11.15.2014

Medicina de Cuba é respeitada em todo mundo

Artigo do New Yorker destaca disposição cubana em combater ebola

O gesto cubano não passou desapercebido e, segundo o articulista, pode abrir caminho para o inicio de uma "Diplomacia do Ebola" entre Havana e Washington.


WHO/Gborie
"De certo modo, todos esses países estão seguindo a liderança de Cuba", escreveu o jornalista Jon Lee Anderson num artigo publicado no dia 4 de novembro na prestigiada revista The New York no qual ele discute a contribuição cubana na luta contra o ebola.

O artigo relembra que em 12 de setembro, "o Ministro da Saúde do presidente Raúl Castro anunciou que Cuba iria enviar quase 500 profissionais da saúde para a África Ocidental. Nenhum outro país, até agora, contribuiu com tantos profissionais da saúde para combater o ebola", confessa o artigo.

"Cuba já é conhecida pelo seu time de médicos e enfermeiras. De fato, Cuba, uma ilha com 11 milhões de pessoas, com 83 mil médicos treinados - uma das maiores proporções de médicos no mundo - se tornou algo como a primeira resposta mundial às crises dos anos recentes. Enviou milhares de profissionais da saúde para o Paquistão depois de um terremoto em 2005 e para o Haiti seguindo o terremoto catastrófico de 2010, assim como para outras emergências longínquas. É o resultado de uma estratégia a longo prazo que o governo cubano segue desde que tomou o poder em 1959".

Continua relatando que milhares de estudantes da África, Ásia, América Latina e até dos EUA foram formados na Escola de Medicina da América Latina. "Em 2013, uma estimativa feita mostrou que 19.500 estudantes de mais de 100 países ao redor do mundo estavam matriculados lá."

Saúde é uma fonte de rendimentos públicos e orgulho para o país, o artigo relata, acrescentando que quando o governo pediu voluntários para se juntar à luta contra o Ebola, "foi uma avalanche com mais de 15.000 voluntários. Além de implantar médicos e enfermeiras de trabalho intensivo, os times cubanos na África Ocidental incluem cirurgiões, anestesistas, epidemiologistas e pediatras".

O gesto cubano não passou desapercebido e, de acordo com o articulista, pode pavimentar o caminho para o inicio de uma "Diplomacia do Ebola" entre Havana e Washington.

"Em 19 de outubro, o Secretário de Estado John Kerry classificou Cuba como uma nação cujo esforço foi "impressionante" na campanha antiebola", recorda a matéria. Dez dias depois, dois oficiais norte-americanos representando o Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos EUA compareceram a uma conferência em Havana sobre o ebola, organizada como resultado da cúpula da ALBA (Aliança Bolivariana para Los Pueblos de Nuestra America) sobre o assunto.

Raúl Castro disse, incisivamente, "Cuba está disposta a trabalhar com todas as nações, inclusive os EUA, na luta contra o ebola". Samantha Power, embaixadora da ONU, depois de retornar de uma viagem aos países africanos afetados, também homenageou a missão cubana.

A Diplomacia do Ebola segue-se a um aperto de mão amigável que Raúl Castro e Barack Obama compartilharam no funeral de Nelson Mandela na África do Sul dezembro passado. A administração Obama pode procurar pelo término do embargo estadunidense contra Cuba, o artigo relata.

Lee Anderson conclui que remover o embargo "pavimentaria o caminho para uma restauração completa das relações diplomáticas."
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Tradução de Isabela Palhares.

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