11.16.2015

Jogadores da França e da Alemanha eram alvo do terror

Investigação das Forças de Segurança aponta que terroristas pretendiam entrar no Stade de France para matar atletas, torcedores e autoridades, como o presidente François Hollande

O Dia
França - extremistas do Estado Islâmico tinham como alvo não só políticos e torcedores que assistiam a França x Alemanha no Stade de France, mas também jogadores das duas seleções. É o que mostram investigações das forças de segurança francesas sobre o maior ataque em seu território desde a 2ª Guerra Mundial. O primeiro homem-bomba tinha ingresso para a partida, mas foi flagrado no controle de entrada e se detonou em seguida, às 21h17 (18h17 no Brasil). Minutos depois, dois outros suicidas se explodiam na região. Um civil acabou morto nas detonações do Stade de France. Hospitais informaram que já são 129 os mortos na série de ataques em Paris. Neste domingo, caças franceses e americanos bombardearam centros do Estado Islâmico na Síria.
Em pânico pelos barulhos de explosão, público invadiu o campo do Stade de France ao fim do amistoso entre França e Alemanha
Foto: Reprodução Twitter
Nas arquibancadas, sexta-feira, além do presidente François Hollande, estava o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier. No campo, craques que jogaram a Copa do Mundo do Brasil, como Evra, Pogba e Giroud, pelos Bleus, e Neuer, Müller e Schweinsteiger, pelos atuais campeões mundiais. Os anfitriões venceram.
As explosões puderam ser ouvidas de dentro do campo, mas os torcedores pensaram se tratar de rojões. François Hollande foi retirado de helicóptero e levado a um local seguro. Somente no fim da partida os alto-falantes informaram dos atentados. Com metade dos acessos fechada, muitos torcedores, com medo, deram meia-volta e aguardaram dentro do gramado. A seleção alemã, que na manhã da partida teve de sair às pressas do hotel por causa de uma falsa ameaça de bomba, optou por dormir no próprio estádio.
Caças jogam 20 bombas sobre bases de extremistas
No início da noite, o Ministério da Defesa francês informou ter bombardeado bases do Estado Islâmico em Raqqa, no leste da Síria. Dez caças saíram dos Emirados Árabes e soltaram 20 bombas sobre acampamentos, paióis e centros de treinamento de terroristas.
Monumentos são iluminados com cores da bandeira da França em solidariedade às vítimas dos atentados
Foto: Foto: EFE
Também ontem, o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, afirmou que pretende mudar a lei para dissolver mesquitas que disseminem o ódio.
No início da noite, alarme falso provocou correria na Praça da República. A praça foi esvaziada, mas reocupada logo depois. Mais cedo, a polícia encontrou no subúrbio de Montreuil um carro usado pelos terroristas. Na mala, vários fuzis AK-47 e munição. Agentes procuram Abdeslam Salah, o único dos oito extremistas que não morreu. Além disso, sete pessoas, familiares do suicida francês Omar Ismail Mostefai, também estavam sob custódia.
Papa fala em ‘barbárie’. Cariocas fazem vigília
O papa Francisco lamentou a “barbárie” dos atentados cometidos em Paris e disse no final da oração do Ângelus, perante os fiéis na Praça de São Pedro, que utilizar o nome de Deus para justificá-los “é uma blasfêmia”. “Tanta barbárie nos deixa consternados e nos interroga sobre como pode o coração humano idealizar e cometer atos tão horríveis.”
No Rio, cerca de 200 pessoas se reuniram no Largo do Machado, em vigília pelos mortos em Paris. A estudante francesa Emma Barriquand, 20 anos, era uma das presentes. “Vir aqui hoje é uma maneira de me sentir mais perto de casa”, contou a jovem.

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