3.08.2016

São Paulo tem ato em defesa da liberdade de expressão e em apoio a Lula



Agência Brasil
O Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, com apoio do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, fez na noite de segunda-feira (7) um ato em defesa da liberdade de expressão, contra a Rede Globo, em favor de blogs e mídias alternativas, além de demonstrar apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O evento ocorreu na sede do sindicato, na região central da cidade.
Segundo o Barão de Itararé, a liberdade de expressão sofreu um ataque quando o Grupo Globo notificou extrajudicialmente blogueiros e jornalistas de sites alternativos por publicarem matérias e artigos sobre um triplex em Paraty (RJ), que teria sido construído em área de proteção ambiental e que pertenceria à família Marinho.
A entidade disse que houve intimidação dos jornalistas que investigam o caso. Entre os veículos que publicaram matérias relacionadas, estão O Cafezinho, Tijolaço, Diário do Centro do Mundo e Rede Brasil Atual. Alguns blogueiros apontaram também as supostas ligações de integrantes da família Marinho com a Mossack Fonseca, uma empresa multinacional investigada por ser especializada em abrir off-shores.
O Grupo Globo disse, em nota, que não tomou a decisão de “interpelar na justiça” os veículos, sites ou blogs que abordaram o assunto. “Foram feitas notificações extrajudiciais, bem como foram enviadas notas de esclarecimento, para corrigir informações inverídicas publicadas por blogs e sites sem a consulta ou pedido de esclarecimentos da empresa”. Além disso, a empresa disse que a casa citada não pertence e nunca pertenceu a qualquer membro da família Marinho.
Lula
O jornalista Altamiro Borges, que estava presente, estendeu a motivação do ato à condução coercitiva a que o ex-presidente Lula foi submetido na última sexta-feira, para depor no âmbito da Operação Lava Javo. Ele classificou o ocorrido como “aberração” e “um verdadeiro atentado à democracia”.
O deputado federal Paulo Pimenta (PT) também referiu-se a Lula e disse que o país assiste a um “avanço conservador” e que não reconhece a legitimidade da Lava Jato e nem do juiz Sérgio Moro. Pimenta avalia que o ato tem um significado muito importante. “Não é hora para tratar das nossas divergências, agora é hora de uma união democrática”.
O presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Paulo Zocchi, disse que o Brasil vive um momento bastante grave. Segundo ele, o ato vem em defesa dos jornalistas, do jornalismo e da democracia, além de defender a democratização dos meios de comunicação.
Zocchi citou ainda a carta de posicionamento do sindicato, divulgada na sexta-feira, em que a entidade afirmou que “não há e não houve qualquer explicação plausível para tal medida [condução coercitiva de Lula], visto que o ex-presidente já compareceu em outras ocasiões para depor quando chamado pela Justiça. A medida é de uma violência desmedida, e indica uma grave ameaça à democracia em nosso país”.
A carta trata também das agressões sofridas por jornalistas na sexta-feira. “Registramos ainda que, durante os acontecimentos de hoje, uma equipe da TV Bandeirantes e jornalistas da TV Globo foram agredidos por manifestantes”. A posição do sindicato diante da situação é de respeito ao “direito legítimo de os movimentos sociais e manifestantes protestarem contra empresas jornalísticas, mas exigimos o respeito ao trabalho e à integridade dos jornalistas, que são trabalhadores assalariados e não podem ser responsabilizados pela linha editorial de seus empregadores”.

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