1.21.2014

Irã não pode ter arma nuclear

Irã começa a cumprir acordo nuclear

Segundo a AIEA, país deu início nesta segunda-feira (20) à suspensão da produção de urânio enriquecido a 20%

REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
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O Irã anunciou nesta segunda-feira (20) que suspendeu o enriquecimento de urânio a 20% nas usinas de  Natanz  e de Arak (foto) (Foto: AP Photo/ ISNA, Arash Khamoushi)
O acordo histórico firmado em novembro do ano passado entre o Irã e as potências do G5+1 (Estados Unidos, Reino Unido, França, China, Rússia e mais a Alemanha), para garantir que o país não desenvolva armas nucleares, entrou em vigor nesta segunda-feira (20). O pacto, que prevê a paralisação do programa iraniano de processamento de urânio enriquecido a 20%, é temporário, com validade de seis meses. Até lá, o Irã se compromete a não enriquecer urânio a mais de 5%, percentual bastante inferior ao necessário para produção de armas nucleares.
Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a produção de urânio enriquecido a 20% foi suspensa às 8h30 desta segunda-feira (20) nas centrais de Natanz, Arak e Fordow. Segundo o diretor-geral da Organização de Energia Atômica do Irã (OEAI), Mohamad Amiri, o país também começou a diluir as reservas do combustível. O processo de dissolução da metade dos 196 quilos de urânio da usina de Natanz, a principal do país, deve ser concluído em um semestre.
A comunidade internacional acusa o governo iraniano de usar seu programa de enriquecimento nuclear como pretexto para desenvolver bombas atômicas. Isso porque o Irã trabalha com níveis altos de pureza de urânio, a 20%. Especialistas em energia nuclear dizem que a parte mais trabalhosa do refinamento é atingir os 5% de pureza. Depois de se alcançar esse patamar, os cientistas conseguem chegar com facilidade a níveis mais elevados, como os 90% usados para a fabricação de armas nucleares. O governo iraniano afirma que as atividades nucleares do país visam apenas fins pacíficos, como a produção de medicamentos mais avançados.
Ao interromper o processo de enriquecimento de urânio a 20%, o Irã terá acesso ao alívio, limitado e gradual, das sanções comerciais impostas pela comunidade internacional. Poderá, por exemplo, retomar exportações de petróleo (estima-se que sejam desbloqueados cerca de US$ 4,2 bilhões) e importar peças para sua frota de aviação civil. Durante o tempo de vigência do acordo, os países do G5+1 também se comprometem a não impor novas medidas restritivas ao Irã. Apesar do pacto, Amiri fez questão de deixar claro que o Irã está pronto para retomar suas atividades originais caso os países do G5+1 descumpram sua parte no acordo.
Esse foi o avanço mais significativo das negociações entre Washington e Teerã em mais de três décadas. Em julho, o pacto poderá ser renovado por mais seis meses. Nesse intervalo de tempo, um novo acordo global e definitivo deve ser traçado entre o Irã e a comunidade internacional.

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