7.01.2013

Contradição da mídia

O contrabando ideológico da mídia/oposição

Ao ler os jornais e assistir aos telejornais – principalmente o Jornal Nacional – temos a impressão de que o Brasil está afundando. Parece que nunca estivemos tão mal quanto agora. Tudo é retratado como um caos: a economia, a política, escândalos, a Copa etc.
Faz sentido? Não faz o menor sentido. Vivemos hoje uma situação muito melhor que a de, por exemplo, onze anos atrás, antes de o PT assumir o governo. E em todos os sentidos.
A pobreza caiu, a desigualdade diminui, o desemprego se reduziu significativamente, a renda aumento, o salário mínimo ganhou valor, há uma política social efetiva, ações de transparência foram desenvolvidas, o Brasil se projetou internacionalmente e por aí vai.
E por que o retrato que nossa mídia/oposição faz é uma pintura do fim do mundo? Por causa da disputa política, como sempre lembrava aqui o ex-ministro José Dirceu. É uma tentativa – e agora talvez seja a mais intensa dos últimos anos – de desconstruir o governo, de colocar novamente seus aliados no poder. E retroceder nas conquistas desta pouco mais de uma década de governo do PT.
Os sinais deste discurso adotado pela mídia/oposição são evidentes. Em seu artigo hoje na Folha de S.Paulo, Jânio de Freitas trata do assunto. Ele comenta uma coluna do colega Vinicius Torres Freire, no mesmo jornal. No último dia 24, Freire registrava: “O Datafolha registra um nível de insegurança econômica inédito desde os piores dias de FHC, embora a situação econômica e social seja muito melhor agora”.
Jânio de Freitas afirma que “algo provoca tal contradição”. E o que seria? “Não pode ser a percepção espontânea e geral, porque a situação ‘muito melhor’ não lhe daria espaço. O que poderia ser, senão os meios de comunicação desejosos de determinado efeito? Se, apesar da situação melhor, o sentimento é pior, claro que se trata de sentimento induzido. Um contrabando ideológico”, afirma.
Na mosca. É um contrabando ideológico, uma expressão perfeita para resumir o cenário atual dos meios de comunicação.
Jânio continua: “Terminaram depressa as rememorações do golpe de 64. O corporativismo apagou a memória da função exercida pela imprensa no preparo do golpe e no apoio à apropriação do poder, de todos os poderes, pelos militares. Não há, nem de longe, semelhança entre aquela imprensa e a atual. Mas o seu estrato mais profundo, econômico, social e político, mudou menos do que a democracia pede. E conduz às recaídas cíclicas dos meios de comunicação em práticas próprias de partidos e movimentos políticos. Estamos entrando em mais uma dessas fases”.

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