3.20.2018

Lula recebe apoio de líderes latino-americanos e denuncia complô dos EUA



Agência AFP


Ameaçado e condenado sem provas por juiz que o persegue, Lula se encontrou em Santana do Livramento, na fronteira com o Uruguai, com o ex-presidente uruguaio José Mujica, o ex-dirigente equatoriano Rafael Correa e a ex-presidente Dilma Rousseff.
"Querido Mujica, você sabe que estou sendo ameaçado de prisão. Estou aqui na fronteira e poderia dar um pulinho para o Uruguai, mas não vou fazer isto. E sabe por que?! Porque estou tranquilo com minha inocência e são eles que terão que sair do país um dia".
"As digitais do governo americano estão em todo este processo mentiroso que está ocorrendo no Brasil", afirmou Lula, vestido com terno azul e camisa vermelha.
Sentado ao lado de Lula, mas em Rivera, no território uruguaio, Mujica - um ex-guerrilheiro de 82 anos - foi franco e defendeu um exercício de autocrítica da esquerda regional, inclusive do Partido dos Trabalhadores (PT). 
"As mudanças não podem se respaldar em apenas uma figura, porque amanhã não está a figura e a luta continua. É preciso haver partido! Sorte que tem Lula, mas não o terão eternamente e a luta dura", advertiu Mujica. 



"As digitais do governo americano estão em todo este processo mentiroso que está ocorrendo no Brasil", afirmou Lula
"As digitais do governo americano estão em todo este processo mentiroso que está ocorrendo no Brasil", afirmou Lula

Rafael Correa fez um paralelo da situação de Lula com o que ocorre atualmente no Equador. 
"O que estão fazendo com Lula é gravíssimo, como o que estão fazendo contra Jorge Glas, vice-presidente da República do Equador detido sem uma prova sequer contra ele. Isto é a judicialização da política", denunciou Correa. 
Dilma Rousseff declarou que a tentativa de prisão de Lula é a terceira etapa do "golpe" que começou em 2016 com seu impeachment. O que as elites querem é impedir que Lula seja eleito presidente.
Durante esta viagem pelo Sul, prevista para prosseguir até 28 de março, Lula pode ter sua prisão decretada pela condenação no caso do triplex recebido da construtora OAS em troca de favorecimentos na Petrobras.
"Meu problema pessoal é pequeno diante da aflição de milhões de trabalhadores brasileiros que já perderam o emprego", disse Lula sob o risco de ser preso.  
Esta é a quarta caravana de Lula nos últimos meses, após percorrer o Nordeste e os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. 
Em Bagé, Lula foi alvo de um protesto que reuniu cerca de 200 produtores rurais, que com bandeiras do Brasil e o tradicional traje 'gaúcho' fizeram rugir seus tratores diante da universidade Unipampa.
Um grupo de policiais foi mobilizado para separar os produtores rurais de cerca de 100 partidários do PT e de movimentos de esquerda que aguardavam a chegada de Lula.

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