8.15.2014

Depressão e ansiedade

Cuidados especiais ao tomar medicamentos psiquiátricos

Os medicamentos psiquiátricos podem ser tomados por todo o tipo de pessoas, mas alguns grupos precisam de cuidados especiais, incluindo:
  • Crianças e adolescentes
  • Adultos mais velhos
  • Mulheres grávidas ou em vias de engravidar.

Crianças e Adolescentes

A maioria dos medicamentos utilizados para tratar pacientes mais novos que sofrem de doenças mentais são seguros e eficazes. No entanto existem muitos medicamentos que ainda não foram estudados ou cuja aplicação a crianças ainda não foi aprovada. Os investigadores não sabem até que ponto estes medicamentos podem afetar o organismo da criança, que ainda se encontra em crescimento. Não obstante, qualquer médico pode receitar a uma criança um medicamento que tenha sido aprovado pela FDS sem ter em conta as indicações dadas pelo fabricante. Isso significa que o médico pode prescrever um medicamento que ajude o seu paciente, mesmo que esse medicamento não se encontre aprovado para o tratamento dessa doença mental específica ou para a idade do paciente em questão.
É por esta razão que é importante monitorizar os mais jovens quando eles se encontram sob este tipo de medicação. Os pacientes mais novos podem reagir de forma diferente dos adultos, bem como apresentar efeitos secundários diferentes. Além disso, alguns medicamentos, incluindo os antidepressivos e medicamentos para o TDAH, contêm avisos emitidos pela FDA sobre potenciais efeitos secundários que podem ser perigosos entre os mais jovens. Ver as seções sobre antidepressivos e medicamentos para o TDAH para mais informações sobre estes avisos.
São necessários mais estudos que esclareçam de que forma estes medicamentos afetam as crianças e os adolescentes. O NIMH tem financiado alguns estudos sobre este tópico. Por exemplo, o NIMH financiou um estudo sobre o tratamento do TDAH em crianças com idade pré-escolar (Preschoolers with ADHD Treatment Study – PATS), que envolveu 300 crianças em idade pré-escolar (3 a 5 anos de idade) diagnosticadas com TDAH. O estudo concluiu que a administração de doses baixas do estimulante metilfenidato é segura e eficaz nas crianças em idade pré-escolar. No entanto, as crianças nesta faixa etária são mais sensíveis aos efeitos secundários da medicação, que incluem uma taxa de crescimento mais lenta. As crianças que tomam metilfenidato devem ser monitorizadas de perto.
Devem ser considerados outros tipos de tratamento para além da medicação no que concerne os indivíduos mais jovens com transtornos mentais. A psicoterapia, a terapia familiar, cursos educacionais e técnicas de gestão comportamental são tratamentos que podem ajudar qualquer pessoa que tenha de lidar com este tipo de transtorno.

Adultos mais velhos

As pessoas mais velhas têm normalmente mais problemas de saúde do que os outros grupos etários, pelo que tendem a tomar mais medicamentos do que as pessoas mais novas, incluindo medicamentos de origem natural que são prescritos e vendidos sem receita. É por essa razão que as pessoas mais velhas correm mais riscos de experienciar interações negativas entre medicamentos, de esquecer doses ou de exceder doses.
As pessoas mais velhas também tendem a ser mais sensíveis aos medicamentos. Mesmo aqueles que podem ser considerados saudáveis reagem aos medicamentos de forma diferente, quando comparados com indivíduos mais novos, já que os seus organismos processam esses medicamentos de forma mais lenta. Como tal, podem ser necessárias doses mais baixas ou menos frequentes. Por vezes as pessoas mais velhas e que se encontram sob medicação por transtornos mentais tem experiências de  problemas de memória. Um adulto mais velho pode esquecer a sua dose regular e tomar o medicamento em excesso, ou em menor quantidade.
Um bom método para manter os medicamentos sob controlo é utilizar uma caixa de comprimidos dividida por dias da semana, que pode ser adquirida em qualquer farmácia. No início de cada semana os pacientes ou os seus cuidadores preenchem a caixa para que seja mais fácil lembrar que medicamentos devem ser tomados. Muitas farmácias vendem caixas para comprimidos com seções para medicamentos que têm de ser tomados mais do que uma vez por dia.

Mulheres grávidas ou em vias de engravidar

Os estudos sobre medicamentos psiquiátricos em mulheres grávidas são muito limitados. Os riscos são diferentes dependendo da medicação que está a ser tomada, e a fase da gravidez em que é tomada. Alguns estudos já revelaram que os antidepressivos, especialmente os ISRS, são seguros durante a gravidez. É possível que daí resultem malformações ou outros problemas, mas estes são muito raros.
No entanto, os medicamentos antidepressivos podem ultrapassar barreira da placenta e chegar ao feto. Alguns estudos sugerem que a utilização de ISRS durante a gravidez pode provocar abortos ou malformações, mas outros estudos não corroboram estes achados. Alguns estudos observaram ainda que os fetos expostos a ISRS durante o terceiro trimestre podem nascer com sintomas de abstinência, como problemas respiratórios, instabilidade, irritabilidade, problemas de alimentação ou hipoglicémia (baixo açúcar no sangue).
A maioria dos estudos concluiu que estes sintomas nos bebês são normalmente suaves e de curta duração, e não foram registrados óbitos. Por outro lado, as mulheres que interrompem a medicação antidepressiva durante a gravidez podem entram novamente em depressão e colocarem-se a elas mesmas e ao bebê em risco.
Em 2004, a FDA emitiu um aviso contra o uso de determinados antidepressivos no final do terceiro trimestre. Os avisos declaram que os médicos devem retirar gradualmente os antidepressivos a estas mulheres durante o terceiro trimestre para que o bebê não seja afetado. Após o parto a mulher deve consultar o médico para decidir se deve retomar a dose completa durante o período em que se encontra mais sujeita a desenvolver depressão pós-parto. Existem medicamentos que não devem ser tomados durante a gravidez. As benzodiazepinas podem provocar malformações ou outros problemas nos bebês, especialmente se foram tomados durante o primeiro trimestre. Sabe-se que os estabilizadores do humor provocam malformações. As benzodiazepinas e o lítio provocam hipotonia muscular nos bebês, que nascem sonolentos e flácidos, com dificuldades respiratórias e de alimentação.

Alguns estudos sugerem que tomar medicamentos antipsicóticos durante a gravidez pode levar a malformações, especialmente se forem tomados durante o primeiro trimestre. Mas os resultados variam grandemente e dependem do tipo de antipsicótico. Um dos mais convencionais, o haloperidol, tem sido o mais estudado e não foi ainda associado a malformações.
Depois do parto a mulher e os seus médicos devem monitorizar a ocorrência da depressão pós-parto, especialmente se a medicação foi interrompida durante a gravidez. Além disso, as mulheres que optam por amamentar sob medicação psiquiátrica devem saber que há sempre uma pequena quantidade que passa para o leite materno. No entanto, a medicação pode ou não afetar o bebê. Isso depende do medicamento em si e da altura em que é tomado. As mulheres que se encontram sob medicação psiquiátrica devem discutir com os seus médicos os potenciais riscos e benefícios envolvidos com os seus médicos.
As decisões que envolvem medicamentos devem ser tomadas de acordo com as necessidades e circunstâncias de cada mulher. O medicamento deve ser selecionado com base em estudos científicos e deve ser tomado na menor dose possível. As mulheres grávidas devem ser monitorizadas de perto durante toda a gravidez e depois do parto.

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