6.21.2015

Após perder irmão e sobrinha, tio de PM diz: 'Ninguém evita mortes de policiais'

Drielle Lasnor de Moraes foi enterrada neste domingo. Soldado levou tiro no rosto durante perseguição na Zona Oeste

CONSTANÇA REZENDE
Rio - Aproximadamente 400 pessoas, entre policiais militares, familiares e amigos da soldado Drielle Lanor de Moraes estiveram neste neste domingo, no Cemitério Jardim Sulacap, na Zona Oeste do Rio, para o sepultamento da PM baleada no rosto no final de maio. O tio de Drielle, que não quis ser identificado, reclamou da falta de apoio para a segurança dos policiais e destacou que o pai da moça, seu irmão, que também era PM, morreu em serviço com 16 tiros.
Cerca de 400 pessoas compareceram neste domingo ao sepultamento da policial militar Drielle Lasnor de Moraes
Foto:  Daniel Castelo Branco / Agência O Dia
"Ninguém faz nada para evitar o assassinato de policiais. Desde que ela foi internada já tiveram outros casos e essa violência vai continuar", declarou, revoltado. "O governo deve fazer algum trabalho preventivo para evitar as mortes dos policiais e preparar melhor os soldados para enfrentar as ruas", afirmou.
O pai de Drielle, que era sargento da PM, foi morto pelo mesmo motivo, vítima de bandidos durante o serviço, há cerca de dez anos. A policial era lotada no 14°BPM (Bangu), assim como seu pai foi. Ela estava na corporação havia seis meses.
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O chefe do Estado Maior da PM, coronel Robson Rodrigues, esteve no sepultamento e falou que a corporação vem se empenhando para combater os assassinatos de policiais militares. "Existe estudo de mapeamento de violência contra policiais que está sendo feito. Mas ser policial no Rio é diferente, por conta que a violência aqui é maior do que o restante do Brasil", diz.
Além do tio, o marido de Drielle, que também é policial militar e a irmã da PM, estavam muito abalados na cerimônia. Durante o velório, uma cena inusitada chamou a atenção de todos. Uma mulher que não foi identificada colocou uma flor no cabelo da policial e, sem seguida, tirou uma foto do corpo. Ela foi retirada do local por três PMs e levada para uma delegacia que não foi divulgada.
Mulheres da corporação da PM compareceram em peso ao enterro da soldado Drielle Lasnor de Moraes
Foto:  Daniel Castelo Branco / Agência O Dia
Depois de quase um mês de luta pela vida, a soldado de 25 anos, morreu no início da manhã deste sábado. Drielle foi atingida por um tiro no rosto disparado por bandidos da Zona Oeste, quando fazia perseguição a um carro suspeito pela Estrada da Água Branca, em Bangu, no último dia 25. Desde então, a jovem estava internada no Hospital Alberto Torres, em São Gonçalo.
O marido da policial, Blaier Doacre, fez uma homenagem a Drielle em sua página na rede social. Ele afirmou que ela realizou um sonho ao entrar para a polícia. “Em 2014, realizou mais um sonho: ingressar na PMERJ. Hoje, me despedindo da minha princesa que tanto amo. Nunca vou te esquecer, somos um só coração, você vai estar aqui para sempre”, escreveu.
Na noite de 25 de maio, Drielle e outros dois policiais perseguiram um Gol verde suspeito, depois que o motorista do veículo acelerou ao perceber que seria abordado pelos PMs. Os acusados atiraram contra a viatura, ferindo a soldado e outros dois militares, que sobreviveram. A fuga terminou quando o carro suspeito bateu contra o muro de uma igreja. Dois acusados foram presos. O terceiro, conseguiu escapar.

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