11.06.2014

43,5% consomem medicamentos prescritos por farmacêutico


De acordo com pesquisa realizada pelo ICTQ - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, 43,5% da população deixam de ir ao médico e consomem medicamentos prescritos por um farmacêutico. Este resultado foi conseguido após um ano da publicação da resolução que autoriza o farmacêutico a prescrever medicamentos no balcão da farmácia (586/13, do CFF). "Vale lembrar que, dos que consomem medicamentos receitados por um farmacêutico, 81% não recebem cópia da receita por parte do farmacêutico. Os mesmos consomem os medicamentos sem nenhuma garantia documentada sobre a indicação", fala o diretor de Pesquisa do ICTQ, Marcus Vinicius de Andrade.

O estudo foi realizado em 16 capitais brasileiras de todas as regiões do País, com um universo de 2.548 pessoas. O ranking das capitais que mais consomem medicamentos receitados pelo farmacêutico inclui o Rio de Janeiro (RJ), com 89%; Brasília (DF), 59%; e São Paulo (SP) e Goiânia (GO), com 56%.

A mesma pesquisa já havia sido realizada em 2013, com resultados bem diferentes. A concordância de que o farmacêutico pode receitar medicamentos cresceu exponencialmente em um ano: 39% concordavam com a prescrição farmacêutica em agosto de 2013. Já em agosto de 2014 os que concordam que o farmacêutico pode receitar medicamentos somam 72%.

Outro quesito pesquisado foi a confiança do brasileiro neste tipo de prescrição em 2013, que era de 42%, e em 2014 este índice subiu para 72%. O ranking das capitais que mais confiam na prescrição farmacêutica inclui São Paulo (SP), Manaus (AM) e Florianópolis (SC), com 85%; Goiânia (GO) e Curitiba (PR), com 83%; e Brasília (DF), com 81%. Já as capitais que menos confiam na prescrição são Maceió (AL), com 51%; Rio de Janeiro (RJ), com 52%; e João Pessoa (PB), com 55%.

Formação e visibilidade dos farmacêuticos

Sobre a formação e preparo do farmacêutico para receitar medicamentos, a grande maioria da população (75%) tem ciência de que um farmacêutico deve ter no mínimo uma graduação ou curso superior em uma faculdade para receitar medicamentos no balcão da farmácia. No entanto, principalmente em capitais do nordeste do País prevalece ainda a ideia de que o farmacêutico não tem formação superior. Acreditam que o farmacêutico não tem curso universitário os entrevistados de João Pessoa (PB), com 51%; Campo Grande (MS), com 42%; Salvador (BA), com 40%; e Belém (PA), com 39%.

Outro parâmetro pesquisado foi a visibilidade do farmacêutico no estabelecimento. A nova Lei Federal 13.021/14 determina a presença integral de um farmacêutico nas farmácias e drogarias em todo o País. No entanto, nem sempre esse profissional é visível para a população ao entrar em uma farmácia. Em 2012, o índice de identificação do profissional era de 46%. Em 2014 este índice caiu para 31%. Dentre as capitais pesquisadas, a única que elevou seu índice de identificação do farmacêutico nos estabelecimentos foi Goiânia (GO), de 42% em 2012 para 51% em 2014.

Farmacêuticos agora podem prescrever alguns tipos de remédios

Resolução publicada pelo Conselho Federal de Farmácia permite que profissionais receitem medicamentos que não exigem prescrição médica

farmacêuticos
Profissionais  podem prescrever o uso de analgésicos, medicamentos tópicos e fitoterápicos 
A partir do  Dia Internacional do Farmacêutico, os profissionais da categoria poderão receitar medicamentos que não exigem prescrição médica. A resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF) foi publicada no Diário Oficial da União. Com a nova regulamentação, os farmacêuticos de todo o país vão poder receitar, por exemplo, analgésicos, medicamentos tópicos e fitoterápicos.

Para o presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP), Pedro Menegasso, a medida vai formalizar o que já era um hábito. "As farmácias são obrigadas a ter um farmacêutico e esse auxílio já é dado informalmente", diz.

A regulamentação foi aprovada pelo CFF nove dias depois de o Congresso Nacional aprovar os vetos feitos por Dilma Rousseff à Lei do Ato Médico. A lei prevê que o ato de prescrever tratamentos não é exclusivo dos formados em Medicina.

Para o presidente do CRF-SP, no entanto, a aprovação das mudanças poucos dias depois da aprovação dos vetos ao Ato Médico foi coincidência. "A decisão de prescrever medicamentos que não exigem receita médica não entra na área dos médicos. Todo medicamento oferece riscos. O farmacêutico é o profissional que melhor pode orientar os pacientes, já que é nosso campo de estudo."

Para o primeiro-secretário do Conselho Federal de Medicina (CFM), Desiré Callegari, "a lei que regulamenta a profissão do farmacêutico não prevê o diagnóstico de doenças e a prescrição de tratamentos.".
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