9.25.2014

O que a gente diz sobre o amor

A gente diz que ama, mas não é paciente, mas não perdoa. Diz que ama, declama poemas, tira foto ao por do sol, mas não faz cafuné, não beija o lóbulo da orelha, não descobre novos gostos no corpo alheio.
 
Falamos sobre o amor, mas só se tiver alguém vendo, só se tiver como compartilhar sentimento, só se for pra falar que a gente tá bem... Ou só se for pra culpar o modo de amar de quem está do outro lado. 
 
A gente diz que ama, mas tem medo do amor do outro, mas vive inseguro, vive como gandula recolhendo o amor que é atirado aos cantos. Falamos sobre o amor, mas não nos colocamos no lugar do outro.
 
Projetamos idealizações e criamos expectativas exageradas. A gente diz que ama, mas não encara a fila do banco junto. A gente diz que ama, mas acha que amor é só físico. Diz que ama, mas não doa físico, alma, prazer e cosquinha. 
 
Diz que ama, mas não fala baixinho no pé do ouvido uma frase simples como ‘bom dia'. Diz que ama, mas acha que amor é tudo igual, acha que todo mundo é sempre igual. 
 
Diz que ama, mas acha que amor é como nos livros. Diz que ama, mas quer amar como nos filmes. Diz que ama, mas não tem vontade de dormir de conchinha. 
 
O amor não é só o detalhe e nem somente o todo. O amor é o espaço entre o aprendizado e o ensinamento, entre o bom dia e o boa noite, entre o boa noite e o bom dia, entre dizer que ama e amar de verdade. A gente diz que ama, mas não conhece o amor. Conhece?
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