6.02.2014

Envelhecimento


Exercitar-se garante mobilidade na velhice

Pela primeira vez, estudo comprova que atividade física aumenta as chances de uma pessoa permanecer ativa e independente com o envelhecimento

Envelhecimento: Exercitar-se pode garantir mobilidade e independência de idosos
Envelhecimento: Exercitar-se pode garantir mobilidade e independência de idosos (Thinkstock)
Praticar exercícios físicos, mesmo que moderados — como uma simples caminhada diária —, é determinante para que um idoso mantenha a sua capacidade de movimentar-se e realizar atividades diárias sem precisar da ajuda de outra pessoa. A conclusão é de um novo estudo americano divulgado nesta terça-feira. 
Os benefícios da atividade física à saúde das pessoas, idosas ou não, são amplamente conhecidos. Mas essa é a primeira vez que uma pesquisa mede a influência da atividade física para um indivíduo permanecer ativo e independente na velhice.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Effect of Structured Physical Activity on Prevention of Major Mobility Disability in Older Adults​

Onde foi divulgada: periódico Journal of the American Medical Association (Jama)

Quem fez: Marco Pahor, Jack M. Guralnik, Walter T. Ambrosius e Steven Blair

Instituição: Universidades da Flórida, Stanford, Northwestern, Pittsburgh, Tufts e Yale; Faculdade de Medicina Wake Forest; e Centro de Pesquisa Biomédica Pennington, nos Estados Unidos

Resultado: Idosos que passam a praticar atividade física moderada (150 minutos de caminhada por semana) reduzem suas chances de perder a mobilidade física e a capacidade de se locomoverem com o avanço da idade.
O estudo indicou que idosos que praticam atividade física aeróbica moderada têm uma maior probabilidade de manter a capacidade de andar com o avanço da idade do que idosos que não praticam esse tipo de exercício. O trabalho definiu essa capacidade como a habilidade de caminhar ao menos 400 metros de uma só vez. "Essa distância equivale a dois a três quarteirões", dizem os autores.
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O estudo foi feito pela Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, junto a outros sete centros de pesquisa americanos. Os resultados foram publicados na edição deste mês do periódico Journal of the American Medical Association (Jama) e serão apresentados nesta terça-feira no encontro anual do Colégio Americano de Medicina Esportiva, em Orlando.
Avaliação — Participaram da pesquisa 1 635 pessoas sedentárias de 70 a 89 anos. Todos os idosos conseguiam caminhar por 400 metros em 15 minutos, mas eram considerados como tendo um alto risco de perder a mobilidade. Os participantes foram, então, divididos em dois grupos: metade passou a praticar caminhada durante 150 minutos por semana, além de exercícios de alongamento, equilíbrio e flexibilidade; o restante começou a realizar apenas exercícios de alongamento. Todos foram acompanhados durante dois anos e meio.
Ao final deste período, os pesquisadores observaram que os idosos que praticaram caminhada tiveram um risco 18% menor de perder a mobilidade física em comparação com os participantes do outro grupo.
"Esse tipo de pesquisa é fundamental para definir quais recomendações de mudança de estilo de vida influenciam a saúde de idosos", diz Wendy Kohrt, professora de geriatria da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, que foi convidada para revisar a pesquisa. "Há um consenso sobre a atividade física ser boa para nós, então por que precisamos de mais estudos nessa área? Acontece que ainda não sabemos quais tipos ou doses de exercícios são melhores, particularmente para condições de saúde específicas. O novo estudo mostra que a atividade física moderada tem o potencial de ajudar os adultos a manter a independência funcional."

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Caminhe

Entre os vários benefícios da caminhada, estão a queima de calorias, que ajuda a emagrecer, e a melhora do sistema cardiovascular. O hábito de caminhar pode ser incorporado facilmente na rotina: basta estacionar o carro um pouco mais longe do trabalho do que o habitual ou levar o cachorro para passear, por exemplo. "Outra boa ideia é ir ao mercado andando. Na ida, você está sem peso nenhum. Na volta, conta com a carga das compras para forçar um pouco mais o corpo", sugere a educadora física Mara Patricia Chacon, professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

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