5.30.2013

Mais uma carta com ricinina é enviada à Obama

Além da substância tóxica, a correspondência também continha uma mensagem ameaçadora

EFE
Washington - Uma nova carta com ricinina, uma potente substância tóxica, foi enviada nesta quinta-feira ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Na última quarta (29), um documento similar foi encaminhado ao prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, conforme informou o Serviço Secreto.
Segundo as autoridades, a carta, que não chegou a entrar nas instalações da Casa Branca, foi examinada para comprovar se continha algum elemento tóxico após ser observado que o postal era muito parecido com os enviados ontem a Bloomberg e ao grupo contra armas presidido pelo prefeito.
O texto do documento era idêntico ao documento enviado a Bloomberg e dizia: "o que tenho nesta carta não é nada comparado com o que tenho planejado para ti", segundo fontes policiais afirmaram para a emissora "NBC".

Ricina

Estrutura da ricina.
A ricina é uma proteína presente nas sementes da mamona (Ricinus communis L.), considerada uma das mais potentes toxinas de origem vegetal conhecida. Essa proteína é classificada dentro de um grupo especial de proteínas denominadas RIPs (do inglês Ribosome-Inactivating-Proteins), ou proteínas inativadoras de ribossomos. As proteínas desse grupo são capazes de entrar nas células e se ligar a ribossomos, paralisando a síntese de proteínas e causando morte da célula, uma semente de mamona contém ricina suficiente para levar uma criança a morte.1
A exposição acidental à ricina é altamente improvável. A fabricação da ricina e seu emprego para envenenar as pessoas teria que ser um ato proposital. Se isto for feito, as pessoas podem ficar expostas ao inspirar o pó ou aerossóis (gotículas) de ricina ou ao comer alimentos ou beber água que contenham ricina. Grânulos de ricina dissolvida em líquidos também podem ser injetados no organismo das pessoas. O envenenamento com ricina não é transmitido de pessoa para pessoa por contato.2 3
Não há nenhum teste confiável para confirmar a exposição à ricina. Seu médico terá que verificar se você tem determinadas combinações de sintomas.1
Uma exposição a quantidades razoáveis de ricina pode causar sérios danos a órgãos e provocar a morte. Doses inaladas ou injetadas de 500 microgramas podem levar a morte.4
Os sintomas de envenenamento por ricina podem aparecer de 6 a 8 horas após a exposição. A enfermidade causada por esse veneno pode durar dias ou semanas.
Não existe um tratamento específico, o envenenamento por ricina é tratado com cuidados médicos de apoio, tais como auxílio para respirar, administração de líquidos por via intravenosa e medicamentos para tratar o inchaço.1

Ricina

A ricina é uma proteína encontrada exclusivamente no endosperma das sementes de mamona, não sendo detectada em nenhuma outra parte da planta. A concentração dessa proteína na semente pode variar entre diferentes genótipos, tendo sido detectados teores de 1,5 a 9,7 mg/g em 18 acessos de um banco de germoplasma dos Estados.
Ela é a principal responsável pela toxidez da torta de mamona e está entre as proteínas de maior toxidez conhecida pelo homem. Trata-se de uma proteína com duas subunidades de aproximadamente 34 kDa que biologicamente possuem diferentes funções.
A ricina se classifica como uma lectina, ou seja, uma proteína que tem um sítio receptor específico para um açúcar ou uma unidade de oligossacarídeo; pertence à família das lectinas A-B, isto é, composta por duas subunidades, uma delas com atividade enzimática e a outra com um sítio de ligação específica ao açúcar galactose, exercendo seu mecanismo de toxidez através da inativação dos ribossomos.
A unidade A da ricina pertence a uma classe de enzimas conhecida como proteínas inativadoras do ribossomo (RIC, em inglês). Normalmente essas proteínas não apresentam toxidez, pela incapacidade de penetrarem na célula e atingir os ribossomos; estão presentes em produtos largamente ingeridos na alimentação humana, como gérmen de trigo e cevada. No caso da ricina, esta subunidade A se encontra ligada à subunidade B, que se liga à parede celular e permite a entrada da subunidade A por endocitose para o citossol e promove a morte da célula por inibição da síntese protéica.
Na área médica a ricina tem se destacado entre um grupo de proteínas tóxicas que vêm sendo usadas com o objetivo de matar células indesejadas (células cancerígenas). Para chegar ao alvo, a toxina é ligada a um anticorpo que reconhece especificamente a célula que se deseja eliminar, possibilitando que a ricina penetre a célula e provoque a toxidez. Esta toxina também chamou a atenção ao ser usada criminosamente para o assassinato do jornalista búlgaro Georgi Markov, em 1978, na cidade de Londres.
O óleo de mamona não possui ricina, pois toda a proteína da semente permanece na torta após o processo de extração, até mesmo porque essa proteína é insolúvel em óleo.

Curiosidade

Em fevereiro deste ano, uma carta contendo ricina foi encontrada no Senado dos Estados Unidos. Da mesma forma que a abrina e a pulchellina, a ricina é estudada como possível substância ativa de medicamentos, mas também pode ser usada como arma química. Em 1978, durante a Guerra Fria, Georgi Markov, escritor e jornalista búlgaro que vivia em Londres, morreu após ser atacado por um homem que injetou ricina em seu organismo. Há relatos de que a substância também foi usada na Guerra Irã-Iraque, durante os anos 80.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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