3.11.2015

Tecnologia promete melhorar aparência e elevar autoestima

Alguns especialistas, porém, acham que ‘truque’ pode aumentar risco de depressão

O DIA
Rio - Rugas, acne, manchas, estrias, celulites. Há sempre um detalhe que a mulher reprova no seu corpo. Cada vez mais aplicativos de celular prometem efeitos para disfarçar as imperfeições em fotos a serem publicadas na internet e, com isso, elevar o astral feminino. Entre especialistas, a tecnologia divide opiniões: não é consenso que a tática melhore de verdade a autoestima. 
Acne é um dos problemas que aplicativos prometem disfarçar nas fotos a serem publicadas na internet
Foto:  Reprodução
Entre os programas que oferecem estas ferramentas estão o já conhecido Instagram, além dos mais recentes D’ella, ProCollage e AfterLight. “Nas fotos, as usuárias têm a possibilidade de mudar o que não está agradando. Elas se sentem bonitas, sem imperfeições”, afirma a analista de marketing Giselle Azevedo, uma das criadoras do D’ella, aplicativo voltado para a saúde da mulher.
A psicóloga Simone Freitas afirma que não há uma relação direta entre o crescimento do amor próprio e ajustes nas fotos. Ela ressalta que a autoestima aumenta quando os sentimentos são modificados. “A imagem que você tem do corpo vem dos pensamentos, e não vai ser uma fotografia que vai resolver. Tem muito mais a ver com o interior”, diz.
A especialista da Santa Casa de Misericórdia ressalta que, ao compartilhar as imagens modificadas em redes sociais, as mulheres correm riscos de sofrer de depressão e ansiedade. “Elas esperam receber muitas curtidas, para se sentirem amadas. No entanto, vão continuar se achando inferiores, há um efeito reverso. Elas idealizam uma beleza que podem não conseguir alcançar na vida real”. 
Para se sentir bem e mais bonita, o ideal é procurar atividades que tragam prazer — como exercícios físicos e uma terapia. Sentindo-se mais valorizadas, as pessoas tendem a melhorar fisicamente, por terem mais vontade de cuidar da saúde, diz Simone. Além disso, elas obtêm resultados positivos no aspecto psicológico e social. “Quando estão felizes, se amando, elas correm menos riscos de ter depressão e ansiedade. E querem conviver e sair com outras pessoas”, destaca.
Saúde em aplicativos 
As usuárias do aplicativo D’ella obtêm dicas de saúde, bem-estar e alimentação saudável. Além disso, após informar as datas da menstruação, elas podem controlar o ciclo menstrual e receber lembretes para não esquecer de tomar o anticoncepcional.
Na ‘onda’ dos aplicativos voltados para a saúde, estão aqueles que funcionam como agendas médicas. Um deles é o DocPad, criado há quatro meseS por ex-alunos da PUC. O dispositivo oferece um calendário para o paciente marcar as datas das consultas, além de indicar especialistas de diversas áreas. A tecnologia também permite que os usuários arquivem exames no próprio celular. Para isso, basta apenas tirar uma foto e salvar no aplicativo

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