5.27.2014

Rio terá nova greve de ônibus a partir da meia-noite, por 24 horas

Mais uma vez a população é quem paga a conta da irresponsabilidade

Dissidentes grevistas fecharam a Av, Presidente Vargas por uma hora.
Eles querem 40% de reajuste no salário e tíquete alimentação de R$ 400.

Marcelo Elizardo Do G1 Rio
Rodoviários dissidentes do Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Urbano do Rio de Janeiro (Sintraturb) decidiram, em assembleia na noite desta terça-feira (27), entrar em greve por 24 horas. A paralisação começa à 0h desta quarta (28). A categoria decidiu acatar a determinação da Justiça de colocar 30% da frota na rua. Uma nova assembleia acontecerá na sexta-feira (30).
Uma passeata fechou a pista central da Avenida Presidente Vargas, no sentido Praça da Bandeira, por volta das 18h20. Às 19h30, o grupo se concentrou na Central do Brasil e a Presidente Vargas foi liberada.
Segundo a liderança do movimento de greve, não houve avanço nas negociações com as empresas de ônibus. A primeira decisão da assembleia foi de parar por 48 horas, mas minutos depois, em nova votação, a maioria optou por cruzar os braços por 24 horas.
Representante do sindicato saiu escoltado pela PM (Foto: Marcelo Elizardo / G1) 
Representante do sindicato saiu escoltado pela PM
(Foto: Marcelo Elizardo / G1)
Pouco antes da decisão, um representante do Sintraturb, que representa a categoria, foi expulso da reunião dos rodoviários dissidentes. Os dissidentes convidaram o representante a falar ao microfone, mas ele recusou e acabou saindo escoltado pela Polícia Militar. O representante disse que aguarda a categoria na sede do sindicato para discutir as reivindicações.
Em nota antes do anúncio da greve, o Sintraturb disse que a paralisação mostra "desespero e a falta de sensibilidade dos dissidentes que tiveram sua proposta de 40% de reajuste, rejeitada pela categoria na assembleia que aprovou um aumento de 10%, e que contou com a presença dos líderes do movimento conforme consta na ata de presença".

Outras paralisações
No início de maio, motoristas e cobradores dissidentes do sindicato cruzaram os braços por duas vezes. A primeira vez foi de surpresa, no dia 8, por 24 horas. Menos de uma semana depois, os grevistas fizeram paralisação de 48 horas, nos dias 12 e 13, causando transtornos aos cariocas. Mais de 700 ônibus foram depredados, segundo o Rio Ônibus, sindicato das empresas de coletivos.
Entenda o impasse
Os dissidentes rejeitam o acordo firmado em março entre o Sintraturb e o Rio Ônibus, que estabeleceu aumento de 10% no salário retroativo a abril e o salário-base do motorista passou para cerca de R$ 1.950. Os rodoviários dissidentes pedem aumento de 40% — passariam a receber quase R$ 2,5 mil – e cesta básica de R$ 400 – era de R$ 100 e subiu para R$ 140. Outra reivindicação é o fim da dupla função, onde motoristas também trabalham como trocadores. Segundo eles, o sindicato não consultou a categoria ao aceitar o acordo com as empresas.
O sindicato diz que o acordo foi aprovado legalmente. "O sindicato fez uma assembleia do dia 11 de março, em dois turnos no Guadalupe Country Clube, na Avenida Brasil, e um grupo de trabalhadores colocou uma proposta de R$ 2,5 mil e R$ 400 de ticket, que foi reprovada pela própria assembleia, que aprovou salário de R$ 2,2 mil, que depois foi negociado. Chegamos aos 10% de aumento e 40% da cesta básica", explicou o presidente do sindicato, José Carlos Sacramento.

O presidente do Rio Ônibus, Lélis Teixeira, disse que o acordo foi o maior aumento da categoria no país e descarta nova negociação. "É um acordo feito, definido e pago. Não há margem [para discussão]", disse o representante.

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