6.29.2015

TRAUMAS NO CÉREBRO PODEM CAUSAR AMNÉSIA



Para manter a saúde do cérebro e prevenir as falhas de memória, as neuropsicólogas recomendam atividades físicas regulares, alimentação saudável, oito horas de sono e hábitos de leitura e estudo.



A amnésia é a perda da memória decorrente de eventos traumáticos no cérebro, como uma pancada forte na cabeça, um quadro de Acidente Vascular Cerebral (AVC), epilepsia, tumor cerebral, degeneração cerebral ou intoxicação alcoólica. “De modo geral, situações traumáticas causam lesões nos tecidos cerebrais que, por sua vez, terão sequelas, como a perda de memória”, explica a neuropsicóloga Samanta Rocha, do Instituto Habilittare. 
Ela esclarece que a amnésia pode ser dividida em retrógrada e anterógrada. “Quando o paciente, após o trauma, não se recordar de fatos do passado como pentear os cabelos, chamamos de retrógrada. Já quando não consegue fixar acontecimentos do presente como o que comeu no café da manhã, é a amnésia anterógrada”, explica. 
A neuropsicóloga informa que a memória é um processo que ocorre em diversas regiões cerebrais, por isso, nem todas as situações podem ser revertidas. “Dependendo do tamanho e da localização da lesão, será avaliado se o paciente terá melhora rápida ou se será necessário um longo processo de reabilitação para transferir para outra região o trabalho da área lesionada”, diz. De acordo com ela, os danos podem afetar na aprendizagem de novas informações ou resgate de informações antigas e na memória não-verbal. “É comum vermos pacientes com alterações de atenção, funções visuais, funções instrumentais, linguagem (como no vocabulário, escrita, leitura e compreensão), em funções executivas (como no planejamento e monitoramento de atividades), incapacidade de reconhecer objetos ou pessoas e uma negligência de metade do corpo”, conta.

Talita Perboni, também neuropsicóloga do Instituto Habilittare, salienta que outras perdas de funções podem acontecer em um subtipo de memória e outra região ficar intacta. “Essa amnésia ocorre em decorrência da intensidade ou da região que ocorreu o trauma. É mais ou menos como uma cicatriz no corpo: no cérebro, por ser em um tecido mais sensível que a pele, acaba deixando como consequências esses bloqueios ou esquecimentos”, explica. A especialista afirma que mais alguns problemas podem ser desenvolvidos – como a perda de tecido cerebral, quando há penetração de algum objeto no cérebro ou até o rompimento de neurônios em áreas múltiplas. “O paciente pode sofrer uma quebra da calota craniana com dano no tecido cerebral ou até ter a morte do tecido neural por hematomas e sangramentos”, relata. 

Para manter a saúde do cérebro e prevenir as falhas de memória, as neuropsicólogas recomendam atividades físicas regulares, alimentação saudável, oito horas de sono e hábitos de leitura e estudo. “É importante que o exercício físico seja feito aliado à diminuição do estresse para que a memória não seja tão afetava”, complementam.

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