11.18.2013

Cuidados que rejuvenescem

  • Especialistas reunidos nos ‘Encontros O GLOBO Saúde e Bem-Estar’ mostram o que há de moderno no tratamento estético e alertam para os perigos de procedimentos não recomendados pela sociedade médica
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Maria Clara Serra

Volney Pitombo, Viviane Nogueira (editora assistente de saúde), Cláudio Domênico e Fabio Cuiabano debatem os cuidados que envolvem a busca pela beleza
Foto: Pedro Kirilos
Volney Pitombo, Viviane Nogueira (editora assistente de saúde), Cláudio Domênico e Fabio Cuiabano debatem os cuidados que envolvem a busca pela beleza Pedro Kirilos
RIO - De especialidade voltada às doenças e aos acidentes que deformavam a pele, o tratamento estético alcançou novos patamares na era moderna da medicina. Nos dias de hoje, as salas de dermatologistas e cirurgiões plásticos estão cheias de pessoas que procuram uma coisa só: beleza. Nessa busca, o maior desafio é saber para onde e até quando devemos ir. Os especialistas ensinam que, para não errar, duas palavras são essenciais: cuidado e limite.
Com a presença do dermatologista Fabio Cuiabano e do cirurgião plástico Volney Pitombo, o coordenador dos Encontros O GLOBO Saúde e Bem-Estar, Cláudio Domênico, iniciou os debates sobre o tema na última quarta-feira na Casa do Saber O GLOBO, na Lagoa.
— A maioria das pessoas que procura por cirurgias plásticas e tratamentos estéticos são jovens e com boa saúde, por isso acabam não se preocupando tanto — afirma. — Verificar se o médico tem a especialidade no assunto pelo site da sociedade e checar se o tratamento já possui a chancela da entidade é fundamental.
A busca pela beleza é mundial, mas o Brasil é o segundo país no ranking em número de cirurgias plásticas, só perde para os Estados Unidos. E é justamente nessa área que a ciência mais avançou.
— O tempo de recuperação hoje é mais rápido pois os tratamentos são menos invasivos. Não esticamos a pele apenas, modelamos a gordura e trabalhamos na camada muscular — explica Volney Pitombo.
Para a gordura, a lipoaspiração, cirurgia plástica mais feita no mundo; para a flacidez muscular, o facelifting, intervenção que hoje é mais personalizada e confere uma aparência mais natural ao rosto; para os seios, o silicone. Na mesa de cirurgia, os médicos conseguem fazer quase tudo, mas ainda não há milagres.
Antes de recorrer ao cirurgião, há muitos outros métodos para prolongar a beleza. Manter-se longe do cigarro e investir em um estilo de vida saudável, que inclui alimentação balanceada, cuidados com a hidratação e prática de exercícios físicos regulares, são a receita que quase todos os médicos prescrevem e que continua sendo a mais eficaz.
— Temos que cuidar da pele desde que nascemos, pois já começamos a envelhecer. Até os 20 anos, a utilização do protetor solar, a alimentação e a hidratação são suficientes — recomenda Cuiabano. — Após os 30 anos, é preciso hidratar a pele externamente e fazer os procedimentos compatíveis com a idade, sem exagerar. Depois dos 40 anos já é recomendado o facelifting, pois é a partir dessa idade que começa a flacidez que a dermatologia não consegue combater.
Perigos vindos do sol
Para prevenir o envelhecimento da pele e não ter que correr atrás do tempo perdido, Cuiabano recomenda a utilização tópica de ácido retinoico, uma forma oxidada da vitamina A que é um dos tratamentos mais baratos e eficazes; ácido glicólico, que pode reduzir rugas, cicatrizes de acnes, hiperpigmentação, entre outras condições da pele; e peeling, que utiliza substâncias químicas para retirar toda a camada externa da pele, rejuvenescendo e minimizando as imperfeições.
É possível obter os mesmos resultados utilizando máquinas de laser, sendo os mais indicados os de Luz Pulsada e o PDL (Pulsed Dye Laser). Se o problema é mais profundo será preciso lançar mão de preenchedores como o ácido hialurônico. Ou injeções de toxina botulínica para paralisar músculos e suavizar expressões.
— Provavelmente 50 milhões de pessoas no mundo já utilizaram a toxina botulínica e já há uma amostragem muito grande para ter certeza de que ela não possui efeito colateral tardio — explica o dermatologista. — O grande problema é o exagero na sua utilização.
Como não há somente bons exemplos, é bom ficar distante do tratamento com fios de ouro, que promete acabar com a flacidez facial, mas, segundo Cuiabano, depois de dois anos gera muitos problemas, e do metacril.
— Atendo muita gente no meu consultório que colocou o metacril, também chamado de bioplastia — relata Pitombo. — Essa técnica promete melhora permanente, mas é muito ruim para o paciente. O material inflama a pessoa fica deformada, além de ser muito difícil, quase impossível de retirar.
Com a proximidade do verão e as temperaturas batendo recordes no mundo, o protetor solar continua sendo a melhor recomendação contra o envelhecimento e o câncer de pele. Para não entrar nas estatísticas do melanoma, câncer que mais mata no mundo, os médicos recomendam a reaplicação do produto de duas em duas horas, sempre acima do fator 30. Para quem tem pele muito branca ou algum problema dermatológico, fator 60.
— Recomendamos procurar um médico sempre que aparecerem novas manchas pretas, principalmente as que coçam, não são uniformes e sangram, pois podem ser melanoma — alerta Cuiabano.

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