8.12.2016

Temer e a Odebrecht: não foram 10, foram 11 milhões

BETO BARATA: <p>Presidente Interino Michel Temer durante cerimônia de posse do senhor Torquato Jardim no cargo de Ministro da Transparência, Fiscalização e Controle. (Brasília - DF, 02/06/2016) Foto: Beto Barata/PR</p>
Acusado no depoimento de Marcelo Odebrecht de ter pedido em pleno Palácio do Jaburu uma doação de R$ 10 milhões, via caixa dois, que teria sido entregue em dinheiro vivo, o interino Michel Temer tratou do tema, em entrevista ao Valor; "Eu era presidente do partido e ele acertou uma contribuição. Até se falou em R$ 10 milhões, mas na verdade foram R$ 11,3 milhões que ele entregou ao partido — tem a prestação de contas para todos os candidatos a governador...", disse ele, afirmando que as doações de empresas foram criminalizadas no Brasil; Temer anunciou uma "luta feroz na Previdência", a abertura do pré-sal e disse que não será candidato em 2018, como se tivesse voto para isso – hoje, segundo a Vox Populi, 79% dos brasileiros defendem sua saída imediata O interino Michel Temer concedeu uma entrevista ao Valor Econômico (leia aqui), em que falou de temas como a reforma da Previdência, a abertura do pré-sal e o pedido de R$ 10 milhões feito ao empreiteiro Marcelo Odebrecht, em pleno Jaburu, que teria sido materializado numa doação em dinheiro vivo (leia aqui).
Sobre Previdência, ele defendeu idade mínima de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres. "Sabidamente as mulheres hoje vivem mais que os homens, mas tem essa coisa da dupla, tríplice jornada. Na minha cabeça, tem que haver uma pequena diferença. Se o homem se aposenta com 65, a mulher pode se aposentar com 62. Já é um avanço", disse ele, que previu uma batalha sobre o tema. "As centrais vão acabar não apoiando, seja qual for a reforma. Se não apoiarem, vamos mandar ao Congresso e ver o que acontece. Queremos fazer depois uma publicidade aos jovens e dizer: 'Vocês, daqui a dez, 20 anos, não vão ter como receber' (...) Sim, vai ser uma luta feroz, mas vai ter que ser enfrentada. Quando você me pergunta o que ocorrerá depois do impeachment, essa será uma das batalhas."
Temer também falou sobre seu pedido de R$ 10 milhões à Odebrecht, em pleno Palácio do Jaburu, que, segundo Marcelo Odebrecht foi doado, via caixa dois e em dinheiro vivo – dos quais R$ 4 milhões para Eliseu Padilha, braço direito de Temer.
"Eu não tenho medo dessas coisas. Eu era presidente do partido e ele acertou uma contribuição. Até se falou em R$ 10 milhões, mas na verdade foram R$ 11,3 milhões que ele entregou ao partido — tem a prestação de contas para todos os candidatos a governador...", disse o interino. "Eu não sei se ele falou. A coisa vai para a imprensa e você não sabe se é fruto da delação, se é fruto do advogado. Você não sabe de onde veio. Então, o que eu faço? Eu não vou negar que ele esteve comigo, como tantos outros empresários estiveram comigo. Ainda hoje, quando não há a menor possibilidade de pessoa jurídica [doar dinheiro para campanha] eles vêm me perguntar como vão colaborar. Quando havia a possibilidade das doações, era uma enxurrada de gente pedindo para colaborar." 
Temer também disse que não será candidato em 2018, como se tivesse voto para isso e fosse um candidato viável – hoje, 79% dos brasileiros, segundo o Vox Populi, defendem sua imediata saída, seja com novas eleições, seja com a volta de Dilma.
Sobre a abertura do pré-sal, outro tema polêmico, também rejeitado pela maioria dos brasileiros, Temer disse que vai passar. "É prioridade na Câmara, será aprovado, mas o problema é que as eleições municipais atrapalham as votações."
O interino também disse não temer a ação movida pelo PSDB no Tribunal Superior Eleitoral, que pede a cassação da chapa Dilma-Temer. "São questões apartadas, o vice e o presidente são instituições separadas no texto constitucional. Embora examinadas conjuntamente, minha conta foi prestada separadamente. O que é preciso é verificar se o que eu recebi foi fruto também de desajustes eleitorais."

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