9.19.2013

Operação Miqueias da PF

Ação da PF contra lavagem de dinheiro em 10 Estados apreende até Ferrari


Operação apreendeu uma Ferrari 458 Spider, um Lamborghini Gallardo Spyder e um Mercedes-Benz SLS

Terra

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A Polícia Federal iniciou na manhã desta quinta-feira uma operação para prender suspeitos de integrarem duas quadrilhas em nove Estados - São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão, Amazonas e Rondônia -, além do Distrito Federal. Um dos bandos era especializado em lavagem de dinheiro, e a outra, de má gestão de recursos de entidades previdenciárias públicas. Segundo as investigações da Operação Miqueias, os líderes da quadrilha que lavava dinheiro também aliciavam prefeitos e funcionários públicos para que eles fizessem aplicações de recursos que favorecessem os criminosos. Mais de 300 agentes participam da operação.
Ao todo, a PF cumpre 102 mandados judiciais - cinco de prisão preventiva, 22 de prisão temporária e 75 de busca e apreensão. Entre os bens apreendidos estão carros de luxo como uma Ferrari 458 Spider, um Lamborghini Gallardo Spyder e um Mercedes-Benz SLS.

A investigação começou há um ano e meio, e descobriu um esquema de lavagem de dinheiro por meio da utilização de contas bancárias de empresas de fachada ou fantasmas, abertas em nome de laranjas. Em 18 meses, foram sacados mais de R$ 300 milhões de reais nas contas dessas empresas.

Pelo menos dois delegados da Polícia Civil faziam parte do bando, impedindo investigações e repassando informações privilegiadas. Apenas no Distrito Federal, pelo menos 16 pessoas já foram presas.

Policiais civis participavam de quadrilha
A PF apurou que policiais civis participavam da quadrilha, fazendo a proteção dos outros suspeitos. Segundo a TV Globo, pelo menos dois delegados da Polícia Civil foram presos no DF.

Os principais nomes da quadrilha também pagavam propina a prefeitos e gestores de Regimes Próprios de Previdência Social - o objetivo era fazer com que eles aplicassem os recursos das entidades em fundos de investimentos com papeis pouco atrativos, geridos pela própria quadrilha. Como consequência, esses de Regimes Próprios de Previdência Social tiveram vários prejuízos.

Segundo a PF, houve irregularidades nas prefeituras de Manaus (AM), Ponta Porã (MS), Murtinho (MS), Queimados (RJ), Formosa (GO), Caldas Novas (GO), Cristalina (GO), Águas Lindas (GO), Itaberaí (GO), Pires do Rio (GO), Montividiu (GO), Jaru (RO), Barreirinhas (MA), Bom Jesus da Selva (MA) e Santa Luzia (MA).

Os presos e indiciados responderão pelos crimes de gestão fraudulenta, operação desautorizada no mercado de valores mobiliários, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e falsidade ideológica.

O nome da Operação Miqueias faz referência a um personagem bíblico de mesmo nome que denunciava os governantes, chefes e ricos das cidades de Jerusalém e Samaria por roubarem o povo. Miqueias também denunciou a cobiça, os ganhos imorais, a maldade planejada, a balança desonesta e o crime organizado.

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