12.11.2013

CHUVA NO RIO

Prefeito do Rio pede para que a população evite sair de casa

Cinco equipes do Corpo de Bombeiros trabalham em ocorrências de desabamentos nesta quarta-feira após a forte chuva que atinge o Rio

Adriano Araújo e Tiago Frederico
Rio - O prefeito do Rio Eduardo Paes pediu para que a população evite sair de casa por conta do temporal que ocorre na cidade desde a madrugada desta quarta-feira.  Ele reconheceu que há pontos que, segundo ele, "tradicionalmente dão problemas", mas que a situação na cidade é calamitosa. "As pessoas devem esperar a chuva passar um pouco e evitar pontos de alagamento e bolsões d'água".
Em relação ao alagamento da Avenida Brasil, o prefeito disse que ainda não sabe explicar o motivo de via ter alagado. Sobre o alagamento da Via Binário, na Zona Portuária, nas proximidades da Cidade do Samba, Paes disse: "Sabemos certamente que a área do Porto não está totalmente pronta. Temos bombas instaladas na Via Binário, para escoar essa água".
Eduardo Paes avaliou a chuva desta manhã. "Agora, estamos numa situação melhor. A chuva diminuiu bastante, em relação à madrugada, quando tivemos mais transtornos. 
Pessoas desesperadas sobem em cima de ônibus por conta de alagamento no veículo
Foto:  Reprodução Internet
Sobre as sirenes, que foram acionadas em diversas comunidades, o prefeito explicou: "Quando a sirene toca é porque existe risco de desabamento e a pessoa tem que deixar a sua casa e ir para um ponto de apoio para se proteger". Cerca de 15 ou 16 sirenes, instaladas em comunidades da Zona Norte, tocaram, mas ainda não há notícias de desabamentos nessas áreas. 
De acordo com o Corpo de Bombeiros, pelo menos cinco equipes trabalham em ocorrências de desabamentos nesta quarta-feira após a forte chuva que atinge o Rio. De acordo com a corporação, há militares trabalhando em Realengo, na Zona Oeste, Anchieta, na Zona Norte, e em Nilópolis e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Há registro de quatro vítimas resgatadas do locais.
"A nossa missão é salvar vidas", diz secretário de Conservação
O secretário municipal de Conservação Marcos Belchior também comentou sobre o alto índice pluviométrico que foi registrado, principalmente na região da Tijuca e em outros bairros na Zona Norte, além de Jacarepaguá, na Zona Oeste. "Temos comunidades mapeadas e, embora nos preocupemos com o trânsito e com os bolsões d'água, a nossa missão, a missão da Prefeitura é proteger e salvar vidas", afirmou.
"As obras da Praça da Bandeira serão concluídas em 2016 e, como a região está abaixo do nível do mar, é normal que aquela região alague. No entando, toda obra na cidade tem foco na drenagem", falou.
Ele explicou o alagamento da Via Binário: O nível subiu acima do normal e as 15 bombas não conseguiram extravasar essa quantidade de água. Caiu um volume atípico de água. A forte chuva teve duas fases, às 23h de terça e às 5h55 desta quarta-feira. Além disso, a geografia da região ajuda", disse ele.
Resgate
Em Realengo, pelo menos duas pessoas foram retiradas da casa 368 na Rua Euclides Roxo. Os soldados ainda procuram por outras vítimas. No bairro de Anchieta, bombeiros do Quartel de Guadalupe foram acionados para uma ocorrência de desabamento na Rua Leni Liberato da Silva, número 50. De acordo com informações dos militares, uma vítima foi socorrida. Bombeiros prosseguem com o trabalho de busca.
Na Baixada Fluminense, em Austin, em Nova Iguaçu, militares foram acionados para um desabamento na Rua do Alto, no Morro da Moenda. Uma pessoa foi resgatada do local, mas os bombeiros ainda trabalham no local. Em Nilópolis, ninguém ficou ferido no desabamento na Rua Sargento Manoel Rodrigues. A Defesa Civil municipal assumiu a ocorrência.
Sobre a interdição da Radial Oeste, em função de vários bolsões d'água, Paes disse: "Enquanto o desvio do Rio Joana não estiver pronto, essa situação irá se repetir. Estamos construindo cinco piscinões naquela região, como, por exemplo, nas praças Varnhagem e Niterói", falou.
Buscas por pedreiro desaparecido em Nova Iguaçu
Bombeiros do quartel de Nova Iguaçu reiniciaram no início da manhã desta quarta-feira as buscas pelo pedreiro Martinho Mesquita da Silva, de 50 anos. Ele desapareceu na noite desta terça-feira no bairro Rodilândia, em Austin, na Baixada Fluminense, após o transbordamento do Rio Botas, que inundou várias ruas da região. Há suspeita de que ele tenha sido arrastado pela enxurrada.
De acordo com o Sistema de Alerta de Cheias do Instittuto Estadual do Ambiente (Inea), o Rio Botas está em alerta máximo de transbordamento, assim como o Rio Pavuna, em São João de Meriti. O Rio Sarapuí, que corta quatro municípios da Baixada Fluminense está em estado de Alerta. Já os rios Capivari, Iguaçu, Saracuruna, entre outras, estão em estágio de Atenção.
 desauma equipe foi acionada para um desabamento na Rua Euclides Roxo, em Realengo. Ainda não há maiores detalhes sobre vítimas ou do que exatamente desabou.
Temporal causa alagamentos e transtornos na manhã desta quarta-feira
Avenida Brasil foi interditada por conta do enorme alagamento na altura do Trevo das Margaridas
Foto:  Leitora Fernanda Ramos
O forte temporal que cai na manhã desta quarta-feira provoca enormes transtornos em diversos pontos do Rio. A Radial Oeste, no Maracanã, que já havia sido interditada no início da manhã, voltou a ser fechada por volta das 8h.
No Maracanã, também está fechada a Rua Radialista Waldir Amaral, no acesso pela Radial Oeste, devido a bolsão d'água na via. Há lentidão retenção nos pontos de bloqueio.
Quem segue em direção ao Centro vindo da Grajaú-Jacarepaguá pode utilizar o seguinte trajeto: Rua Teodoro da Silva, Rua Pereira Nunes e Rua Conde de Bonfim. Outra opção é utilizar o trajeto: Rua Teodoro da Silva, Rua São Francisco Xavier e Rua Conde de Bonfim.
A Via Binário, criada para desafogar o trânsito com a derrubada da Perimetral, está alagada nas imediações da Rodoviária Novo Rio. O trânsito está complicado em toda a área e o engarrafamento causa reflexos na Avenida Brasil, que está completamente parada em diversos pontos devido aos bolsões d'água e alagamentos.
A Avenida Brasil também está fechada na altura do Trevo das Margaridas e da Linha Amarela, pois a via expressa se transformou em um enorme rio. Na altura da Avenida Lobo Júnior, na Penha, apenas caminhões e ônibus conseguem seguir pelas pistas em direção ao Centro, devido à alagamento. Motoristas ainda conseguem trafegar pelas pistas sentido Zona Oeste.
Na Via Dutra, um trecho de 15 km está fechado por conta do transbordamento do Rio dos Cachorros. O tráfego está completamente parado.
Ônibus fica preso no alagamento na Rua Quilombo, na Pavuna
Foto:  Seguidor @Marcelo_Inacioo
Na Pavuna, na Zona Norte, o transbordamento do rio que corta a região provoca alagamento de várias ruas. O mesmo acontece em Madureira, Tomás Coelho, Realengo, além de outros pontos. O temporal, que atinge o Estado desde a noite desta terça-feira, não dá trégua ainda nesta manhã. Há registro de forte no Ilha do Governador, na Barra da Tijuca, no Grande Méier, Recreio, Madureira, Irajá, São Cristóvão, Muda, Piedade, Bangu, Campo Grande, Grajaú e Jacarepaguá.
Também chove muito forte em diversos pontos da Baixada Fluminense. Entre 7h e 7h30 da manhã, um enorme temporal atingiu o bairro Posse, em Petrópolis.
Kombi com a logo do jornal O DIA fica presa em alagamento na Rua Maria José, em Madureira
Foto:  Seguidor @alexmoura1312
Problemas nos trens e metrôs
O temporal que atinge a cidade causa reflexos também no metrô e na SuperVia. Por conta do alagamento dos trilhos de parte da Linha 2 do metrô, a circulação acontece somente entre as estações de Irajá e Botafogo. Cinco estações estão fechadas, entre Colégio e Pavuna. Equipes da concessionária trabalham na liberação das estações. No trecho onde ocorre a circulação, os intervalos estão irregulares. Na Linha 1 também não há atrasos, de acordo com a MetrôRio.
Também estão suspensos todos os ramais que atendem passageiros da Baixada Fluminense na manhã de hoje. Além da suspensão dos ramais Belford Roxo, Saracuruna, Vila Inhomirim, Guapimirim e Linha Gramacho, os intervalos em Santa Cruz, Deodoro e Japeri estão irregulares por conta da queda de um muro em Piedade e o Teleférico do Alemão também foi paralisado.
No Ramal Japeri, moradores realizavam uma manifestação por volta das 8h e a circulação acontece somente entre as estações Austin e Central do Brasil. O trecho entre Japeri e Engenheiro Pedreira está fechado.
Em Belford Roxo e Saracuruna, as estações estão alagadas. Às 5h45, por medida de segurança, a SuperVia interrompeu temporariamente a circulação nesses ramais. Técnicos da concessionária trabalham para realizar os serviços necessários e liberar as linhas.
Outra equipe técnica da concessionária já está no local reparando os danos provocados pela queda do muro em Piedade. A todo o tempo os passageiros estão sendo informados sobre a circulação por meio do sistema de áudio dos trens e das estações.
Bacias da Baía de Guanabara e de Jacarepaguá em Estágio de Alerta
No município do Rio, os bacias da Baía de Guanabara e de Jacarepaguá estão em Estágio de Alerta e há previsão de chuva moderada a forte para as próximas horas. Por volta das 4h50, o Centro de Operações da Prefeitura do Rio informou que, devido ao elevado índice acumulado de chuva registrado na região de Vaz Lobo, foi acionado, de forma preventiva, o Sistema de Alerta e Alarme Comunitário da Prefeitura do Rio.
As sirenes da comunidade do Sapê foram disparadas e os moradores, orientados por agentes comunitários e da Defesa Civil, se dirigiram aos seis pontos de apoio distribuídos na comunidade. Um dos protocolos de acionamento dos equipamentos consiste no registro de 40 mm de chuva em uma hora, o que pode deixar a encosta vulnerável a deslizamentos. No caso da comunidade do Sapê, choveu 45,0 mm.

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