4.23.2017

Fora Temer para que o Brasil não vire uma Venezuela




Fotos: Presidência / Reuters

Temer disse que a única solução para a grave crise da Venezuela são eleições diretas já. É uma das poucas opiniões certeiras que deu desde que assumiu o poder.
Aliás, se refletisse um pouco mais, diria o mesmo em relação ao Brasil: a solução para a crise é Diretas Já.
Tanto lá como cá o alvo dos protestos é o presidente da República.
Aqui ainda não temos as 20 mortes da Venezuela, mas a revolta com as reformas trabalhista e da Previdência está apenas começando a ir para as ruas. Movimento de rua a gente sabe como começa, mas não sabe como termina. A greve geral convocada para o próximo dia 28 pode marcar o início de uma escalada sem precedentes.
É melhor Temer sair, mas sair por cima, como o grande conciliador.
Sem revanchismo, sem Fora Temer.
Vamos esquecer velhos modelos. Temer não precisa deixar a cena pela porta dos fundos, como Jânio ou Collor, ao contrário: convoca eleições diretas para daqui a, digamos, seis meses.
E com direito a ser um dos candidatos, se quiser.
E com garantia de imunidade mesmo fora do governo.
Não é uma renúncia, é uma convocação pela pacificação do Brasil.
Não deixa o país no vácuo, é uma renúncia "para o bem do Brasil".
E ele de certo modo alivia um pouco a pecha de golpista e traidor.
A reforma mais urgente para os brasileiros não é a trabalhista nem a da Previdência, mas a reforma política.
Um dos artigos da constituição a ser modificado deveria ser o que fala acerca do impeachment.
Em caso de impeachment – na nova redação – devem cair os dois, presidente e vice e convoca-se novas eleições.
Desse modo se desestimula conspirações do vice. O vice alia-se ao presidente ameaçado porque sabe que também cai.
E também se evita a interminável batalha entre o grupo que perdeu e o que tomou o poder, que paralisa o país, como está paralisando.
As eleições pacificam.

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