6.21.2013

Governo de SP quer reunião com manifestantes antes de novo protesto

Encontro foi marcado para as 10h de segunda (17), anunciou secretário.
'Ninguém vai ser preso por portar vinagre', disse Grella neste domingo.

Lívia Machado Do G1 São Paulo
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Grella anuncia convite a reunião com manifestantes (Foto: Lívia Machado/G1) 
Fernando Grella anuncia convite a reunião com
manifestantes para segunda-feira (17)
(Foto: Lívia Machado/G1)
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) anunciou neste domingo (16) que irá convidar lideranças e manifestantes envolvidos nos recentes protestos na capital para uma reunião, na manhã da próxima segunda-feira (17). De acordo com o secretário Fernando Grella, o encontro marcado para as 10h pretende garantir uma manifestação pacífica no fim da tarde de segunda-feira, conforme previsto pelos manifestantes. Grupos paulistas protestam desde o início deste mês contra o último aumento da tarifa do transporte na cidade.
"Queremos que os manifestantes exerçam seu direito de manifestar. A Polícia Militar tem condições de planejar com algumas horas de antecedência a melhor forma de reduzir o encontro com o restante da população e de proteger os manifestantes. O fundamental é definirmos um trajeto que será percorrido. Com isso faremos um bloqueio de rua, de modo que a população não saia prejudicada", defendeu Grella, em entrevista coletiva neste domingo.
O secretário disse também que "ninguém vai ser preso por portar vinagre [amanhã]", quando questionado sobre prisões arbitrárias, inclusive de jornalistas que portavam o líquido em protestos anteriores para amenizar os efeitos do gás lacrimogêneo. Grella garantiu, ainda neste domingo, que as investigações sobre supostos excessos cometidos por policiais militares durante as manifestações contra o aumento da tarifa dos transportes já estão sendo realizadas, mas levarão tempo para serem apresentadas. "Quanto aos fatos noticiados, todos estão sendo investigados. Exige tempo, e no tempo certo estaremos divulgando".
O governador Geraldo Alckmin afirmou neste domingo em sua conta no Twitter que a reunião convocada pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo com os manifestantes tem como objetivo “garantir que todos possam exercer seu direito de manifestação de forma segura e pacífica”, afirmou. “Preservando assim a liberdade de expressão, o interesse público e os serviços essenciais”, acrescentou.
Na última quinta-feira (13), o protesto ocorrido na região da Avenida Paulista deixou dezenas de feridos e mais de 200 detidos. Houve confronto entre policiais e manifestantes e jornalistas também foram atingidos por balas de borracha. Um grupo que protestava contra o aumento das tarifas de ônibus e metrô na cidade foi reprimido com bombas de efeito moral, gás e balas de borracha ao tentar seguir em direção à Avenida Paulista. De acordo com a Polícia Militar, os manifestantes descumpriram um acordo para não subirem pela avenida, o que teria ocasionado a reação policial.
Cavalaria fecha a Av. Paulista. (Foto: Flavio Moraes/G1)Cavalaria fechou a Av. Paulista na quinta-feira (13)
(Foto: Flavio Moraes/G1)
Ação policial na segunda-feira
Para o protesto marcado para segunda-feira, o objetivo da Secretaria de Segurança Pública é evitar excessos, segundo o secretário. "Não vai haver necessidade de usar o Choque. Acreditamos que não vai ser necessário, que a manifestação será pacífica. Vamos dar a garantia para que a manifestação ocorra de maneira organizada. Eles [os manifestantes] também têm esse interesse", afirmou.
Segundo o secretário, o convite para que as lideranças do Movimento Passe Livre (MPL) participem desta reunião será oficializado ainda neste domingo, a fim de organizar uma passeata pacífica, em que a polícia cuide apenas do policiamento do protesto. O G1 entrou em contato com a organização do MPL e aguarda o posicionamento do grupo sobre o convite.
Questionado sobre por que só agora foi tomada a iniciativa de um convite para conversar com os manifestantes, Grella disse apenas: "acreditamos que agora é necessário." Também participou da entrevista deste domingo o comandante da Polícia Militar (PM) de São Paulo, Benedito Meira.
Perfil dos manifestantes
Durante a entrevista deste domingo, Grella e Meira negaram a existência de investigações sobre grupos punks que estariam sendo convocados para integrar os protestos na capital. O levantamento integraria um suposto relatório produzido pelo serviço secreto da Polícia Militar de São Paulo, mas a informação foi negada pelas autoridades.
"A polícia não faz mapeamento de nenhum grupo nas manifestações", disse Meira. O comandante confirmou a presença de policiais à paisana durante os atos de protesto, mas disse que sua função seria fiscalizar e controlar a ação da própria corporação, “não para bisbilhotar a vida de ninguém”,

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