Algumas pessoas que não gostam e aquelas que são filiadas aos partidos da oposição são muito agressivas, ai é melhor deixar quieto.

Na última quarta-feira, o assunto nas redes sociais foi um só: o criador do perfil ‘Dilma Bolada’, o estudante de publicidade Jeferson Monteiro, de 24 anos, apagou os perfis — que, juntos, somam mais de dois milhões de seguidores — do ar. Jeferson comunicou a decisão através do seu perfil pessoal no Facebook e avisou que não iria atender à imprensa para falar sobre o assunto. Mas, ontem, em entrevista exclusiva à coluna, ele falou sobre a repercussão da página, dinheiro e política. Confira.
Foto: Reprodução de Internet
Foto: Reprodução de Internet
Por que você tirou a página ‘Dilma Bolada’ do ar?
Estamos entrando num período muito conturbado, que é o eleitoral. Então, por ora, vou deixar as páginas quietinhas e avaliar se vão continuar ou não. É uma exposição muito grande e por isso tem que ser pensado. Apesar de eu gostar da Dilma e ter votado nela, tem um apelo muito grande. São mais de 2 milhões de pessoas seguindo.

Quantos seguidores você contabiliza no Facebook e no Twitter?
No Facebook quase um milhão e meio e no Twitter, 253 mil seguidores. Somando com outras redes sociais, como Instagram, chegam aos 2 milhões.

Teve alguma orientação para tirar a página para evitar problemas com o Tribunal Eleitoral?
Não. Inclusive, tudo que eu publiquei através do perfil da ‘Dilma Bolada’ sempre foi muito tranquilo. Eu, como qualquer outra pessoa, tenho o direito de me posicionar, o fato é que eu tenho um público muito grande.

Você acha que as páginas poderiam ser consideradas uma campanha pró-Dilma?
Eu não acho que seja uma campanha. As páginas existem desde 2010 e sempre exaltaram, de forma irreverente, a pessoa Dilma. A minha questão é: “Você vai continuar apoiando a Dilma no período das eleições?”. O que eu já fiz algumas vezes é alfinetar algumas coisas, mas nunca houve baixaria, nem mesmo com a oposição. Eu jamais inventaria calúnia. Algumas pessoas que não gostam e aquelas que são filiadas aos partidos da oposição são muito agressivas. Tem um blog de um cara do PSD que diz que eu ganho R$ 120 mil por mês do PT para manter a ‘Dilma Bolada’.

E aquela história de que você recebeu uma proposta de uma agência de publicidade para ganhar R$ 500 mil para falar mal da Dilma?
Foi verdade. A agência AMA me procurou, perguntando se eu topava apoiar um candidato presidenciável e fazer campanha através das redes sociais. Eu topei conversar para entender quem era e do que se tratava, mas estranhei. Até porque tinha que falar mal de outros candidatos. Num segundo contato, eles disseram que não tinham conseguido falar com o PT, o PSB do Eduardo Campos tinha negado e o PSDB do Aécio Neves estava muito interessado. Depois, descobri que o pessoal do PSDB não sabia de nada, e ainda inventaram que nunca me procuraram. Conversando com alguns amigos em São Paulo, soube que, de fato, alguns partidos estavam comprando as pessoas dessa forma. E eu acho isso canalhice.

Você é filiado a algum partido?
Não, mas tenho um lado. Não voto em legenda.

Qual é sua fonte de renda?
Toda fonte de renda que eu tenho vem dos posts que faço de marcas no Twitter, no Instagram…

Você nunca recebeu dinheiro de partido?
Não! Sempre de empresas. Sou agenciado.

Quanto custa um post patrocinado?
Ah, você está querendo saber demais. É o de mercado.

Recebeu alguma ameaça nesse tempo?
Não.

Dilma Bolada vai voltar dependendo do resultado das eleições?
Não sei, não. Se for para voltar, ela volta antes.

Quando?
Não sei. Eu ainda preciso analisar algumas coisas. Se eu deixasse a página no ar, eu não iria me controlar.

Quando fala de se controlar, você se refere a quê?
Se eu tivesse deixado os perfis no ar, eu não conseguiria ficar só olhando. Eu iria logar e postar na página. Da mesma forma que crio conteúdo, eu retuíto também.

A Dilma soube que você iria tirar o perfil do ar?
Não soube. Acho que agora já deve estar sabendo. Ela é uma pessoa supergentil, fofa, gosto muito dela.

Postado por: Leo Dias