10.07.2015

ALERTA: POR QUE A CIRURGIA ESTÉTICA PODE MATAR




Por que pessoas morrem em cirurgias consideradas simples ou de “correção” estética? Existem várias respostas sobre esse questionamento. Respostas médicas e, mais grave, respostas econômico-financeiras.


É importante lembrar que os fatores econômico-financeiros também aumentam sobremaneira o risco de morte por falha médica ocorrer, pois clínicas e profissionais menos qualificados são escolhidos para dar um “jeitinho” naquelas gordurinhas do culote ou no levantamento de peitos “tristinhos”.

É importante lembrar que qualquer procedimento cirúrgico apresenta riscos para a saúde e para a vida. Qualquer um! E vários são os riscos envolvidos. (infelizmente, mesmo não participando, presenciei a morte de uma criança de 11 anos após a anestesia local para uma cirurgia de fimose, em 1990, e até hoje não esqueci).


Antes de se submeter a uma cirurgia, o paciente tem que obrigatoriamente realizar exames pré-operatórios, que visam mostrar o nível de saúde em que se encontra.

Basicamente (podem ser necessários mais), são estes os exames:
Avaliação cardiológica (às vezes, pulmonar) – ritmo cardíaco, pressão arterial, avaliação da função elétrica e anatomia do coração;

Glicemia em jejum – dosagem de glicose no sangue após 12 horas de jejum;

Creatinina e Uréia – avaliação da função renal

Hemograma - avali ação global do sangue (hemácias, leucócitos e plaquetas)

Coagulograma – avaliação da capacidade de coagulação sanguínea

Radiografia do tórax – estado pulmonar e pleural, tamanho da área cardíaca e condições do mediastino (espaço entre os pulmões).

Obviamente, esses exames acima são dispensáveis em caso de emergência, quando a morte do paciente é iminente e a rapidez do procedimento é ponto crucial.

Voltando ao tema inicial, sobre a morte aparentemente boba de pacientes - especialmente mulheres - durante cirurgias plásticas, alguns fatos precisam ser analisados.


Esses fatos dependem do paciente, do médico e do serviço hospitalar contratado.

Sobre a paciente
Sem querer aqui avaliar se a paciente precisa ou não de uma “lipo” ou de uma “plástica de barriga” e deixando de lado os fatores emocionais e psiquiátricos envolvidos na decisão de ser operada, a paciente tem que estar em ótimas condições de saúde e ter dinheiro para bancar o procedimento.


Um médico responsável – sem dúvida – jamais submeteria uma pessoa com alguns problemas de saúde, às vezes eufemisticamente denominados de “bobagens” ou “probleminhas”, a um procedimento cirúrgico estético, pois, a rigor, o motivo da cirurgia não se referia diretamente à cura operatória de doenças.


Mas, nem todos são tão responsáveis e éticos assim.


Não é raro que uma paciente “force a barra” e até falsifique exames (coisa muito simples de ser feita) para que se enquadre na faixa de segurança operatória, tal o desejo de corrigir pequenas “imperfeições”.


Além do mais, nem todas possuem o dinheiro necessário para serem operadas. Daí, fazem empréstimos, dividem no cartão, pedem uma grana a um parente e..., o pior de tudo, contratam médicos de competência duvidosa (pois são mais baratos) e escolhem clínicas insuficientemente equipadas em material e pessoal caso uma situação emergencial ocorra. Pronto: estão aí os elementos plantados para uma tragédia.

Sobre o médico
Na Medicina brasileira – e, sobretudo na norteamericana – o dinheiro é fator primordial na relação médico paciente. Médicos bons e hospitais excelentes custam caro, muito caro! Mas, suponha, que um médico competente não resista tanto a engordar sua conta bancária ou não esteja em uma boa situação financeira atual.


Certamente vai sugerir um hospital ou clínica “mais em conta”, apesar dos riscos que acabou de abraçar quando isso fez. Ele terá um argumento imbatível para convencer a paciente, estando esta já disposta a “fazer tudo” para melhorar o “corpinho”.


Trata-se da tal “estatística” dele próprio (como se acredita facilmente no que se é dito sem comprovação!): “Já operei 150 pacientes nessa clínica e nunca tive nenhuma complicação. Todas saíram bem!”. Pronto! A paciente caiu na armadilha!


Agora vai correr o risco (alto, na maioria vezes), se não sucumbir na sala de cirurgia. Suponha também que o médico nem seja tão bom, mas que tenha um “papo que derruba avião”.


Aí então é que a paciente fica com a “espada na cabeça”, embora nem imagine os riscos que irá correr.


Médico ético não opera em hospital ou clínica “mequetrefe”. Jamais! Particularmente, se o motivo cirúrgico for estético. Médico ético se cerca de todas as condições de segurança necessárias ao sucesso do procedimento e recusa qualquer situação que ponha em risco a saúde da paciente, mesmo que perca a cliente para outro menos capaz. Médico ético não cede aos apelos de pacientes paranóicas e nem a uma redução no preço de um “hospitalzinho mais simples” ou de uma clínica de fachada.

Sobre o hospital ou clínica
Grandes hospitais têm equipamentos de ponta e pessoal treinado em emergência. Tem UTI e medicamentos de qualidade (não usam similares ou substitutos). Pelo menos em teoria. Sendo a teoria verdadeira, a segurança atinge seu ponto mais elevado.


É lógico que acidentes e imprevistos acontecem e sempre acontecerão, mesmo com os melhores médicos e hospitais. Mas, colocar-se na mão de médicos e serviços hospitales de araque e clínicas mercenárias é brincar de “roleta russa”, especialmente se a paciente for paranóica e tope qualquer coisa para “esculpir” o corpo.


Essas clínicas não têm condições de atuar numa emergência, isso é um fato. Algumas têm convênios com hospitais próximos que tenham UTI, para casos de risco de vida (como se a vida esperasse uma transferência em ambulâncias precariamente equipadas e a atuação de médicos competente em outro local!)

Portanto, mulheres (em especial), raramente um só erro leva a estragos; é uma sequência de erros, imperícias, imprudências e negligências que detonam vidas. Segue abaixo a equação do insucesso, que, felizmente, nem sempre ocorre, mas que muitas clientes passam perto


Fonte: Sol Saúde On Line
SAIBA MAIS:
A cirurgia plástica pode ser feita em adolescentes?

Além do público feminino, a cirurgia estética está atraindo cada vez mais o público jovem. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), em 2006 foram realizadas 700 mil plásticas estéticas no país, sendo que os adolescentes – entre 14 e 18 anos – representaram 15% deste total, ou seja, 105 mil jovens se submeteram a algum tipo de intervenção estética.

Na lista dos procedimentos mais procurados por este público estão: rinoplastia, mamoplastia redutora, mamoplastia de aumento, lipoaspiração, correção de orelhas em abano e a ginecomastia (aumento do volume das mamas no homem).

Sob o ponto de vista clínico, a plástica na adolescência precisa ser cuidadosa, pois é uma cirurgia com todos os riscos de qualquer outra.
O cirurgião deve solicitar todos os exames pré-operatórios necessários e, inclusive, encaminhá-los para avaliação de outros especialistas, se for o caso.

Desde que o jovem seja saudável e todos os exames pré-operatórios sejam realizados, não existe uma idade exata a partir da qual as cirurgias plásticas possam ser realizadas. É preciso considerar o desenvolvimento físico e emocional de cada paciente.

Em casos de mamas chamadas gigantes, ou seja, quando notadamente as mamas têm um tamanho desproporcional ao corpo, a cirurgia plástica pode ser feita mesmo precocemente, entre os 14 ou 15 anos, uma vez que comprometem o bom desenvolvimento postural da jovem e limitam as atividades físicas.

Quanto às lipoaspirações, elas estão praticamente contra-indicadas na adolescência, pois podemos perder a oportunidade de incentivar o adolescente a adotar hábitos saudáveis como uma boa alimentação e a prática de atividades físicas.

Mesmo seguindo todas essas regras, no entanto, a avaliação criteriosa do cirurgião plástico sempre será fundamental, pois em muitos casos pode haver exceções e outras orientações.

Ruben Penteado, cirurgião plástico (SP)



2 comentários:


Anônimo disse...
Estou muito preocupada ...fiz os exames necessários para o procedimento de mamoplastia de aumento e no exame de sangue meu coagulograma deu um pouquinho abaixo do normal(mas bem pouquinho)..será que isso pode impedir que eu faça a cirurgia?
Minha consulta com meu cirurgião está marcada semana que vem.Mas gostaria de esclarecer essa dúvida antes !
Obrigada
Antonio Celso da Costa Brandão disse...
Somente o seu médico poderá lhe esclarecer. Converse com ele e tire as suas dúvidas.
O nosso blog é informativo.
Boa sorte


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