11.26.2013

Rosuvastatinas são mais eficazes nas novas diretrizes para o controle do colesterol.


As doenças do aparelho circulatório são a principal causa de mortalidade no País. E o colesterol elevado, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, é um dos principais fatores de risco, precisando ser mais bem controlado, para prevenir males como o infarto agudo do miocárdio e o AVC (conhecido como “derrame cerebral”).  Na semana passada a Associação Americana do Coração recomendou mudanças radicais na forma de controlar o colesterol   e desde setembro último, os valores de recomendação do chamado colesterol ruim (LDL-C) foram alterados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) por meio da “V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose”. Isso deve levar a um crescimento significativo de pessoas que usarão medicamentos para controlar o colesterol – em especial a rosuvastatina cálcica, considerada a substância mais eficaz atualmente para agir na redução do LDL-C e com baixíssimos efeitos colaterais. Segundo o Dr. Hermes T. Xavier, presidente do Departamento de Aterosclerose, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (DA-SBC) o controle do colesterol é uma das formas mais simples de prevenir as doenças do coração. “Além disso, as novas substâncias no mercado são de fato muito eficientes no controle do colesterol, sendo as estatinas a opção preferencial. E a rosuvastatina é o fármaco mais potente dessa classe”, diz ele. Segundo o médico, possivelmente seu uso deverá crescer entre os pacientes com indicação de redução dos níveis de LDL-Colesterol. De acordo com o Dr. Antonio Gobbi, gerente médico da Torrent do Brasil, um dos laboratórios que comercializa a rosuvastatina no Brasil, além de diminuir os índices do LDL-C, o chamado “colesterol ruim”, pode também, aumentar o HDL-C, considerado o “bom colesterol”. A eficácia da droga, diz o Dr. Gobbi, está comprovada também por diversos estudos clínicos internacionais. Um deles mostrou que após dois anos de uso de rosuvastatina, as placas de ateroma já formadas foram consideravelmente diminuídas. A aposta no crescimento do uso da rosuvastatina tem como uma de suas principais bases um estudo denominado JUPITER. De acordo com o Dr. Hermes, “este estudo demonstrou de forma inequívoca que reduções do LDL-Colesterol superiores a 50% promovem redução de 44% nos eventos cardiovasculares em homens e mulheres. Antes desse estudo, essas pessoas não teriam a recomendação de baixar seus níveis de colesterol com medicação”, explica.

O que mudou – Pela nova diretriz da SBC, a taxa do colesterol ruim agora não deve ultrapassar o valor de 70 mg/dL para pacientes de alto risco. Antes, a referência era de 100 mg/dL. O risco é maior para quem tem doença cardiovascular, diabetes, doença renal crônica ou histórico na família. As mortes por infarto agudo do miocárdio têm aumentado entre as mulheres. Segundo a SBC, em cada 10 mortes, quatro são mulheres. Há 50 anos, eram nove homens para uma mulher.  Já, a novidade da nova diretriz americana, que causou maior impacto, foi a recomendação para o uso das estatinas, agora, não somente visando a redução do colesterol, mas como agentes terapêuticos diretos e efetivos na redução do risco da doença aterosclerótica cardiovascular. Segundo Dr. Hermes, de maneira arrojada e pragmática, a nova diretriz americana retira as metas de tratamento, apontando que pacientes sob risco deverão receber estatinas em doses potentes capazes de reduzir os níveis de LDL-C em cerca de 50% e que isso seria suficiente para garantir os benefícios do tratamento. “Com as duas novas diretrizes, acredito que um número maior de pessoas deverá ser tratada e isso terá grande impacto na saúde da população e na atuação dos médicos”, afirma Xavier.



 

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