4.25.2014

A copa é aqui : a copa é nossa


Seleção brasileira costuma ir bem de camisa amarela e calção branco

  • Nos seis jogos em que atuou com o uniforme da estreia na Copa de 2014, time só perdeu uma vez
  • Combinação de cores é a mesma da bandeira do Vaticano
  • Seria um jeito de conquistar a bênção do Papa argentino?

Pedro Motta Gueiros


A seleção brasileira posa para o poster do título da Copa das Confederações de 2013: camisa marela com calções e meiões brancos
Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo

A seleção brasileira posa para o poster do título da Copa das Confederações de 2013: camisa marela com calções e meiões brancos Guilherme Pinto / Agência O Globo
RIO - Num momento de descrença em relação à Copa, a seleção vai usar as cores do Vaticano para reforçar a fé na conquista do hexa. Por conta das exigências da Fifa para evitar a confusão entre os uniformes, o Brasil deixará o azul na gaveta e fará seus dois primeiros jogos, contra Croácia e México, de branco e amarelo. Nas seis vezes em que combinou a camisa canarinho com calção e meias brancos em jogos de Copa do Mundo, o Brasil só foi derrotado uma vez, por 1 a 0, diante da Polônia, na disputa do terceiro lugar, em 1974.
Para evitar a coincidência com o short azul da Espanha, o Brasil já teve que trocar a peça pelo branco três vezes em Copas, com duas vitórias (1962, 1986) e um empate (1978), sempre em jogos polêmicos em que os europeus reclamaram do juiz ou da falta de sorte. De calção e meias brancos, a atuação como manda o figurino só veio ano passado, quando o Brasil despiu a Espanha de seu favoritismo, ao conquistar a Copa das Confederações com vitória por 3 a 0 na decisão.

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Em Copas do Mundo, da última vez que jogou assim, a seleção goleou o Japão por 4 a 1, na última rodada da fase de grupos, em 2010. Na primeira, em 1962, a determinação de trocar o calção, foi compensada pela boa vontade da arbitragem em jogo que o Brasil já perdia por 1 a 0 quando Nílton Santos teve que dar um passo para fora da área e erguer os braços para se eximir do pênalti que acabara de cometer. Logo depois, a Espanha ainda teve um gol legítimo mal anulado antes de o Brasil virar o jogo com dois gols de Amarildo.
O confronto e a combinação de cores se repetiu em 1978. Apesar do placar, o Brasil não saiu imaculado daquele empate sem gols com a Espanha. Num campo que soltava placas de grama e terra por todo lado, o calção e a meia não ficaram brancos por muito tempo. Diante das marcas da desconfiança após dois empates seguidos que traziam a ameaça da eliminação ainda na primeria fase, houve mudanças profundas para o jogo seguinte em que o time precisava vencer a Áustria. A lavagem da roupa suja veio depois, quando da revelação de que Zico e Reinaldo foram barrados por ordem do Almirante Heleno Nunes, então presidente da confederação.
Numa Copa enlameada pela influência das didaturas militares, o Brasil voltou a passar em branco no empate sem gols contra a Argentina. Num jogo nervoso, com faltas duras e intimidação dos dois lados, a combinação da camisa amarela e dos calções e meias brancos se refletiu na palidez e da torcida depois que Roberto Dinamite mandou em cima de Fillol a chance de uma vitória que daria novas cores a um Mundial sombrio.
Na goleada sobre a Costa Rica na última rodada da fase de grupos de 2002, o Brasil voltou a usar camisa amarela e calção branco, mas vestia meias azuis. Embora mexa com a memória afetiva, a escolha do uniforme já não tem a mesma mística que fez o então chefe da delegação, Paulo Machado de Carvalho, evocar o poder do manto de Nossa Senhora para confortar os jogadores que não poderiam usar a camisa amarela, logo na final da Copa de 1958.


Desde que a seleção vestiu azul, sua sorte mudou, com a conquista do primeiro título. O mesmo uniforme, no entanto, está associado à frustração do último jogo da seleção em Copas, nque terminou comn derrota e eliminação diante da Holanda, há quatro anos. Na medida em que as combinações se repetem, não há superstição que resista à frieza dos números. Com camisa amarela, calção e meias azuis, o Brasil perdeu da Argentina na Copa de 1990 e conquistou o penta, doze anos depois.
Da mistura entre azul, branco e amarelo, é possível extrair todas tonalidades entre a glória e a decepção, e até uma improvável meia cinza que a seleção usou na Copa de 1970 na vitória por 1 a 0 sobre a Inglaterra. No momento que o Brasil precisa de paz e crescimento econômico, a combinação do amarelo e do branco pode ser uma bandeira da redenção, e um aceno para o bispo de Roma. Além de atender às exigências da Fifa, usar as cores do Vaticano é um pedido de misericórdia ao Papa argentino.

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