10.23.2013

Amantes: saiba qual é o perfil das mulheres que aceitam ser a outra



Segundo entrevistadas, o homem não costuma contar que é comprometido e quando a mulher descobre fica à mercê das promessas de separação


A personagem Aline (Vanessa Giácomo) de Amor à Vida não é a primeira a interpretar uma amante nas telinhas e provocar sentimentos adversos no público. Antes da secretária que conseguiu separar o casal Cesar (Antônio Fagundes) e Pilar (Suzana Vieira), Alexia (Carolina Ferraz) em Avenida Brasil, Natalie (Deborah Secco) em Insensato Coração, Bianca (Cléo Pires) em Salve Jorge e outras passaram pela situação. Mas, distante dos estereótipos criados para “a outra” da relação na ficção, as psicólogas entrevistadas pelo Terra disseram que nem sempre a amante é uma vilã, mulher fatal ou tem como objetivo destruir a felicidade de um casal.


Recebo mulheres que estão esperando há mais de 10 anos
psicóloga e escritora Olga Inês Tessari sobre amantes que esperam virar a 'fixa'


“A maioria dos homens não conta que é comprometido no início. Às vezes acontecem encontros casuais, ele acha a mulher interessante e não quer abrir mão disso”, disse a psicóloga e escritora Olga Inês Tessari. Quando ela descobre, já está envolvida emocionalmente e fica à mercê das promessas do parceiro de que ele pedirá o divórcio, acrescentou a psicóloga. “Recebo mulheres que estão esperando há mais de 10 anos. Chega um momento em que o tempo passa, a mulher envelhece, todos os homens na idade dela já estão comprometidos e ela se sente emocionalmente dependente”, disse Olga.


A antropóloga e professora nas áreas de antropologia cultural e sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Mirian Goldenberg, é pesquisadora do assunto e escreveu os livros Por que Homens e Mulheres Traem? e A Outra. “Não existe essa vilã destruidora de casamento, às vezes a mulher não quer que o cara se separe e sente culpa por se relacionar com ele”, disse Mirian. Segundo ela, a situação é um “drama" porque as amantes são contra viver a divisão e se recusam a perder o parceiro, no entanto, não têm essa escolha: terminam a relação ou a aceitam, mesmo sendo incompleta.


As amantes costumam ser mulheres com autoestima baixa, carentes, que se apaixonam com facilidade e encontram a segurança e atenção nesse homem, geralmente mais velho, de acordo com os casos atendidos por Olga. A psicóloga citou também as que se envolvem por interesse: “é o velho golpe da barriga, que garante, pelo menos, uma pensão”. No entanto, a maioria dos relacionamentos é de vínculo emocional, reforçou.


O perfil das amantes 
A secretária representa, por vezes, a responsável por destruir casamentos e famílias nas tramas de novelas e filmes. Na vida real, a situação não é muito diferente: a maioria das amantes faz parte do ambiente de trabalho do homem, segundo as entrevistadas. “São mulheres que convivem com ele fora de casa e acabam dando atenção”, disse Olga. “É uma pessoa com quem o homem compartilha amizade e cumplicidade. Ele convive mais no trabalho com essa mulher do que em casa com a própria esposa e às vezes consegue falar coisas com ela que ficam inviáveis em casa por ter outros problemas para resolver”, complementou Mirian.




No livro A Outra, a antropóloga classificou três tipos de mulheres. A amante provisória é jovem, não aceita a situação por muito tempo e desiste caso o parceiro não se separe da mulher “oficial”. A transitória, segundo Mirian, tem cerca de 30 ou 40 anos e fica na expectativa de conseguir que o homem fique apenas com ela. A permanente é a mulher que passou mais de 30 anos esperando a separação, desistiu e aceitou a segunda posição na vida amorosa do companheiro.


Na pesquisa feita para a elaboração do livro, Mirian descobriu que “a outra” cria uma identidade “por um contraste permanente com a da esposa” para a autovalorização. Ela “se constrói como a verdadeira companheira em todos os níveis, enquanto a esposa aparece como o vínculo obrigatório do parceiro”, escreveu a antropóloga. É comum a amante se considerar a principal, a primeira e a verdadeira companheira do homem.


Por que os homens traem?
Carência, insatisfação sexual e emocional, busca por aventura e pressão de amigos estão entre os principais motivos, segundo as especialistas. Mirian, na obra Por Que Homens e Mulheres Traem? definiu três comportamentos masculinos: o poligâmico por natureza – que trai por ser fiel aos próprios desejos – e é minoria; o monogâmico infiel - que comete adultério em momentos de crise do casamento, mas não gosta da situação -; e o monogâmico - que prefere terminar o relacionamento a trair a mulher.


A traição não significa falta de sentimento, segundo Olga. "Alguns homens dizem que se pudessem unir a amante e a esposa teriam a mulher ideal ao lado deles”. É comum, disse a psicóloga, a conciliação do casamento pela amizade e companheirismo e do relacionamento adúltero pelas necessidades sexuais e de atenção. “A relação de amante tem só o filé mignon”, comentou Mirian. Para a antropóloga, os problemas, mau humor e preocupações estão mais presentes no casamento do que no relacionamento com a amante, o que o torna ainda mais atraente.

O que leva à traição? Descubra os principais motivos

A curiosidade e a autoafirmação são os principais fatores que levam as pessoas a trai

Fonte de inspiração de grandes clássicos musicais, filmes e romances, o fantasma da traição vive cercando muitos relacionamentos. Segundo Ana Maria Zampieri, psicóloga especialista em relacionamentos, mais cedo ou mais tarde, cerca de 60% dos casais passam por uma crise que culmina numa "pulada de cerca" de alguma das partes do casal, ou quem sabe, até das duas.

Segundo os dados levantados pela psicóloga em cinco anos de pesquisas, feitas com mais de 4500 casais brasileiros, as mulheres estão tão propensas a trair quanto os homens. “Antes se pensava que eles traiam mais que elas. Mas vimos que os números são muito parecidos. A diferença é que ele é menos cuidadoso na hora de esconder a infidelidade”, completa a psicóloga. Além disso, Ana Maria aponta: enquanto os homens tendem a trair ao longo da vida, as mulheres estão mais propensas a se render aos amantes a partir dos 40 anos, quando os filhos já estão crescidos. 

As mulheres e homens possuem maneiras diferentes de levar um relacionamento amoroso. E quando o assunto é traição, a ideia é a mesma. “Os homens são incentivados desde sempre a terem diversas parceiras sexuais, a ser o conquistador e a buscar aventuras fora da vida conjugal. Aos olhos da sociedade, isso até parece normal”, defende Vanessa. “Enquanto isso, as mulheres que traem são condenadas, principalmente se são mães. A sociedade vê as mulheres infiéis como um atentado à moral e à família”, concorda Ana Maria.

Relacionamentos longos podem passar por maus momentos e sem dúvida, nessas horas, a grama do vizinho parece ser sempre mais verde e a vida em outros braços mais emocionante. “Não dá pra dizer que não há fidelidade em relacionamentos longos, mas é difícil acreditar que existam pessoas totalmente fiéis a vida toda”, defende Vanessa de Oliveira, ex-prostituta e autora do livro Ele te traiu? Problema dele – Como superar a traição ontem mesmo.

Nas pesquisas de Ana Maria, muitos dos infiéis diziam buscar aventuras extraconjugais devido à monotonia, que marcava a relação em que estavam. “Os casais, com o passar dos anos, deixam de investir no erotismo, deixam de procurar formas de sair da rotina, até mesmo de conversar sobre assuntos variados. E isso abre porta para que o relacionamento balance”, diz Ana Maria. Nesse momento, as pessoas se sentem mais dispostas a procurar outras formas de prazer. 

Mas, Vanessa – que se diz pivô de inúmeras traições – prefere afirmar que a maioria dos casos extraconjugais é motivada pela curiosidade, pela vontade de variar os parceiros sexuais ou ainda, até para se autoafirmar e se sentir sexy e sedutor. "As causas variam, são diferentes em cada relacionamento. Os curiosos precisam saber como é o sexo fora do casamento, como é se divertir ao lado de outras pessoas. Já os que buscam se autoafirmar procuram casos extraconjugais para saber se ainda são desejados”, explica.

Ainda assim, não é possível apontar os culpados pela traição. “Quem trai é culpado pelo ato em si, mas as razões que o levaram a chegar neste ponto podem envolver muita coisa. As vezes a esposa não dá atenção necessária para o marido, o namorado deixa de satisfazer a namorada, outros por não se sentirem desejados e assim por diante. ”, diz Ana Maria. “Clima da relação favorece”, completa.

Veja abaixo nove tipos de traição e veja na aba de fotos casais famosos que assumiram uma traição publicamente.

 





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