quando aparece nos neutrófilos. Aparece em casos de infecções graves.
relhos.

Série plaquetária

Plaquetas são observadas em relação à quantidade e a seu tamanho. Seu número normal é de 150.000 à 400.000 por microlitro de sangue. O tamanho de uma plaqueta varia entre 1 a 4 micrometros.

A contagem de plaquetas é feita pelo método automático. A maioria dos laboratórios usam aparelhos cuja contagem de plaquetas se faz no mesmo canal de contagens de hemácias, sendo que a diferenciação de ambas se dá pelo volume (plaquetas são menores que 20 fl e hemácias maiores que 30 fl). Devido ao grande volume de exames feito por um laboratório ficou inviável a contagem manual de todas as plaquetas, mas a contagem manual não foi totalmente abandonada sendo que a contagem automática pode ser confirmada pela observação das plaquetas no esfregaço ou pela contagem manual feita em câmara de Neubauer.

Os erros mais comuns em uma contagem automática são: aparelhos mal calibrados e problemas na coleta do sangue. A coleta correta é muito importante. Uma coleta muito lenta, agitação errada do sangue colhido, entre outros problemas, podem fazer com que as plaquetas se agrupem e, ao realizar a contagem em aparelhos, seu número se torne diminuído. O agrupamento de plaquetas não é um sinal clínico.

Termos utilizados

Leucocitose: aumento no número total de leucócitos.
Leucopenia: diminuição do número total de leucócitos.
Eritrocitose ou policitemia: aumento do número de hemácias no sangue.
Eritroblastemia: diminuição do número dos precursores das hemácias.
Trombocitopenia: diminuição do número normal de plaquetas.
Bicitopenia: diminuição em número de duas populações celulares.
Pancitopenia: diminuição em número das três populações celulares.
Desvio à esquerda: aumento do número de bastões acima de 5/mm³, ou presença de formas mais imaturas como mielócitos e metamielócitos.
Linfocitose: aumento do número de linfócitos.
Linfopenia: diminuição do número de linfócitos.
Neutrofilia: aumento do número de neutrófilos.
Neutropenia: diminuição do número de neutrófilos.
Eosinofilia: aumento do número de eosinófilos.
Monocitose: aumento do número de monócitos.
Basofilia: aumento do número de basófilos.
Referencias bibliográficas:

Failace R., Hemograma, Manual de Interpretação; Artmed; quarta edição

Transtornos Alimentares

O que são transtornos alimentares?
Os transtornos alimentares prevalecem sobretudo entre adolescentes e jovens adultas, mas cerca de 5 a 10% dos casos ocorrem com rapazes. As vítimas sentem-se normalmente impotentes em relação às suas vidas, sofrem de baixa auto-estima e têm uma fraca imagem do seu corpo.
Usam a comida – seja a restrição da comida ao ponto de passarem fome, o ou excesso de comida ao ponto de ficarem obesos –, como forma de ganhar controlo sobre alguns aspectos das suas vidas.

Algumas formas comuns de transtorno alimentar: a Anorexia Nervosa é uma condição em que as pessoas restringem a ingestão de comida, às vezes para valores tão baixos como 300 calorias por dia; a Bulimia Nervosa caracteriza-se por períodos de indulgência em grandes quantidades de comida para depois vomitar ou usar laxantes para eliminar a comida do corpo; o Transtorno de Compulsão Alimentar e excesso compulsivo de alimentação ocorre quando as pessoas comem em demasia mas não purgam a comida e ganham peso em excesso e a Ortorexia é a obsessão doentia por alimentação saudável, o que em excesso e não regulado pode ser prejudicial. Qualquer um destes transtornos alimentares tem consequências nutricionais muito graves e um forte impacto na saúde dos indivíduos.

Nutrição para transtornos alimentares

Uma boa nutrição é essencial a todos e especialmente às pessoas em recuperação de um transtorno alimentar. Primeiro, certifique-se de que a pessoa com o transtorno foi avaliada por um médico qualificado e que se encontra num plano de tratamento. Uma terapia nutricional de um dietista credenciado, aliada a psicoterapia e farmacologia ou formas variadas de medicina alternativa, pode ajudar uma pessoa em recuperação de um transtorno alimentar.

Parte de um plano de tratamento eficaz consiste em ajudar a pessoa a regressar a um padrão de alimentação saudável. O corpo de uma pessoa que tem passado fome está num estado terrível e precisa de alimentos nutritivos para recuperar energia, restabelecer o equilíbrio químico e melhorar a clareza mental.

Os seguintes alimentos podem ajudar na recuperação de um transtorno alimentar:

● Alimentos integrais concedem nutrientes que revitalizam o corpo. O pão de centeio integral, arroz integral, fruta e legumes frescos e carnes magras darão aos corpos desgastados um aumento de energia. As comidas processadas oferecem açúcar, xarope de milho com alto teor de frutose, gordura, cereais refinados e muito pouco no que diz respeito a nutrientes;

● O cálcio presente em produtos lácteos magros e vegetais folhados ajudam a fortalecer os ossos e os dentes. As dietas excessivas roubam cálcio aos ossos, tornando-os frágeis. As jovens que sofrem devido a um transtorno alimentar mostraram ter uma massa óssea semelhante à de mulheres idosas. Para além do mais, vomitar em excesso destrói o esmalte dos dentes;

● Carnes magras, legumes e peixe proporcionam as proteínas necessárias das quais um corpo mal nutrido precisa;

● Os ácidos gordos do Ómega 3 encontrado no peixe, ovos e nozes, estimulam o coração. Quem sofre de anorexia corre o risco de ter problemas cardíacos e arritmia cardíaca pois o corpo não tem gordura suficiente para sustentar o funcionamento cardíaco;

● Os líquidos e sódio da água e bebidas desportivas são necessários para restabelecer o desequilíbrio de electrólitos e restituir a perda de água devido à desidratação provocada por vomitar em excesso, ou pelo uso de laxantes e de diuréticos.

Os atletas que sofrem de transtornos alimentares precisam de aconselhamento nutricional especializado. Desportos como a luta livre, corrida, ballet e ginástica, que dão ênfase a corpos magros e tonificados, apresentam um número excepcionalmente elevado de praticantes com transtornos alimentares. Estes atletas restringem a comida, têm um índice de massa corporal muito baixo, abusam de bebidas proteicas e suplementos e tentam perder o peso da água com diuréticos e saunas.

Os atletas devem concentrar-se numa alimentação baseada em alimentos em vez de suplementos, carbonatos e gorduras para a energia, proteínas para os músculos, fluidos e electrólitos adequados, e vitaminas e electrólitos para manter a performance e o equilíbrio nutricional.

Porquê usar a nutrição para prevenir transtornos alimentares?

As práticas de boa nutrição podem ajudar a prevenir transtornos alimentares. Os jovens vão buscar a sua imagem corporal e auto-estima ao mundo que os rodeia. Envolver as crianças na preparação da comida e ensinar-lhes a reconhecer imagens corporais realistas pode prepará-las para hábitos saudáveis que podem ser-lhes úteis ao longo da vida.

Ajude-os a focarem-se na boa saúde e alimentos saudáveis em vez do seu peso e do que a balança diz. As crianças podem ser atarracadas mas saudáveis se comerem alimentos correctos e fizerem exercício. Ensinem as crianças a comer quando têm fome e não por razões emocionais. Deixe-as saber que não há nenhuma boa razão para terem de passar fome. Não critique o peso de uma criança nem se queixe do seu tamanho. Desenvolva previamente planos de comida saudável e mantenha-se firme na sua prossecução.

Procure sinais de aviso que possam indicar que uma pessoa jovem possa estar a caminho de uma transtorno alimentar: contar obsessivamente as calorias de tudo o que come, só comer “dieta” ou alimentos baixos em gordura, dizer que está gorda quando de facto está muito magra, abusar de laxantes, pesar-se constantemente e fazer exercício em excesso.

Fonte: Alimentação Saudável

Dislipidemia

Dislipidemia – Colesterol e Triglicérides

O que é dislipidemia?

Dislipidemia significa que altos níveis de gorduras estão circulando no seu sangue. Essas gorduras incluem colesterol e triglicérides.

O colesterol é uma substância gordurosa encontrada na corrente sanguínea e em todas as células do seu corpo. É usado para formar membranas celulares, alguns hormônios e é necessário para outras importantes funções.

Seu organismo faz cerca de 1000 miligramas de colesterol por dia, principalmente pelo fígado. Outros 100 a 500 mg (ou mais) podem vir diretamente da alimentação.

O colesterol é parte de um corpo saudável, mas se está demais no seu sangue pode ser um problema. Não importa se você tem colesterol alto ou não, você precisa saber o que é colesterol e o que pode ser feito para controlá-lo. O colesterol alto é um fator de risco para doença coronariana e derrame.

Triglicérides são as gorduras mais comuns de seu organismo. Eles são também grande fonte de energia. Eles provêm da alimentação e seu corpo também produz. À medida que as pessoas vão envelhecendo, quando ganha peso ou ambos, seu colesterol e triglicérides tendem a subir.

Muitas pessoas que têm doença cardíaca, obesidade ou diabetes têm níveis elevados de triglicérides. Triglicérides elevado combinado com HDL baixo ou LDL alto favorece a aterosclerose. Diversos estudos têm mostrado que pessoas com triglicérides ≥ 150 mg/dl têm maior risco de ataque cardíaco ou derrame. Algumas dessas pessoas vão necessitar de tratamento.

O que causa dislipidemia?

A dislipidemia é causada quando se ingere uma dieta rica em colesterol e gorduras, quando o organismo produz colesterol e triglicérides demais ou ambas as situações.

Assim, você pode ter dislipidemia por estar com aumento de peso, ter dieta inadequada, ser sedentário, entretanto também pode ter mesmo não tendo nenhum destes fatores de risco mas por questões genéticas. Pode ainda ser causada por outras doenças que interfiram com o metabolismo como diabetes mellitus, hipotireoidismo, etc. ou pelo uso de alguns medicamentos como corticóides. Independente da causa, a dislipidemia pode causar doença cardíaca ou derrame.

Manter o colesterol sob controle é importante para todo indivíduo: homem ou mulher, jovem, meia-idade ou idoso e pessoas com ou sem doença cardíaca.

Como se diagnostica?

O colesterol e triglicérides altos não dão sintomas. È fácil ter colesterol alto e não sabê-lo. Daí a importância de dosá-lo através de exame de sangue. Conhecer seu colesterol pode ajudá-lo a tomar precauções para evitar o infarto ou derrame se você for de alto risco.

Todo indivíduo com 20 anos ou mais deve ter seu colesterol medido, pelo menos uma vez a cada 5 anos. Se você tiver história familiar de colesterol alto ou outro fator de risco, pode ser necessário dosá-lo antes e com uma freqüência maior.

O melhor é realizar o perfil geral do colesterol com medida de colesterol total, LDL, HDL e triglicérides. Este teste deve ser colhido com jejum de 12h.

Quais são os fatores de risco para desenvolver doença cardíaca?

• Pressão alta (tratada ou não tratada)
• Aumento de LDL (colesterol ruim)
• Baixo HDL (colesterol bom)
• Sedentarismo
• Sobrepeso e obesidade
• Diabetes mellitus
• Idade – homens ≥ 45 anos ou mulheres ≥ 55 anos
• Hereditariedade – história familiar de irmão e/ou pai com doença coronariana < 55 anos, ou mãe e/ou irmã < 65 anos

Como se deve tratar?

Os níveis desejáveis de cada fração de seu perfil de colesterol (HDL e LDL) dependem dos fatores de risco de cada indivíduo, portanto, seu médico irá orientá-lo, baseado em evidências clínicas, qual o melhor perfil de colesterol e triglicérides desejado no seu caso.

Muitas pessoas com triglicérides elevados têm doenças de base ou desordens genéticas. Diabetes e obesidade são dois exemplos.
A dislipidemia é tratada com mudanças no estilo de vida: mudanças na dieta, perda de peso se necessária e exercício. Tais medidas visam:
• Manter um peso adequado
• Comer alimentos com baixo teor de gordura saturada, trans e colesterol
• Praticar atividade física – pelo menos 30 minutos por dia na maior parte da semana
• Não fumar
• Bebida alcoólica com moderação.
• Pessoas com triglicérides elevados também devem reduzir a ingestão de carboidratos.

Em caso de falha desta terapêutica, o médico pode também prescrever medicamento. O tipo e a dose deste medicamento vão depender de seus níveis de colesterol e triglicérides, se você já tem doença cardíaca, diabetes ou outros fatores de risco para doença cardiovascular.

Fonte: Procardíaco

Administrando seus medicamentos

Sempre que estou doente preciso fazer uso de medicamentos?

Não. Nem sempre o diagnóstico de uma doença envolve o uso de medicamentos para seu controle ou cura. Muitas doenças podem ser tratadas, se não sempre, pelo menos no início com mudanças no estilo de vida do indivíduo (dieta, atividade física). Outras doenças serão acompanhadas a princípio, e só iniciado tratamento quando for necessário.

O medicamento só é usado nos casos mais graves?

Não necessariamente. Os medicamentos serão prescritos sempre que o benefício seja estabelecido através de pesquisas científicas e quando seu uso não seja acompanhado de risco maior para o paciente. Em alguns casos, o uso precoce de medicamentos pode ser essencial para evitar complicações futuras ou agravamento da doença de base. Em outros casos, o uso de medicamentos constitui o pilar fundamental do tratamento, como por exemplos infecções bacterianas. Assim, sempre esclareça com seu médico sobre a finalidade do uso do medicamento no seu caso.

Quando iniciar o uso de medicamentos, vou me tornar dependente e meu organismo não vai poder ficar sem usar?

Não. Quando há indicação do uso de determinado medicamento, não existe a dependência e sim a necessidade. Assim, para o controle da doença é necessário o uso daquele medicamento. Uma vez suspenso, a alteração voltará a se manifestar, pois é preciso o uso do medicamento para controle. Muitas vezes, o médico o prescreveu porque as chances de respostas sem aquele medicamento se esgotaram ou vão ser remotas. Em muitos casos o uso de medicamentos será então por tempo indeterminado, ininterruptamente.

Posso relaxar na dieta e atividade física já que estou usando o medicamento?

Não. Embora o uso de medicamentos ajude em muito o controle de determinadas doenças mesmo quando se peca na falta de dieta e na atividade física, o uso de medicamentos NÃO prescinde a necessidade de se ter uma vida mais saudável, praticando atividade física e tendo uma boa alimentação. Muitas vezes, a adoção destas medidas evita o aumento da dose ou do número de medicamentos utilizados. Lembre-se ainda que o medicamento serve para tratar determinada doença e não evita o aparecimento de outras.

O sucesso do tratamento depende de um esforço que envolve médico e paciente

Na grande maioria das vezes, para que o tratamento seja efetivo é necessário o comprometimento do paciente. É importante estar informado, consciente de seu diagnóstico e manter uma boa relação com sua equipe médica. Tenha uma posição ativa no seu tratamento, perguntando a respeito da sua doença, do melhor tratamento. Uma vez que concordou com o tratamento, se comprometa com o mesmo. Tome exatamente conforme prescrito, não omita doses e não pare apenas porque se sentiu melhor. Se desenvolver algum efeito colateral, alguma queixa que antes não tinha, converse com seu médico a respeito. Pode ser necessário ajustar a dose ou até encontrar um outro medicamento.

Toda vez que tenho algum efeito colateral devo suspender o medicamento?

Não. Todo medicamento pode ter efeito colateral. O uso de medicamento se baseia no maior benefício com menor risco. Toda vez que o benefício superar o risco, o uso de determinado medicamento na Medicina está recomendado. Obviamente, o médico deve optar de acordo com o caso, pelo medicamento de menor risco. Em alguns casos, isso nem sempre é possível e pode ser necessário o uso daqueles com maiores efeitos colaterais, porém com melhor resultado. Em outros casos, efeitos colaterais importantes, embora raros, podem advir, sendo necessário a interrupção imediata do medicamento.

Questões a serem feitas à sua equipe médica

Para que serve?
Por que estou tomando?
Por quanto tempo? Qual o melhor horário? Quantas vezes ao dia?
Devo tomar em jejum ou pode ser após a alimentação?
Vai melhorar sintomas ou resultados?
Tem algum problema em relação aos outros medicamentos que faço uso?
Se esquecer de tomar uma dose, o que faço?
Devo evitar algum tipo de alimento ou bebida?
É necessário fazer algum exame de controle em uso do medicamento? E se sim, tomo a medicação no dia do exame?
Quais são os efeitos colaterais mais importantes?

Como otimizar seu tratamento

• Seja informado, saiba seus diagnósticos.
• Tenha sempre uma lista das medicações que usa, assim como a dose e os horários – isso facilita a escolha do medicamento a ser iniciado por sua equipe médica.
• Procure simplificar a forma de uso de seus medicamentos. Tomar uma quantidade variada de medicamentos em diferentes horários pode tornar mais difícil a aderência e facilitar o esquecimento. Converse com seu médico a respeito de simplificar os horários, tomando juntos sempre que possível.
• Lembre-se de tomar seus medicamentos da forma prescrita. Muitas vezes o uso inadequado além de insatisfatório, não adiantando para o resultado desejado, pode ser prejudicial. Lembre-se ainda que alguns medicamentos somente causam efeitos colaterais quando usados de maneira inadequada.
• Não suspenda o tratamento apenas porque teve melhora dos sintomas.
• Discuta com seu médico sobre o custo de seus medicamentos se eles estiverem acima de seu orçamento e veja se há possibilidade de troca por outro mais em conta.
• Não tome medicamentos prescritos para outra pessoa mesmo tendo os mesmos diagnósticos. Lembre-se cada caso é um caso.
• Não forneça sua prescrição para alguém com a mesma doença pelo mesmo motivo acima.
• Não tome bebida alcoólica enquanto estiver em uso de medicamento a não ser que o seu médico libere.
• Observe o prazo de validade, a procedência e a forma de armazenamento dos medicamentos. A maioria se torna inativa ou pode até ser prejudicial para uso. Despreze-os sempre que tiver alguma dúvida a respeito de algum dado destes.

Fonte: Procardiaco
NÃO A AUTOMEDICAÇÃO

Como proceder diante do infarto ou derrame

Preciso me preocupar com ataque cardíaco, parada cardíaca ou derrame?

Sim, eles podem ocorrer com qualquer um, a qualquer hora, em qualquer lugar. A doença cardiovascular é a causa mais comum de morte em países desenvolvidos e tende a aumentar a incidência com a idade.

Muitas pessoas não reconhecem precocemente os sinais de um ataque cardíaco ou parada cardíaca. Mesmo aqueles portadores de doenças de risco ou parentes deles não conseguem reconhecer em tempo de uma atitude mais agressiva que mude o prognóstico. Reconhecer é vital. Muitas pessoas morrem antes de ter os primeiros socorros e poderiam, com os recursos disponíveis hoje, sobreviver se eles ou alguém próximo soubessem como agir numa emergência.

O que acontece num infarto?

O fluxo sanguíneo de parte do músculo cardíaco está reduzido ou paralisado. Isto acontece quando uma ou mais artérias responsáveis estão entupidas por um coágulo ou estreitadas por espasmo. Se a circulação é interrompida e o oxigênio não é fornecido por alguns minutos, o músculo cardíaco sofre um dano permanente e começa a morrer. Por esta maneira, os sinais de alerta são importantes.

O tempo é crucial. Quanto maior for o retardo no reconhecimento e, portanto, atitude pronta, maior a chance de dano irreversível e óbito.

Conhecendo os sinais de infarto

Alguns ataques cardíacos são tão súbitos e intensos que os sintomas são muitas vezes facilmente reconhecidos pela dor intensa, o desmaio, o aperto no coração.

Outros são fulminantes, não deixando muitas vezes chances de atitude. Porém, alguns se instalam lentamente, com dor leve ou apenas desconforto que podem ir piorando gradativamente. Frequentemente, essas pessoas demoram a perceber o que está acontecendo. Em alguns casos, há sintomas que podem ser confundidos com de outras doenças. Lembre-se, que quanto maior seu fator de risco (idade, doenças associadas, sedentarismo, tabagismo), maior a necessidade de excluir, mesmo em sintomas leves, o ataque cardíaco.

• Dor no peito – a maioria dos casos têm dor no peito que dura alguns minutos ou que vai-e-vem. Pode ser como uma pressão desconfortável, dor, aperto ou opressão.
• Dor, desconforto ou dormência em outros locais – como nos braços, costas, pescoço, mandíbula ou estômago
• Falta de ar – mesmo sem dor no peito
• Outros sinais – sudorese fria, náuseas, vômitos e visão turva

O que fazer?

Não espere para avaliar. Não espere ter todos os sintomas. Observe o tempo, quando os sintomas começaram, isso será perguntado a você. Chame uma ambulância de serviço de emergência médica ou em caso de demora ou não ter, dirija-se a uma emergência hospitalar. Evite ir dirigindo a não ser que não tenha outra opção. Se for você que está presenciando alguém nesta situação, tome a mesma providência.

O que acontece num derrame?

O derrame, ou AVC, acontece quando há deficiência de fluxo sanguíneo e oxigenação insuficiente do cérebro. Sem oxigênio, as células cerebrais não funcionam e morrem dentro de minutos. Dependendo da parte cerebral atingida, deficiência e morte podem ocorrer.
Derrame é uma emergência médica e deve ser reconhecida e tratada prontamente.

Conhecendo os sinais de derrame

• Dormência súbita ou fraqueza da face, braço ou perna, especialmente de um dos lados do corpo;
• Confusão súbita, fala ou compreensão difíceis;
• Perda súbita de visão em um ou ambos os olhos;
• Dificuldade súbita de andar, tonturas, perda de equilíbrio e coordenação;
• Dor de cabeça súbita e intensa, sem causa aparente

Em alguns casos, alguns destes sintomas acontecem por um curto período de tempo e desaparecem. Isto pode está relacionado a um ataque isquêmico transitório. Esses ataques são muito importantes, pois sinalizam um risco grande de derrame e devem ser considerados também emergência médica.

O que fazer?

Não espere para avaliar. Não espere ter todos os sintomas. Observe o tempo, quando os sintomas começaram, isso será perguntado a você. Chame uma ambulância de serviço de emergência médica ou em caso de demora ou não ter, dirija-se a uma emergência hospitalar. Evite ir dirigindo a não ser que não tenha outra opção. Se for você que está presenciando alguém nesta situação, tome a mesma providência.

Fonte: Instituto Procardiaco

Pele Saudável & Nutrição e Dicas econômicas de Nutrição

O recurso ao botox ou gastar centenas, por vezes milhares de euros em cremes que fingem desafiar a idade não são as únicas formas de manter a sua pele com um aspecto fresco, vigoroso e saudável. Uma das estratégias mais eficazes para fortalecer a saúde da sua pele é nutrir o corpo através de uma alimentação saudável e equilibrada. As investigações demonstram que consumir certos tipos de alimentos pode ajudar a prevenir rugas, danos causados pela exposição ao sol e manter a pele hidratada. Na próxima vez que for às compras, faça também uma lista para a sua pele.

Laranja, frutos vermelhos e produtos hortícolas

A fruta e legumes que possuem pigmentação vermelha apresentam altas taxas de antioxidantes que ajudam a prevenir o enrugar precoce da pele. As batatas-doces, tomates e o melão, por exemplo, podem ajudar a manter a sua pele firme e brilhante. Acrescente mais frutas e legumes como estes à sua alimentação diária. Em vez de fazer puré de batata ou batatas cozidas com a batata regular, utilize batatas-doces com um pouco de açúcar amarelo e um pouco de manteiga. Quando fizer uma sandes ou salada para o lanche, acrescente umas fatias de tomate, e troque as batatas fritas ou salgados por fatias frescas de melão.

Citrinos

Consumir citrinos numa base diária vai ajudar a manter a sua pele hidratada, o que a longo prazo vai prevenir as rugas. A vitamina C é um antioxidante muito poderoso que pode manter o colagénio na estrutura da sua face e impedir a flacidez. Contudo, e porque a vitamina C é solúvel na água, os níveis desta vitamina que podem ser armazenados no seu corpo são reduzidos, o que significa que terá de fortalecer o seu “stock” natural diariamente. As laranjas são uma das melhores fontes de vitamina C, mas as toranjas, limões e limas são também excelentes escolhas para manter os níveis de vitamina C regulares. O colagénio começa a desaparecer a partir dos 30 anos – comece a armazenar a partir de agora!

Misture laranja ou toranja nas saladas para uma combinação saudável e fresca de Verão. Esprema uns limões, lima ou laranjas e beba revigorantes limonadas ou laranjadas. Esprema um quarto de limão por cima de peixe grelhado ou de frango para um condimento exótico. As opções são variadas, seja criativo.

Chás

Os antioxidantes conhecidos com EGCG é uma poderosa substância que pode prevenir o acne, danos causados por exposição solar e inflamações de pele. O EGCG é também conhecido por combater o cancro da pele e outros tumores. Os chás, como o chá verde, chá preto ou chá branco são as melhores formas de ingerir o EGCG, já que bastam entre quatro a seis copos de chá por dia para beneficiar dos efeitos do EGCG na sua pele. Substitua gradualmente o café diário por chá – complementarmente a ajudar a sua pele, os antioxidantes presentes no chá serão poderosos promotores de saúde para todo o organismo.

Folhas Verdes

A vitamina A, um dos nutrientes mais importantes para a saúde da pele, combate o envelhecimento precoce, a formação de escamas e a desidratação. A vitamina A é também essencial para a renovação celular e promove o crescimento de nova pele. Os espinafres e bróculos, por exemplo, são excelentes fontes de vitamina A, sejam frescos, crus, cozidos ou cozinhados a vapor, os legumes de folha verde são excelentes agentes para a saúde da pele.

Peixe

Os ácidos gordos ómega 3 encontrados no peixe, como no salmão, atum, sardinhas ou mesmo no marisco, possuem propriedades anti-inflamatórias que combatem os danos causados pela exposição prolongada ao sol. Apesar de consumir peixe ser uma excelente forma de manter a sua pele radiante e gloriosa, mantenha moderado o consumo de marisco, de modo a não ingerir demasiado mercúrio. Comer peixe duas a três vezes por semana é suficiente, especialmente se a sua dieta já contempla bastantes alimentos saudáveis para a pele.

E ainda: Como se alimentar de forma saudável e econômica

É possível seguir algumas directrizes e continuar a comprar alimentos saudáveis, ao invés de passa, para uma dieta de batatas fritas, queijo e massas, ou hambúrguer e cachorro quente.

Faça o seu próprio café em casa, compre fruta e legumes da estação, e ocasionalmente, substitua a carne por fontes de proteínas alternativas, como ovos e feijão, e, mesmo que pareça uma solução fácil, barata e muito tentadora, mantenha-se afastado das cadeias de Fast-Food. A fotografia bonita não compensa a falta de nutrição.

“Comprar nas feiras e mercados e aproveitar os produtos de marca própria dos hipermercados podemos poupar muito dinheiro e ao mesmo tempo fornecer alimentos ricos e saudáveis para toda a família.”

Fruta e Vegetais

“Comprar alimentos frescos é demasiado caro”. Errado. De fato, comprar fruta e legumes da estação é bastante económico. Aproveite para comprar alguns alimentos em maior quantidade, poderá também poupar sobre o “desconto de quantidade”

Se não estiverem na estação, poderá adquirir fruta ou legumes enlatados a preços muito acessíveis. Aproveite e confira as marcas próprias dos hipermercados, já que a qualidade é assegurada e a preços muito inferiores. Estes alimentos são enlatados ainda muito frescos, pelo que a qualidade nutricional se mantém praticamente na íntegra.

Uma das melhores formas de conseguir vegetais e frutos frescos é cultivá-los você mesmo, caso possua um quintal ou um pequeno jardim com espaço suficiente para o fazer. Caso não tenha espaço, poderá sempre plantar ervas frescas num vaso dentro de casa.

Proteínas

Conseguir proteínas pode ser algo complicado com um orçamento reduzido. Filet mignon, bife do lombo ou lagosta fresca é apenas uma miragem para carteiras apertadas, mas poderá ainda encontrar boas peças de carne a preços baixos.

Em primeiro lugar, é preferível comprar peças de carne “não preparadas”. Poderá marinar ou rechear a carne você mesmo, não precisa que o talho ou loja faça isso e cobre pelo serviço. Poupa dinheiro, e poderá ter um maior controle sobre o teor nutricional e o nível de sal dos temperos.
Comprar galinha inteira com os ossos custa bastante menos, e poderá retirá-los facilmente para preparar uns saborosos peitos de galinha. As carnes menos nobres da vaca ou do porco são bastante mais baratas, contudo, apresentam muitas vezes uma rigidez ou gorduras que se podem tornar bastantes desagradáveis. Ao estufar estas carnes, o tempo de cozedura vai fazer a carne amolecer e devido ao tempo da confecção vai obter um saboroso prato.

E a carne não é a única opção. Considere substituir a carne por alternativas proteicas duas ou três vezes por semana. O feijão, ovos ou manteiga de amendoim são apenas exemplos de excelentes fontes de proteínas que ajudam a manter bons níveis de nutrição.

Cereais

Tal como no caso das fontes de proteínas, comprar produtos menos processados é preferível. Prefira arroz (integral) às misturas que muitas vezes são apenas engenhosos truques de marketing que nada beneficiam a sua nutrição e saúde.

É também uma boa ideia comprar pão, bolo-pão ou tortillas quando estão a preços mais acessíveis e congelá-los para comer mais tarde. O valor nutricional mantém-se praticamente inalterado por bastante tempo.

Bebidas

Uma excelente solução para poupar mais é comprar um filtro de água em vez de comprar água engarrafada. Se preferir os sumos, opte por concentrados em vez de refrigerantes.

Beba o café da manhã em casa. Acrescentar umas gotas de leite ou natas (magras) dará ao café da manhã um toque especial, e muito mais barato do que sair todas as manhãs para tomar o pequeno almoço na rua.


Snacks

Os snacks (batatas fritas de pacote, tiras de milho de pacote, etc) são normalmente produtos de pobre nutrição e pouco saudáveis. Evite este tipo de produtos, mas se não conseguir viver sem eles, opte por pacotes familiares e faça você mesmo os pacotes individuais. Poupará cerca de 50%.

Dicas Gerais

- Compre produtos de marca própria do hipermercado (ou marca branca)

- Compre produtos familiares e em pacotes grandes para poupar dinheiro e faça depois em casa pacotes individuais.

- Compre produtos em saldo ou em promoção e congele para consumir mais tarde.

- Não caia nas armadilhas dos hipermercados. Junto às caixas para pagar estão colocadas várias “ilhas” de produtos como pastilhas elásticas, gomas, doces, bolos, biscoitos, entre outros, que as pessoas são tentadas a comprar enquanto esperam na fila para pagar. Concentre-se na secção dos legumes e frutas frescos.

- Use coupons de descontos. Mas apenas para aqueles produtos que já consome normalmente, e não para produtos ricos em gorduras ou açúcares.

- Cozinhe em casa e evite sair para jantar.

- Mas se decidir sair para jantar fora, não se envergonhe e caso sobre muita comida, diga ao empregado para guardar e leve para casa.

- Substitua a carne por outras fontes proteicas de custo reduzido duas a três vezes por semana.

Fonte: Alimentação Saudável

Pernas perfeitas em 1 minuto? Isso Mesmo



Mulher adora uma novidade. Principalmente quando vem para aliar a beleza e, acima de tudo, disfarçar as indesejáveis imperfeições. Todos dos dias a indústria do cosmético lança produtos com novas tecnologias com o intuito de deixar a mulher (e os homens, também, é claro!) cada dia mais bonita. Às vezes pequenas dicas, conselhos, ou truques são capazes de melhorar pequenos detalhes em nosso rosto ou corpo, que no final fazem uma grande diferença. Apenas um minutinho

Se você se sente insegura de desfilar por aí a bordo de uma saia ou vestidinho por causa das varizes, saiba que não está sozinha: três em cada dez mulheres sofrem com o mesmo problema. As pernas são o objeto de desejo dos homens e de admiração para muitas mulheres. Elas adoram exibi-las, principalmente agora no verão, quando saias, shorts e vestidos são itens obrigatórios no guarda-roupa. Para deixá-las mais bonitas, a Pharmapele lançou no mercado a Meia-Calça Invisível, maquiagem cremosa desenvolvida especialmente para cobrir imperfeições como varizes, manchas, cicatrizes e estrias e ainda suaviza a aparência da celulite.

O cosmético inovador tem sensorial sedoso, é fácil de espalhar e apresenta efeito long lasting, ou seja, permanece no corpo durante todo o dia. À prova d’água, assegura uma cobertura perfeita e duradoura. “O produto deve ser colocado sobre a perna e espalhado até ficar com uma textura homogênea. Para retirar é necessário fazer uso de um sabonete corporal”, explica Germana Benevides, farmacêutica responsável pelo desenvolvimento da Meia-Calça.


O produto contém em sua formulação silicones especiais e cristais de mica, que dão um efeito luminoso à pele, deixando-a com um brilho sutil. "Os ativos formam um filme protetor sobre a pele, impedindo a perda de água e proporcionando o efeito hidratante", detalha Benevides. A Meia-Calça Invisível possui três tonalidades: Peach (peles claras), Beige (tom médio) e Bronze (mais morenas).

Pharmapele

Sobre o Alzheimer

Meu pai está com Alzheimer. Logo ele, que durante toda vida se dizia 'o Infalível'. Logo ele, que um dia, ao tentar me ensinar matemática, disse que as minhas orelhas eram tão grandes que batiam no teto. Logo ele que repetiu, ao longo desses 54 anos de convivência, o nome do músculo do pescoço que aprendeu quando tinha treze anos e que nunca mais esqueceu: esternocleidomastóideo.

O diagnóstico médico ainda não é conclusivo, mas, para mim, basta saber que ele esquece o meu nome, mal anda, toma líquidos de canudinho, não consegue terminar uma frase, nem controla mais suas funções fisiológicas, e tem os famosos delírios paranóicos comuns nas demências tipo Alzheimer.

Aliás, fico até mais tranqüilo diante do 'eu não sei ao certo' dos médicos; prefiro isso ao 'estou absolutamente certo de que....', frase que me dá arrepios.

E o que fazer... para evitarmos essas drogas?

Lendo muito, escrevendo, buscando a clareza das idéias, criando novos circuitos neurais que venham a substituir os afetados pela idade e pela vida 'bandida'.

Meu conselho: é para vocês não serem infalíveis como o meu pobre pai; não cheguem ao topo, nunca, pois dali só há um caminho: descer. Inventem novos desafios, façam palavras cruzadas, forcem a memória, não só com drogas (não nego a sua eficácia, principalmente as nootrópicas), mas correndo atrás dos vazios e lapsos.

Eu não sossego enquanto não lembro do nome de algum velho conhecido, ou de uma localidade onde estive há trinta anos. Leiam e se empenhem em entender o que está escrito, e aprendam outra língua, mesmo aos sessenta anos.

Coloquem a palavra FELICIDADE no topo da sua lista de prioridades: 7 de cada 10 doentes nunca ligaram para essas 'bobagens' e viveram vidas medíocres e infelizes - muitos nem mesmo tinham
consciência disso.

Mantenha-se interessado no mundo, nas pessoas, no futuro.
Invente novas receitas, experimente (não gosta de ir para a cozinha? Hum... Preocupante).

Lute, lute sempre, por uma causa, por um ideal, pela felicidade. Parodiando Maiakovski, que disse 'melhor morrer de vodca do que de tédio', eu digo: melhor morrer lutando o bom combate do que ter a personalidade roubada pelo Alzheimer.

Dicas para escapar do Alzheimer:

Uma descoberta dentro da Neurociência vem revelar que o cérebro mantém a capacidade extraordinária de crescer e mudar o padrão de suas conexões.

Os autores desta descoberta, Lawrence Katz e Manning Rubin (2000), revelam que NEURÓBICA, a 'aeróbica dos neurônios', é uma nova forma de exercício cerebral projetada para manter o cérebro ágil e saudável, criando novos e diferentes padrões de atividades dos neurônios em seu cérebro. Cerca de 80% do nosso dia-a-dia é ocupado por rotinas que, apesar de terem a vantagem de reduzir o esforço intelectual, escondem um efeito perverso; limitam o cérebro.

Para contrariar essa tendência, é necessário praticar exercícios 'cerebrais' que fazem as pessoas pensarem somente no que estão fazendo, concentrando-se na tarefa. O desafio da NEURÓBICA é fazer tudo aquilo que contraria as rotinas, obrigando o cérebro a um trabalho adicional. Tente fazer um teste:

- use o relógio de pulso no braço direito;
- escove os dentes com a mão contrária da de costume;
- ande pela casa de trás para frente; (vi na China o pessoal treinando isso num parque);
- vista-se de olhos fechados;
- estimule o paladar, coma coisas diferentes;
- veja fotos de cabeça para baixo;
- veja as horas num espelho;
- faça um novo caminho para ir ao trabalho.

Resumindo, a proposta é mudar o comportamento rotineiro!

Tente, faça alguma coisa diferente com seu outro lado e estimule o seu cérebro. Vale a pena tentar! Que tal começar a praticar agora, trocando o mouse de lado?

Que tal começar agora enviando esta mensagem, usando o mouse com a mão esquerda?

'Critique menos, trabalhe mais. E, não se esqueça nunca de agradecer!'

Sucesso para você!!!

por Roberto Goldkorn

"A cada 1 minuto de tristeza perdemos a oportunidade de sermos felizes por 60 segundos".

A vingança do touro


Toureiro espanhol está consciente e passa bem após cirurgias e enquanto touro morreu para alegria do respeitável público espanhol
O toureiro Julio Aparicio, 41, de Sevilha, ferido por uma chifrada que entrou pelo pescoço e saiu pela boca, está fora de perigo, "consciente e mantendo as funções vitais", segundo boletim médico divulgado na manhã deste sábado pelo hospital 12 de Octubre, na Espanha.

Toureiro espanhol recebe chifrada no pescoço em Madri

Segundo o hospital, Aparicio passou por cirurgia por conta de um ferimento com entrada em região cervical anterior e penetração em cavidade oral que produziu fratura de maxilar superior.

Chifre entrou pelo pescoço e saiu pela boca do tourieo Julio Aparico, durante acidente em Madri

O toureiro passou por uma traqueostomia e foi feita a reparação das estruturas afetadas. Após a intervenção, o toureiro permanece na unidade de terapia intensiva do centro, consciente, com sinais vitais estáveis e sem complicações significativas, de acordo com o boletim.

Aparicio passou por duas cirurgias em um intervalo de seis horas, já que antes de ser operado no hospital tinha passado por uma intervenção na sala de cirurgia da enfermaria da praça de touros de Las Ventas, em Madri.

Gustavo Cuevas/Efe

Lula participa da festa de 15 anos da neta em SC



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa agora à noite (18) da festa de aniversário de 15 anos da neta Maria Beatriz da Silva Rosa Sato, filha de Lurian Cordeiro da Silva, 36.

A comemoração acontece no salão de festa do hotel Golden Executive, em São José, região metropolitana de Florianópolis.

O presidente dançou uma valsa com a neta e não discursou na festa. Pouco antes, a aniversariante fez uma apresentação de balé para os convidados, com a música "Beatriz", de Chico Buarque e Edu Lobo.

A festa reuniu 290 convidados, segundo a assessoria da Presidência, e não foi aberta à imprensa.

O presidente dividiu uma mesa com a senadora Ideli Salvatti, pré-candidata ao governo catarinense, e com outros petistas. Antes da festa, Lula conversou por cerca de 30 minutos com Salvatti sobre o quadro político local.

No início da semana, o PMDB anunciou uma aliança com o DEM no Estado, se afastando de uma possível coligação com os petistas catarinenses.

Lula não estava acompanhado pela primeira-dama, Marisa Letícia. Por volta da 23h50, o presidente deixou a festa em direção ao aeroporto para voltar a Brasília.

Lurian é secretária de Assistência Social de São José. O prefeito da cidade, Djalma Berger (PSB), também participou da festa.

Folha

Lagartas 'se disfarçam' de cobras para assustar predadores


Espécies desenvolvem 'olhos falsos' para espantar pássaros em florestas da Costa Rica.
Lagartas encontradas na Costa Rica 'se disfarçam' de cobras e de outros animais para amedrontar predadores, segundo um estudo publicado nesta semana pela revista especializada The Proceedings of the National Academy of Sciences.

De acordo com o estudo dos pesquisadores Daniel H. Janzen e Winnie Hallwachs, da Universidade da Pensilvânia, e John M. Burns, do Museu Nacional de História Natural do Smithsonian, centenas de espécies de lagartas e crisálidas de borboletas e mariposas apresentam olhos e escamas falsos, semelhantes aos de cobras e lagartos.

Pesquisadores americanos descobriram que centenas de espécies de lagartas e casulos de borboletas e mariposas apresentam 'olhos falsos' na Costa Rica. (Fotos: Daniel H. Janzen via BBC)Segundo os pesquisadores, essas espécies evoluíram para explorar o instinto natural de animais, como os pássaros, de evitar predadores potenciais.

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Cobra marinha finge ter duas cabeças para enganar predadores Número de cobras cresce com calor, adverte Instituto Vital Brazil Eles acreditam que, sem tempo para checar se a ameaça é real ou não - sob o risco de ser "comido" se a ameaça for confirmada -, o pássaro foge assim que identifica os olhos ou as escamas.

Algumas espécies chegam ao ponto de "abrir" os olhos falsos quando o pássaro se aproxima ou de emitir um som semelhante ao de uma cobra.

As espécies foram todas encontradas e catalogadas na Área de Conservacão Guanacaste (ACG), nas florestas do noroeste da Costa Rica, por Jenzen e sua esposa, Hallwachs, nos últimos 32 anos.

Mais de 450 mil espécies foram estudadas na área de quase 124 quilômetros quadrados. O número de espécies apenas nesta região é equivalente ao de todas as espécies de mariposas e borboletas encontradas nos Estados Unidos.

Toda a área de conservação foi comprada com doações, e Janzen lembra que a única maneira de preservar essas milhares de espécies é preservando seu habitat.

Atualmente, os pesquisadores tentam reunir recursos para comprar uma área de 2,76 quilômetros quadrados em particular.

6.18.2010

VOCE ARROTA MUITO?


Como evitar o arroto?

O arroto pode não ser lá muito conveniente, mas é natural do nosso processo digestivo, e, em alguns casos, até importante. Calcula-se que uma pessoa normal libere de meio a um litro e meio de gases por dia por meio de eructação (arroto) ou flatulência (pum).

Mas para evitar arrotos em demasia, valem algumas precauções:
- Coma e beba devagar.
- Mastigue bem os alimentos e coma porções pequenas.
- Não fale enquanto come.
- Não masque chiclete.
- Não fale com a boca seca, tome o cuidado de deixá-la sempre umedecida.
- Não fume.
- Cuide para que as vias respiratórias (como nariz, garganta e pulmões) estejam sempre desobstruídas.
- Procure dormir de boca fechada.
- Controle a ansiedade.
- Evitar sorver alimentos, como sopa.
- Não tome bebidas usando canudos.
- Não tome bebidas gaseificadas (tais como refrigerantes e cervejas).

Contudo, é difícil quantificar o gás eliminado por uma pessoa. Vale saber também que arrotar não costuma representar um problema de saúde, mas que ele merece atenção quando acontece mais do que o normal.


O que causa o arroto?

O arroto é tipicamente causado pela ingestão de ar ou gases, e isso ocorre quando comemos ou bebemos muito depressa, mascamos chiclete, falamos com a boca seca, fumamos, estamos com o nariz entupido, dormimos de boca aberta ou tomamos bebidas que têm dióxido de carbono em sua composição, como cervejas, refrigerantes ou espumantes.

Apesar de a maior parte do ar deglutido ser absorvida pelo organismo, há uma pequena quantidade desses gases que não é, e isso causa uma pressão no estômago que precisa ser eliminada. É então que surge o arroto. Quando arrotamos, o ar sobe do estômago e faz vibrar a válvula que fica entre o esôfago e a boca. Depois, o barulho é amplificado pela garganta, como se ela fosse a caixa acústica de um violão.

Má digestão nos faz arrotar mais?

Não podemos encarar o arroto apenas como consequência ou sintoma de uma má digestão. Ele é uma reação natural do nosso sistema digestório para eliminar os gases formados durante o processo da digestão e, principalmente, os gases ingeridos por nós enquanto bebemos, comemos e falamos.

Se a sua digestão não foi das melhores, ou, ainda, foi muito lenta, pode ser que seu estômago fique cheio por mais tempo ou que isso cause uma formação maior de gases estomacais, o que possibilita uma maior produção de arrotos. Mas, com ou sem má digestão, todos nós temos a necessidade de arrotar.

Mas se o arroto excessivo for acompanhado de outros sintomas como azia, vômito, diarreia, distensão ou dor abdominal, procure um médico, pois pode ser um sintoma de algum problema gástrico.

Microbiológia em cosméticos e produtos de higiene pessoal

Dentre tantos itens que o fabricante de produtos cosméticos e de cuidados pessoais em geral precisa conhecer e aplicar, quando o assunto contaminação microbiológica ganha prioridade, várias preocupações vêm à tona como: “Meu produto apresenta contaminação acima do grau permitido? Será que tenho perdido vendas por causa disso? Como saber se minha empresa adota corretamente as boas práticas de fabricação e controle (BPFeC)? O sistema conservante em uso é o melhor para inibir a contaminação microbiológica do produto até o final do prazo de validade? Enfim, será que minha equipe está preparada para responder a estas perguntas? Por onde começar”?

Assegurar a proteção microbiológica desses produtos é uma questão multifatorial e, por envolver dois mundos invisíveis, o das moléculas e o das células, com as inúmeras interações que acontecem entre eles, torna-se uma questão complexa. Vencer os desafios organizacionais e individuais não é complicado mas requer atualização e dedicação para aprofundar o entendimento do trinômio produto-conservante-microorganismos e assim acertar na escolha do sistema conservante e manter um bom programa de monitoração da qualidade microbiológica. Este artigo aponta os princípios que devem nortear a busca da excelência em qualidade microbiológica de produtos cosméticos e de higiene pessoal.

Um produto livre de microorganismos que possam causar danos à saúde humana, constitui uma exigência crescente principalmente por parte dos consumidores e também dos órgãos responsáveis pela vigilância sanitária do país. As conseqüências de um creme ou xampu contaminado recaem sobre o consumidor, que pode sofrer um dano à saúde devido à população de microorganismos, como bactérias, fungos e leveduras em sua pele ou cabelos ficar acima do normal, podendo se tornar patogênica, contudo o crescimento de microorganismos pode ainda provocar mudanças de cor, odor e consistência, resultando no abandono do produto pelo consumidor, reclamações de produto junto à empresa e nas conseqüentes perdas financeiras e de imagem da marca ou da empresa como um todo. Portanto é por razões de garantia da qualidade que a busca da excelência em qualidade microbiológica tem importância crescente na indústria cosmética e de produtos de cuidado pessoal.

Minimizar riscos microbiológicos é uma tarefa que exige grande empenho, tornando-se uma busca constante tanto para os pequenos como para os grandes fabricantes, seja numa instalação com tecnologia de produção convencional ou a mais moderna. O assunto envolve diferentes áreas do conhecimento e as mais diversas atribuições dentro de uma empresa, principalmente Pesquisa & Desenvolvimento, Manufatura, Qualidade, Suprimentos e Marketing.
Todos têm e sempre terão desafios a enfrentar para não perder espaço no mercado por problemas de contaminação pois o mundo dos microorganismos é dinâmico. Estes desafios começam na fase de desenvolvimento do produto e processo de fabricação chegando ao uso pelo consumidor até o final do prazo de validade.
O que difere um fabricante de outro é o estágio em que cada um se encontra em relação à implantação das BPFe C, ao uso correto dos conservantes e sanitizantes e ao investimento dado ao fator humano para desenvolver e aplicar novas técnicas, obter maior disciplina e cooperação na obediência às normas através da constante reciclagem de conhecimentos e conscientização sobre procedimentos e padrões de qualidade microbiológica.

Todos têm responsabilidade sobre a qualidade microbiológica do produto, a começar pela fase de desenvolvimento em que os fundamentos para se formular cosméticos livres de contaminações indesejáveis e assim mantê-lo por todo o seu ciclo de vida devem ser aplicados. Principalmente os formuladores e microbiologistas precisam entender profundamente sobre a composição química do produto, sobre os microorganismos contaminantes e sobre a química e mecanismos de ação dos conservantes microbiológicos.

Conservantes são substâncias químicas também conhecidas como preservantes (tradução adaptada do inglês) cuja função é inibir o crescimento de microorganismos no produto, conservando-o livre de deteriorações causadas por bactérias, fungos e leveduras. Eles podem ter atividade bacteriostática e/ou fungistática. Não é função do conservante compensar más práticas de fabricação. Isto pode inclusive gerar microorganismos resistentes, porém mesmo que o fabricante possa oferecer um produto isento de contaminações, o próprio consumidor inadvertidamente pode adicionar uma certa carga microbiana durante o seu uso, conforme ilustrado na figura 1, tornando-se necessário prover o produto de algum sistema de conservação.

Não raro, o que se observa é que o formulador deixa a escolha do conservante para o final do processo de desenvolvimento havendo a tendência em se lançar mão sempre dos mesmos tipos de ativos. Entretanto, com a rápida e enorme modernização da Cosmética, para se selecionar o melhor sistema conservante para cada fórmula, na sua melhor combinação de tipos de ativo e na concentração ideal, é preciso dominar o conhecimento do trinômio produto-conservantes-microorganismos, que resume os pontos da estratégia de proteção microbiológica do produto, conforme esquematizado na

Como produto, é importante considerar aqui sua composição química, embalagem e o processo de fabricação. O primeiro aspecto a ser considerado na escolha do conservante é a regulamentação do uso de substâncias de ação conservante permitidas, uma vez que é de caráter eliminatório. No Brasil, atualmente as normas de BPFeC são estabelecidas pela Portaria do Ministério da Saúde No 348 de 18 de agosto de 1997 e a lista de conservantes permitidos para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes consta da Resolução RDC No 162 de 11 de setembro de 2001. A regulamentação varia de país para país. Por exemplo, na comunidade européia é a diretiva para cosméticos 76/768 EEC que apresenta as mais de 60 substâncias ativas em seu anexo VI, no entanto somente cerca de uma dúzia destes são efetivamente usados pelo mercado, entre eles ésteres do ácido parahidroxibenzóico (parabenos), fenoxietanol, isotiazolinonas, imidazolidiniluréia, dimetildimetilhidantoína e iodopropinilbutilcarbamato. O Japão é o país que conta com a lista mais restritiva, por isso exportar produtos para atender os japoneses é um desafio a mais para os formuladores.

Tendo em vista a procura dos consumidores por produtos cada vez mais suaves e seguros, a tendência no mundo é de minimização da concentração e número de tipos de ativos, permanecendo no mercado os que contam com estudos toxicológicos melhores e mais completos bem como dados epidemiológicos satisfatórios. Isto obriga o formulador a aprofundar seus conhecimentos em Química para combinar sinergicamente um portifólio cada vez menor de ativos e reduzir a necessidade do uso de conservantes, repensando assim o método tradicional de formulação em que os conservantes eram encarados como simples coadjuvantes para criar um conceito mais avançado de produtos auto-conservantes ou livre de conservantes em que a conservação é inerente à própria fórmula. Esse conceito alinha-se às metas de redução de custos de desenvolvimento e otimização de fórmulas, uma prioridade que já se incorporou em todas as organizações.

Produtos auto-conservantes normalmente têm prazo de validade menor, são apresentados em frascos do tipo dispenser ou bisnagas especiais que solucionam boa parte do problema protegendo o produto da carga microbiana das mãos do consumidor ou do ambiente. Nesse sentido o tipo de fórmula e viscosidade devem ser adaptados. Alguns desses produtos requerem cuidados especiais de acondicionamento. Existem linhas de cosméticos cuja recomendação do fabricante é manter sob refrigeração.

Para se definir se a susceptibilidade do produto é maior à contaminação por bactérias, fungos ou leveduras, avalia-se inicialmente a atividade de água do produto. Quanto mais aquosa, mais susceptível à bactérias. Em geral cremes e loções exigem atividade tanto bacteristática quanto fungistática, fazendo-se necessário utilizar misturas de conservantes de amplo espectro de atividade.

O segundo passo para se selecionar um sistema conservante é conhecer suas propriedades físico-químicas para se prever possíveis incompatibilidades químicas com os componentes da fórmula e até de inativação do conservante; a solubilidade em água, tensoativos e glicóis; o coeficiente de distribuição de ativos; a estabilidade em relação ao pH e temperatura que sofrem variações durante o processo de produção; a possibilidade de bombeamento; a necessidade de pré-mistura em fase oleosa e as perdas por evaporação durante o processo e até por adsorção à resina da embalagem. As propriedades organolépticas também devem ser consultadas a fim de se prever possíveis interferências na cor, no odor e também no sabor, em caso de produtos para os lábios. Via de regra, o ideal é adicionar os conservantes ao final do processo de manufatura após a fase de resfriamento pois geralmente um de seus componentes pode sofrer degradação. É preciso tratar o conservante com os mesmos cuidados dedicados aos perfumes, matéria-primas igualmente caras e sensíveis às variações do processo.

O conhecimento da flora potencialmente contaminante do produto requer a monitoração dos insumos destacando-se a água e as embalagens, das instalações, dos equipamentos e do ar através de análises microbiológicas do tipo contagem, swab-test, número mais provável e outras e com base em padrões dados em UFC/mL (unidades formadoras de colônias por mililitro). O monitoramento permite validar métodos e procedimentos a fim de prevenir contaminações à medida que se combate o seu foco ou causa, bastando na maioria das vezes, determinar o tipo de célula - bactéria, fungo ou levedura – não sendo necessária a identificação morfológica a menos que se trate de microorganismo muito reincidente principalmente no sistema de purificação da água.

A eficácia do sistema conservante só pode ser garantida através de testes de desafio, ou challenge Tests como são conhecidos, que consistem na inoculação do produto com microorganismos especificados pela CTFA (The Cosmetic, Toyletry and Fragrance Association) e a constante monitoração da carga sobrevivente. Idealmente estes testes devem ser realizados durante os testes de estabilidade das amostras do teste de fábrica e acompanhados com análises de determinação dos ativos conservantes para melhor interpretação dos resultados.

Devido à tendência em se lançar produtos cada vez mais seguros e ao mesmo tempo mais naturais, a melhoria das práticas de fabricação se impõe como uma condição de Qualidade Total. A lavagem das mãos e o uso correto de luvas seguido do controle de bio-incrustrações nos equipamentos e tubulações que se formam em superfícies porosas e cantos mortos que possibilitam que líquidos permaneçam estagnados. Especial atenção deve ser dada à limpeza e sanitização, que devem seguir procedimentos rigorosos e validados.

Para quem está dando os primeiros passos em busca da excelência em qualidade microbiológica, contar com a ajuda de um bom serviço de consultoria pode significar uma verdadeira arrancada na direção da produtividade de acordo com as exigências do mercado. A revisão da composição química do produto segundo os princípios de racionalização e otimização aqui apresentados, a adequação do sistema conservante e monitoração microbiológica constituem portanto o trinômio da qualidade microbiológica, valendo por fim ressaltar as seguintes recomendações:

1. aprimorar o senso crítico do formulador na racionalização da fórmula;

2.observar os critérios de escolha do sistema conservante tendo a regulamentação de mercado como fator eliminatório;

3.usar a concentração adequada de conservante que seja estável e compatível com a composição química do produto e condições do processo;

4.requisitar orientação do fornecedor do sistema conservante ou serviço de consultoria nas áreas de menor domínio dentro do trinômio produto-conservante-microorganismos;

5.buscar o melhor balanço custo-benefício;

6.validar e realizar os testes de estabilidade, de eficácia e clínicos incluindo amostra de fábrica acompanhados das análises físico-químicas, como forma de garantir a proteção microbiológica;

7.adotar as melhores práticas de fabricação e controle organizadas num sistema de monitoração da qualidade microbiológica integrado.

Bibliografia

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Steinberg , D.C. (1996). Preservatives for Cosmetics. C&T Ingredient Resource Series.Cosmetics & Toyletries.


Autoria:Vera Lúcia Siqueira

CONTROLE MICROBIOLÓGICO; COSMÉTICOS

Opções para todas as tendências – São muitas as inovações em conservantes oferecendo novas respostas tecnológicas às diferentes necessidades da indústria cosmética. Em alternativa aos parabenos, a Clariant vem apresentando ao mercado blends de conservantes à base de fenoxietanol e Piroctone olamina (Nipaguard PO5).

“Enquanto o fenoxietanol oferece alta efetividade contra bactérias Gram-positivas e negativas, a piroctone olamina age contra fungos e leveduras, representando, portanto, uma associação sinérgica de conservantes com diferentes mecanismos de ação”, informou Ana Paula da Silva, química de desenvolvimento de Personal Care da divisão Functional Chemicals da Clariant.

Também a ISP – International Spe­cialty Products vem atendendo aos últimos apelos da indústria cosmética, trazendo ao mercado conservantes com aprovação global e livres de parabenos. Uma das inovações é o blend Liquid Germall Plus, formado por diazolidinil uréia (39,6%) e IPBC (0,4%), composição diluída em propilenoglicol (60%).

“Ativo em ampla faixa de pH, de 3 a 8, esse preservante apresenta alta eficácia em baixos níveis de aplicação, sendo recomendado na concentração de 0,5%, embora possa ser utilizado em concentrações até 1%, apresentando amplo espectro de atividade microbiana contra fungos, leveduras e bactérias Gram-positivas e negativas, e com aprovação em testes de Challenge”, informou Nelson Perassinoto, gerente técnico de Personal Care para o mercado brasileiro da ISP do Brasil.

Aprovado para uso nos Estados Unidos e União Européia, o Germal Plus pode ser empregado em fórmulas para a pele e cabelos, na fase aquosa ou após a formação da emulsão, não sendo inativado por nenhum outro ingrediente cosmético, tampouco afetado por ingredientes não-iônicos como os parabenos.

Em xampus, a concentração de uso recomendada é de 0,25% até 0,50%. Em emulsões (0,125%, 0,25% e 0,5%), em emulsões não-iônicas (0,25% a 0,5%), aniônicas (0,5%) e à base de proteínas (0,5% a 1%). “Os formuladores brasileiros preferem usar preservantes na forma líquida em virtude das facilidades de incorporação nas fórmulas, mas também desenvolvemos Germall Plus em pó, sem propilenoglicol,

podendo, nesse caso, ser utilizado em concentrações de 0,05% até 0,2%”, informou Perassinoto.

Para a indústria cosmética que, além de exigir conservantes sem parabenos, também não quer utilizar matérias-primas geradoras de formaldeído, a ISP desenvolveu um preservante de amplo espectro, composto de blend de fenoxietanol com caprililglicol. Trata-se de Optiphen, um preservante na forma líquida aprovado globalmente nos Estados Unidos, Europa e Japão, em concentrações de uso até 1,5%.
“Até a classe médica dedicada à dermatologia está recomendando o uso de produtos livres de parabenos e de formaldeído em razão da suavidade e da segurança toxicológica. No entanto, essa categoria de matérias-primas também encontra grande demanda atual entre as indústrias cosméticas exportadoras”, acrescentou o especialista.

Perassinoto: opções sem formol e parabenos


A ISP também assina um novo desenvolvimento na área de ativos seboreguladores, que também concilia ação conservante. Trata-se de Acnacidol, um ativo derivado de biossíntese cujo composto principal é o ácido 10 hidroxidecanóico, substância presente na geléia real, com efeito seboregulador. Seu uso está sendo recomendado para cosméticos destinados ao tratamento da acne e para controle da oleosidade, mas suas atividades antibacteriana e antifúngica transformam esse ativo em ingrediente com função preservante, podendo ser utilizado em concentrações que vão de 2,5% até 5%.

“No caso de Acnacidol, nossa preocupação foi oferecer ao mercado uma alternativa para aqueles que pretendem desenvolver formulações sem conservantes, que poderão fazer uso desse ativo seboregulador para preservar suas fórmulas contra microrganismos”, informou Perassinoto.

Uma mistura de clorometilisotiazolinona com metilisotiazolinona a 1,5% de concentração na proporção de três para um, de ampla atividade bacteriostática e bactericida, e com permissão de uso de acordo com a lista positiva da Anvisa, na concentração máxima de 15 ppm, também integra um dos desenvolvimentos recentes da Rohm and Hass. Trata-se de Kathon CG, um preservante considerado seguro e eficaz para produtos enxaguáveis como sabonetes líquidos, xampus e condicionadores.
Outra família de preservantes apresentada pela empresa, e denominada Neolone, oferece várias tipos de substância e combinação. Uma delas é Neolone 950, composto de metilisotiazolinona na concentração de 9,5%, possui ampla atividade bactericida voltada à preservação de produtos não-enxaguáveis (leave-on) como cremes, géis e máscaras, além de loções para corpo e mãos, produtos para proteção solar, inclusive aqueles com avobenzona, lenços de limpeza e xampus anticaspa à base de piritionato de zinco, apresentando também como característica não liberar formaldeído.

A combinação de duas moléculas com ação preservante – metilisotiazolinona e fenoxietanol – também propiciou o desenvolvimento de uma mistura sinérgica contra bactérias e fungos para formulações de produtos não-enxaguáveis.

“Trata-se de Neolone PE, uma alternativa eficaz para os liberadores de formaldeído e para os parabenos, compatível com ampla variedade de matérias-primas empregadas em produtos para cuidados pessoais, incluindo surfactantes, emulsificantes e avobenzona, que está encontrando ótima aceitação no mercado porque combina dois ingredientes ativos com bases toxicológicas muito bem fundamentadas, não havendo risco de banimento”, informou Zicari.

Outra mistura sinérgica de metilisotiazolinona e caprililglicol, realizada pela Rohm and Haas, também resultou, segundo Zicari, em excelente alternativa a parabenos e liberadores de formaldeído, pois apresenta potente atividade antimicrobiana contra bactérias e fungos, sendo apropriada para a preservação de cosméticos com ou sem enxágüe. Trata-se de Neolone CapG, um blend de conservantes com forte atividade antimicrobiana contra bactérias e fungos, resultante da ação complementar entre as duas substâncias. Com faixa de uso recomendada entre 0,56% até 1,11%, pode ser empregada em ampla variedade de cosméticos como loções e cremes para a pele, hidratantes corporais, produtos para proteção solar, inclusive aqueles baseados em avobenzona, géis para cabelos e lenços de limpeza.

Conservantes isentos de parabenos também constam da linha de insumos para cosméticos da distribuidora Arinos. Um deles é Acnibio SR4L, um composto de caprilato de glicerila e fenoxietanol de alta eficácia e estabilidade, biodegradável e com amplo espectro de atividade contra todos os tipos de microorganismo. De acordo com Daniela Yoshimi Baba, supervisora do laboratório de aplicações cosméticas da Arinos, o caprilato de glicerila atua contra bactérias Gram-positivas e fungos, e oferece propriedades emolientes e emulsionantes. O fenoxietanol é considerado um dos conservantes mais versáteis e apresenta bom desempenho contra bactérias Gram-positivas e negativas. A sinergia entre eles propicia o uso do composto em condicionadores, géis, xampus, surfactantes e cleansers.

Outro conservante indicado pela Arinos é o Acnibio CFS. Trata-se de um composto de clorofenesina, fenoxietanol, ácido benzóico, ácido sórbico, butilenoglicol e dipropilenoglicol. “O dipropilenoglicol, quando combinado com os outros antimicrobianos, melhora o seu desempenho, tornando-os indicados para a maior parte das formulações cosméticas, exceto aquelas de caráter catiônico, devido ao risco de formação de complexo que irá reduzir a capacidade conservante”, informou Daniela.

Preservantes de longa duração – Boa parte dos conservantes desenvolvidos pelas indústrias oferece associações entre substâncias com diferentes mecanismos de ação, reunindo ativos com ação imediata, conhecidos como fast-kill e ativos com ação prolongada, os chamados slow-kill. Na opinião de especialistas da Ipel, os conservantes para uso cosmético têm de promover a combinação de mecanismos de ação para não só preservar o produto no período no qual está embalado, mas também depois de aberta a embalagem, durante o tempo de uso que dele fará o consumidor.

“Na Europa, já existe a necessidade de manter a validade do cosmético por um período de 24 meses quando se encontra acondicionado na embalagem fechada, período esse que deverá ser complementado por mais 12 meses após a abertura da embalagem”, disse Luiz Wilson Pereira Leite, diretor de marketing e negócios internacionais da Ipel Itibanyl Produtos Especiais.

Em volume, de acordo com o diretor, por enquanto não resta dúvida: os parabenos são os mais comercializados no mundo todo, mas estão em vias de ser subtituídos com vantagens por um ativo muito promissor para o setor cosmético, representado pela metilisotiazolinona, cujo uso pode ser feito em quantidades bem elevadas, até

Pereira Leite: cosmético precisa resistir até na embalagem aberta


100 ppm, e ainda ser associado a outros ativos da lista positiva da Anvisa. “As metilisotiazolinonas já contam com testes exaustivos comprovando a sua eficácia e baixa toxicidade em cosméticos enxaguáveis e não-enxaguáveis, e são aprovadas pela Anvisa”, afirmou o diretor.

Com exceção da butilbenzoisotiazolinona, a Ipel fabrica no Brasil toda a família das isotiazolinonas como a benzoisotiazolinona, a metilcloroisotiazolinona e a metilisotiazolinona. “A tendência mundial é a metilisotiazolinona substituir não só os parabenos como também a metilcloroisotiazolinona”, explicou Pereira Leite.

A produção nacional da família das isotiazolinonas iniciou-se na Ipel há pouco mais de três anos. Desde então, o interesse por essas moléculas vem crescendo bastante entre os produtores nacionais e também do exterior. “No Brasil, acreditamos que as isotiazolinonas deverão avançar bastante não só pela aceitação que o mercado interno está demonstrando em relação à substância, como também por causa da microbiota local”, considerou a bióloga Eliane Gama Lucchesi, gerente de assistência técnica e microbiologia da Ipel Itibanyl.

Eliane: ambiente local favorece as isotiazolinonas


A condição de higiene de processo e as boas práticas de fabricação, sem dúvida, influenciam muito a microbiota local, mas é muito mais freqüente encontrar-se contaminações por Staphylococcus aureus em áreas tropicais, como o Brasil, do que em regiões de clima temperado.

Nos laboratórios de monitoramento e controle de eficácia dos conservantes colocados à disposição dos clientes, os técnicos da Ipel chegam a analisar quais substâncias e quais as combinações são mais apropriados a cada tipo de cosmético ou desenvolvimento em curso pelas indústrias.

“A nossa rede de laboratórios deverá ser ampliada em futuro próximo”, antecipou o diretor Pereira Leite. Atualmente, a empresa mantém, além do laboratório-sede, no Brasil, outras unidades em funcionamento na Argentina, Colômbia e Espanha, mas, em breve, deverá instalar novos laboratórios também na China e no México, estratégia que visa promover a maior internacionalização de toda a linha de biocidas e conservantes fabricada pela empresa que hoje atende a doze diferentes segmentos de mercado e exporta para 26 países.

Com toda a linha de conservantes para o setor cosmético em distribuição pela Bandeirante/Brazmo no Brasil, a Ipel também desenvolveu recentemente um aparelho para medir o crescimento microbiano em amostras de cosméticos no período de 18 horas ou até 24 horas, com o propósito de auxiliar as indústrias cosméticas nas atividades de monitoramento e no desenvolvimento de novos conservantes. “Trata-se de equipamento que permite identificar os gêneros e as espécies de microrganismos presentes nas amostras, após o isolamento da bactéria, no período de seis a oito horas”, informou Eliane.

Nova geração em testes – Várias indústrias brasileiras vêm testando os novos preservantes desenvolvidos pela McIntyre como o Phenagon PBD, o Mackaderm GCP e Mackstat GCM. O PBD é uma mistura de fenoxietanol, ácido benzóico e ácido dehidroacético, formulada como uma efetiva e segura alternativa aos doadores de formaldeído e parabenos contra bactérias Gram-positivas e negativas. “O Phenagon PBD está de acordo com as novas tendências: não tem parabenos, não é doador de formaldeído, não tem halogênios e nem metilcloroisotiazolinonas, nesse último caso, um excelente fungicida, mas muito sensibilizante e, por isso, apenas recomendado dentro de limites mais estreitos de uso, pois pode ocasionar irritabilidade dérmica”, disse Viana.

O GCP é uma mistura de álcool fenitílico (ativo extraído das pétalas de rosas) com caprilato de glicerila (emoliente). “O interessante dessa mistura, denominada Mackaderm GCP, é que as duas substâncias componentes não são consideradas conservantes de acordo com o anexo VI da Colipa, mas tem ação antimicrobiana e antifúngica de amplo espectro, podendo ser utilizada em dosagens de 0,5% até 1,66%, tanto em produtos enxaguáveis como não-enxaguáveis”, explicou Viana.

Já o Mackstat GCM, trata-se de combinação de caprilato de glicerila com metilisotiazolinona de amplo espectro antimicrobial para formulações rinse-off e leave-on.

Conservantes isentos de parabenos e não liberadores de formaldeído também estão contemplados nas novas linhas desenvolvidas pela Cognis. A hexamidine diisethionate (Elestab HP-100), por exemplo, é um conservante catiônico hidrossolúvel e de amplo espectro que age contra bactérias, fungos e leveduras. “O Elestab HP-100 pertence à classe das diamidinas aromáticas e está sendo reconhecido como conservante polivalente devido ao duplo efeito: conservante das fórmulas e ‘sanitizante’ da pele, atuando como anticaspa e também no combate a peles acnéicas”, informou Neil Barrientos, gerente regional de marketing da Cognis do Brasil. Suas aplicações incluem produtos para limpeza e tratamento da pele em emulsões, géis, soluções aquosas e alcoólicas, sprays, sticks, xampus anticaspa transparentes, cosméticos para contorno dos olhos e wet wipes, em concentrações de uso desde 0,03% até 0,08% para uso conservante e 0,1% para uso em cosméticos para tratamento.

Outros desenvolvimentos recentes são Elestab CPN e Elestab PB Free. No primeiro caso, trata-se de conservante

Barrientos: conservante também sanitiza a pele


pertencente à classe dos derivados de alfa-gliceril éter (Chlorphenesin), caracterizado por um pó branco microcristalino, solúvel em álcool e em água à temperatura entre 50ºC e 80ºC, e recomendado para emulsões, hidrogéis, tônicos, preparações espumantes, maquiagens e produtos para o contorno dos olhos. No segundo, trata-se de conservante líquido, livre de parabenos e pronto para uso, que oferece uma mistura entre fenoxietanol e ácido ascórbico em uma solução de água-glicerina que permite ampla proteção microbiana, sendo recomendado para conservar produtos para a pele, formulados em emulsões e géis, bem como para produtos para os cabelos como xampus e condicionadores.

Apresentando estabilidade sob temperaturas acima de 40º C e não sofrendo alterações quando empregado em faixas de pH entre 5 e 8, outro conservante desenvolvido pela Cognis, pertencente à linha tradicional, o Bronidox L-5 (propilenoglicol, 5-bromo-5-nitro-1,3-dioxano), destina-se a cosméticos enxaguáveis, na concentração máxima de uso de 0,1% de substância ativa, e também é livre de parabenos.

Indústria atende aos apelos – A tendência “livre de parabenos” já se manifesta em algumas indústrias cosméticas no Brasil. A Mantecorp, por exemplo, já vem adotando em toda a sua linha de produtos dermocosméticos sistemas conservantes livres de parabenos, que costumam sofrer restrições da área médica, segundo Hugo Pinto, diretor-industrial da empresa. “Antes de submetermos um novo produto aos órgãos regulatórios, verificamos a eficácia do conservante na formulação diante dos microrganismos indicados nos compêndios oficiais e outros isolados em nossa fábrica, antes, durante e após submeter o produto a estresse físico”, informou o diretor.

Atualmente, diante da sensibilidade de faixas da população usuária a sistemas conservantes tradicionais, a Mantecorp está desenvolvendo novas fórmulas à base de componentes naturais, visando reduzir o potencial alergênico.

Além de novos sistemas conservantes, a empresa põe em prática suas políticas de qualidade, visando assegurar a pureza, a segurança e a eficácia de todos os produtos, atendendo às exigências sanitárias e os critérios pré-definidos internamente. “Nosso sistema de qualidade começa nos primeiros passos do desenvolvimento de uma formulação, que é desafiada por sucessivos testes sob condições de stress, e passam pela qualificação dos fornecedores de insumos, pela purificação da água utilizada nos processos de fabricação, seguindo pela validação dos processos, e pelo acompanhamento da performance da produção ao longo do tempo de prateleira do produto”, explicou o diretor. Além de realizar análises laboratoriais em cada uma das etapas do processo produtivo, a Mantecorp também monitora as áreas de trabalho e os equipamentos, sendo que todo o pessoal envolvido na produção é treinado em boas práticas de fabricação e para atuar de acordo com cada procedimento operacional.

Conservantes naturais – Atendendo ao apelo mundial por conservantes naturais, a Kemira desenvolveu dois ativos: o dehidroacetato de Sódio e o Hinokitiol. O primeiro, denominado Tristat SDHA, é um conservante pertencente à família dos ácidos benzóico e sórbico, sendo um dos poucos conservantes permitidos para emprego em formulações de linhas orgânicas e naturais, com segurança de uso bastante conhecida, inclusive na área farmacêutica. “Sua principal vantagem diante dos outros ácidos de sua família é seu maior pKa, o que resulta em uma efetividade conservante superior em valores de pH mais próximos do neutro, em torno de 5,0, onde se encontra a grande variedade de formulações para a pele”, disse Francisco Santin de Souza, coordenador de pesquisa e inovação da Cosmotec Especialidades Químicas, representante da Kemira. O segundo ingrediente com ação conservante 100% natural (Hinokitiol) consta da lista positiva do Japão, sendo permitido em formulações leave-on, rinsáveis e para mucosa oral, podendo ser empregado na

Souza: biocida natural protege cosméticos da linha orgânica


Europa e Brasil, inclusive, com apelo preservative-free. Proveniente do óleo da planta Hinoki, originária da Ásia, Hinokitiol é um pó puro solúvel em óleo, que possui amplo espectro de ação em concentrações extremamente baixas, desde 0,025% até 0,040%.

Outra inovação vem da Nikkol, do Japão. Trata-se de Nikkoguard 88, uma mistura sinérgica de dois emolientes, o glicerilcaprilato e o etilhexilglicerin, 74% composta de ingredientes de origem vegetal. “Testes comparativos realizados com uma emulsão de Nikkoguard 88 e outra emulsão contendo 0,50% de parabenos (metil e propil) revelaram que Nikkoguard 88 apresentou eficácia superior na redução de cargas microbianas, principalmente envolvendo A. niger, bolor sobre o qual a ação dos parabenos tem baixa efetividade”, informou Souza.

Em associação com butilenoglicol, Nikkoguard apresenta sinergia, podendo ser utilizado em concentrações em torno de 0,40%. De fácil incorporação, é solúvel a frio em óleos e glicóis, possuindo alta estabilidade em ampla faixa de pH, entre 3 e 7, e sob temperaturas até 80º C, podendo até mesmo ser incorporado a lecitinas, ingrediente conhecido co­mo inativante de conservantes, sem perder suas propriedades.

Enzimas antimicrorganismos – Um sistema enzimático exclusivo (Biovert), antibacteriano, antifúngico e antioxidante, composto por duas enzimas naturais, a glucose oxidase e a lactoperoxidase, um açúcar, a glucose, utilizada como substrato para reação, e dois ânions inorgânicos, o hipoiodeto e o hipotiocianato, desenvolvido pela Arch Chemicals, comprovou ser capaz de manter a integridade das formulações por mais de dois anos.

Com alta eficácia antibacteriana, esse sistema promove efetivo controle de fungos e reduz a degradação oxidativa de cosméticos enxaguáveis e não-enxaguáveis. Conforme Tatiana M.Kumayama, química sênior da área de Personal Care da Arch Química Brasil, o mecanismo de ação de Biovert imita uma ocorrência do sistema de defesa e proteção natural antimicrobiana e antioxidante do corpo humano contra as infecções. “Quando as duas partes do sistema são combinadas, uma reação em cascata ocorre gerando produtos antimicrobianos in situ. A reação é iniciada pela ação do oxigênio na enzima glucose oxidase que ataca o substrato (glucose), liberando peróxido de hidrogênio. Este, por sua vez, catalisa as reações de oxidação do iodeto e do tiocianato, que se transformam em hipoiodeto e hipotiocianato, os quais possuem ação antimicrobiana, resultando na rápida morte das células microbianas.”

A primeira reação, segundo Tatiana, consome todo o oxigênio existente na embalagem contendo o produto final mas, após a abertura da embalagem, o sistema antimicrobiano é reativado pela entrada do oxigênio. “O fato é que a formulação se torna

Tatiana: combinação de enzimas e ânions é biocidas e antioxidante


livre de oxigênio e oferece um benefício adicional que ajuda a proteger os ingredientes sensíveis a oxidações”, acrescentou.

Testes de desafio realizados com Biovert revelaram que as formulações resistem a bactérias como P. aeruginosa, K. pneumoniae e S. aureus, e também contra fungos e leveduras, como C. albicans, A. niger e Penicillium molds.

De acordo com recomendações do fabricante, Biovert não deve ser exposto a temperaturas superiores a 40ºC. Em rigorosos testes de estabilidade, emulsões contendo o sistema resistiram aos testes de Challenge depois de mais de dois meses armazenadas em temperaturas abaixo de 40ºC, três meses em 37ºC, seis meses a 35ºC e mais de dois anos à temperatura de 25ºC.

Um sistema preservante efetivo, segundo lembra Tatiana, deve assegurar a redução constante e decrescente dos microrganismos. O critério recomendado para bactérias é o seguinte: deverá haver pelo menos uma redução de 99,9% de bactérias vegetativas dentro do período de sete dias durante cada teste de desafio, sem que haja aumento durante todo o período de teste. Para leveduras e fungos, deverá haver pelo menos 90% de redução dentro do período de sete dias seguidos para cada teste de desafio que for realizado, sem que ocorra qualquer aumento durante o período dos testes, sendo que cada teste deverá ter a duração no mínimo de 28 dias e, se fórmula não se adequar a esses critérios, deverão ser consideradas avaliações adicionais.

Além de desenvolver sistemas preservantes naturais, outra preocupação da Arch vai ao encontro da necessidade de emprego de insumos de aceitação regulatória irrestrita, que possam ser aprovados mundialmente, nos Estados Unidos, União Européia e Japão. Um dos desenvolvimentos nessa área representa uma combinação livre de parabenos, isotiazolinonas e de doadores de formaldeído. Trata-se de Mikrokill PCC, uma combinação de fenoxietanol, cloroxilenol e caprililglicol, na forma líquida transparente, facilmente adicionada diretamente em formulações oleosas. “Em sistemas emulsionados”, ensina Tatiana, “Mikrokill PCC pode ser facilmente integrado nos primeiros passos da emulsão, na fase do óleo ou pós-emulsão, em temperaturas abaixo de 60ºC, enquanto em sistemas aquosos a adição de um co-solvente, agentes de ligação e/ou surfactantes podem ser necessários para solubilizá-lo.”

Mikrokill PCC não é solúvel em água. Entretanto, na presença de lauril sulfato de sódio, surfactante utilizado em fórmulas de xampus, a solubilidade na água aumentou em mais de seis vezes. Em outros tipos de formulação à base de água, o fabricante recomenda combinar o sistema com polissorbato 20, na proporção de um para um, para solubilizá-lo e adicionar a mistura ao produto acabado.

Outra exclusividade da Arch está no preservante especial para demaquilantes, tônicos, hidratantes, limpadores faciais, lenços umedecidos que, além de oferecer ação antibacteriana, tem propriedades desodorantes. Trata-se de Cosmocil CQ, uma solução de 20% de poli hexametilenobiguanida hidroclórica, conhecida como PHMB, de ampla atividade antimicrobiana.

Classificado como uma biguanida, Cosmocil CQ age diretamente na membrana do microorganismo, apresentando características tanto bacteriostáticas como bactericidas, a depender da concentração de uso. Diferentemente dos antibióticos, conforme o fabricante, não apresenta risco de desenvolvimento de resistência do organismo.

“Cosmocil CQ é um preservante suave, que pode ser utilizado em cosméticos para o público infantil como condicionadores, loções e lenços umedecidos. Suas características catiônicas, porém, impedem sua utilização em produtos com características aniônicas”, explicou Tatiana.

A comprovada eficácia em baixas concentrações de uso, a baixa toxicidade e a compatibilidade com as principais matérias-primas também fazem do conservante Triadine CG, outro item constante do portfólio da Arch, uma outra opção para a indústria cosmética. Indicada para xampus, condicionadores, sabonetes líquidos, entre outros, trata-se de uma mistura de clorometilisotiazolinona e metilisotiazolinona, efetiva nas concentrações de uso de 0,1% em peso em produtos enxaguáveis e 0,05% em peso em produtos não-enxaguáveis.

Higienização das instalações
deve seguir indicações técnicas

Os resíduos de matérias-primas e produtos acabados deixados no chão das fábricas e nos equipamentos após a produção de volumes, bateladas e lotes de cosméticos também se tornam um meio de cultura propício para o desenvolvimento de microrganismos indesejáveis para o ambiente, propiciando influência negativa para a qualidade do produto final, segundo alertam os técnicos do Ecolab, empresa fornecedora de soluções de higiene e sanitização para as indústrias.

Um sistema de limpeza e desinfecção eficiente, conforme defendem os técnicos da empresa, é aquele que garante a higienização de todas as superfícies, com a utilização de produtos compatíveis com os equipamentos e o meio ambiente e que ainda apresente a melhor relação custo/benefício.

A adoção do programa de boas práticas de fabricação, além de obrigatória, deve ser acompanhada do controle microbiológico não só dos produtos manufaturados, mas também das matérias-primas, instrumentos, tanques de estocagem e equipamentos.

Entre as recomendações técnicas, é importante manter janelas e portas das áreas de produção fechadas e livres de poeira e pragas, com sistemas de ventilação externa, além da checagem regular de microrganismos presente no ar. O uso de telas é recomendado para impedir a entrada de insetos durante a abertura das portas.

As superfícies dos equipamentos devem ser de fácil acesso e permitir a limpeza e a desinfecção fácil e efetiva. Caso isso não seja possível e existam pontos “mortos”, a limpeza deve ser feita com a desmontagem das partes críticas.

Os procedimentos de higienização e desinfecção devem abranger os produtos utilizados, suas concentrações de uso, temperatura, tempo de contato e as atividades de limpeza.

Caso um desses fatores não seja considerado, existe a grande possibilidade de se constatar falha de higienização e, conseqüentemente, a ocorrência de contaminações. Exemplo disso são as limpezas realizadas apenas com água quente e desinfetante, pois não são suficientes para a remoção das matérias orgânicas e/ou inorgânicas presentes nos ambientes.

A escolha do produto químico adequado é outro fator que irá depender do tipo e das quantidades de sujeira presentes nas superfícies, do método de limpeza (a seco, a úmido, manual, CIP etc.), da qualidade da água disponível, do custo, do tempo disponível e da temperatura permitida. Como se sabe, segundo chamam a atenção os técnicos, as altas temperaturas aumentam a adesão de alguns produtos, como os vários silicones, às superfícies, dificultando a sua limpeza.




De forma geral, um programa de limpeza e desinfecção deve seguir as seguintes etapas: enxágüe com água, detergência, enxágüe com água, desinfecção e enxágüe final novamente com água. Os procedimentos para limpeza e sanitização devem envolver os tanques de mistura, as peças, os equipamentos, os pisos, os tetos e as paredes internas e externas às áreas de produção. Deve-se também realizar a desinfecção ambiental por meio de pulverizações ou nebulizações com desinfetantes à base de ácidos peracéticos semanalmente e/ou ao final de cada produção. A limpeza e a desinfecção de banheiros e vestiários devem ser efetuadas diariamente ou ao final de cada produção com desinfetantes à base de quaternários de amônio. A limpeza e a desinfecção de panos e utensílios de limpeza, por sua vez, conforme recomendam os técnicos, devem ser feitas com produtos alcalinos clorados. A limpeza e assepsia das mãos e antebraços devem ser feitas com sabonetes à base de triclosan e géis sanitizantes contendo 70% de álcool e emolientes.

A qualidade microbiológica da água é outro fator importante para garantir um processo de higienização eficiente. Existem métodos que provêem esse controle microbiológico, como é o caso da cloração a partir de pastilhas de hipoclorito de cálcio com o programa Elgicide Bio-C que são aplicadas por meio de dosadores automáticos diretamente nas linhas de água.

Os tipos encontrados de sujidade nas indústrias cosméticas são classificados de acordo com os tipos de produção, como de produtos para tratamento dos cabelos (xampus, condicionadores, cremes e géis para cabelos, tinturas), produtos para higiene pessoal (sabonetes em barra, líquidos e em gel), produtos para tratamento da pele (loções, máscaras, protetores) e maquiagens (bases, máscaras, batons, sombras, delineadores etc).

Por ordem de dificuldade, consideram os técnicos, as sujidades decorrentes da produção de maquiagem são as mais difíceis de remover, seguidas pela fabricação de produtos para tratamentos corporais, higiene pessoal e tratamento dos cabelos.

Existem alguns programas desenvolvidos por tipo de produto. Grande parte dos resíduos pode ser retirada diante da presença de detergente alcalino, cuja concentração e aplicação são avaliadas caso a caso. Entretanto, existem casos específicos em que será necessária uma avaliação mais cuidadosa por parte do departamento de pesquisa e desenvolvimento (P&D) da indústria, realizando-se testes com vários produtos até encontrar o mais adequado para cada tipo de situação. Muitas vezes, a remoção exige uma concentração elevada de tensoativos alcalinos de difícil remoção, sendo necessário usar muitos litros de solução ácida para finalizar a operação.

Como recomendação geral, a escolha do desinfetante deve levar em conta a sua eficiência diante dos microrganismos, a sua baixa corrosividade, o seu baixo impacto ao meio ambiente, a sua baixa sensibilidade ao pH da água, todos requisitos apresentados pelo desinfetante Vortexx, segundo recomendam os técnicos do Ecolab.

Sujidades reconhecidamente mais difíceis de remover, como as bases de silicone, necessitam de produtos especialmente elaborados, como o Exelerate HS-I. Essa tecnologia, de acordo com os técnicos do Ecolab, é baseada na liberação de oxigênio oxidativo que promove o desprendimento da sujidade por meio de processo de ruptura que ocorre em reação química na superfície da sujidade.

Por fim, consideram os técnicos, não basta apenas ter conhecimento sobre os sistemas de limpeza adequados e os tipos de tecnologia a serem empregados, pois igualmente importante é a conscientização dos profissionais que participam direta ou indiretamente desse processo. O fator humano – aliado a uma política voltada para a qualidade – é o que diferencia as empresas que seguem com todo o rigor as boas práticas de fabricação.

Fonte: www.quimica.com.br/.../cosmeticos03.html