6.17.2016

A cueca do PMDB não tem mais lugar para sujar de batom.



Machado diz que Temer voltou à presidência do PMDB para controlar o destino de doações

Em sua delação, o ex-presidente da Transpetro diz que o grupo JBS doaria cerca de R$ 40 milhões a senadores da legenda

FLÁVIA TAVARES
15/06/2016 - 15h14 - Atualizado 15/06/2016 20h11
O presidente interino Michel Temer (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
A delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado teve seu sigilo suspenso pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, na terça-feira (14). Em um trecho, Machado relata que ouviu de “diversos senadores” em reuniões na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros, que o grupo JBS faria doações ao PMDB “a pedido do PT” de cerca de R$ 40 milhões nas eleições de 2014. Os recursos, no entanto, seriam direcionados exclusivamente ao PMDB do Senado, notadamente aos senadores “Renan Calheiros, Jader Barbalho, Romero Jucá, Eunício Oliveira, Vital do Rêgo, Eduardo Braga, Edison Lobão, Valdir Raupp, Roberto Requião e outros”. Machado conta que, insatisfeito, o PMDB da Câmara dos Deputados procurou o presidente interino, Michel Temer, para se queixar. “Esse fato fez com que Michel Temer reassumisse a presidência do PMDB visando controlar a destinação dos recursos do partido”, diz o delator. Machado completa que não sabe se o grupo JBS obteve algum favorecimento em troca dessa doação.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o grupo JBS doou oficialmente R$ 22,6 milhões ao PMDB em 2014.
Procuradas, a assessoria da Presidência da República e da JBS não responderam aos pedidos de esclarecimentos até a conclusão da reportagem.
Atualização: após a publicação da notícia, a assessoria do PMDB encaminhou uma nota: “O PMDB sempre arrecadou recursos seguindo os parâmetros legais em vigência no país. Doações de empresas eram permitidas e perfeitamente de acordo com as normas da Justiça Eleitoral nas eleições citadas. Em todos esses anos, após fiscalização e análise acurada do Tribunal Superior Eleitoral, todas as contas do PMDB foram aprovadas, não sendo encontrado nenhum indício de irregularidade”.
A assessoria de imprensa da JBS também encaminhou uma nota:  "A JBS reitera que as doações feitas para campanhas eleitorais foram realizadas de acordo com as regulamentações do TSE. A empresa lamenta que mais uma vez a empresa esteja envolvida em acusações que agridem, de forma infundada, sua imagem, marcas, reputação e conduta ética".
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